Capitulo Três

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Os raios de sol de uma nova manhã atravessaram o quarto de Eda a fazendo se revirar na cama.
-Ooof cheguei tão bêbada que não fechei a janela - Eda se arrastou pelo quarto, resmungando consigo mesma, então ela congelou no lugar - Como eu vim parar aqui? MELO?! - de repente memórias confusas inundaram sua mente, Melo desmaiada, um homem sendo morto na sua frente, anjos, e então escuridão. Eda se apressou para fora até o quarto de Melo, bateu uma vez e nada, o desespero tomou conta de seu ser a fazendo abrir a porta, a cena com que se deparou a deixou ainda mais confusa, Melo estava deitada, em seu pijama de gatinhos, meias, e dormia pacíficamente
- Melo, Melo acorde - Eda precisava tirar essa história a limpo - Vamos garota acorde - a sacudiu com mais força, e ouviu um ruído
- hmmmm - Melo apenas virou para o outro lado, como se não tivesse quase morrido na noite passada
- Eu vou jogar água em você garota, acorda! - sacudiu a primeira novamente
- Mas que inferno de vida Eda, me deixa dormir - Melo agora falava exasperada - me deixa aqui afogada na minha ressaca, por Allah são 7h30 da manhã, nem a vovó acorda tão cedo.
- Melo você não se lembra do que aconteceu ontem? A gente quase morreu, você sumiu, e então você estava desmaiada, e tinha um homem lá, mas então eles chegaram, os anjos, e o mataram - Eda vomitava as palavras de maneira confusa como se assim tudo fosse se encaixar, como se suas memórias fossem finalmente fazer algum sentido
- Garota, você fumou o que? - Melo a olhava com uma cara que parecia mais um ponto de interrogação - eu falei que você deveria aproveitar a noite e se jogar, mas não era pra se jogar nas drogas Eda
- Que drogas Melo, eu nem bebi, passei a noite te procurando e então Fifi, Fifi!!! - Eda exclamou gritando o nome da outra prima que também estava presente na outra noite, correu pela porta até chegar ao quarto de Fifi, dessa vez entrou sem bater
- Fifi acorde - imediatamente a mulher já estava desperta e com os olhos procurando pelo perigo eminente
- Por Allah Eda você quase me matou de susto, o que tá acontecendo? - os olhos confusos de Fifi iam de Eda para Melo que agora se encontrava parada na soleira da porta
- Ontem a noite, o que você se lembra de ontem a noite? - Eda perguntou sem fôlego
- Eu estava conversando com aquele tal de Bariş, e então ele se ofereceu para me mostrar as câmeras do clube, foi bem fácil até - Fifi explicava com indiferença - por que Eda qual o problema?
- Ela fumou uns vinte baseados noite passada, esse é o problema - Melo disse da porta - falou que tentaram nos matar, que os anjos que nos salvaram.
- Como assim Eda? - agora Fifi também a questionava.
Realmente agora que Melo falava, a história de Eda não fazia sentido algum, e isso só a deixava mais frustrada.
- Como nós viemos embora Fifi? - Eda ainda tentava montar o confuso quebra cabeça de sua mente.
- Como eu vim né Eda, porque quando eu voltei pra boate você e Melo tinha sumido, então o barman gato falou que vocês já tinham ido embora, e então eu vim pra casa também, e quando eu cheguei, encontrei a Melo babando já no quarto dela e você no seu, dormindo como uma princesa - Fifi apertou o nariz de Eda e se levantou - ainda não acredito que você fumou maconha Eda, sério, eu poderia te prender só pra te ensinar uma lição.
- Eu não fumei nada, a Melo que inventou essa história
- Eu?!?! Mulher você me acorda aos gritos falando que existe anjo assassino e quer que eu pense o que?
Será que havia sonhado tudo aquilo? Os pensamentos de Eda agora estavam cada vez mais confusos conforme ela deixava o quarto e descia as escadas, fora tudo tão real, talvez beber álcool depois de tanto tempo tenha afetado seu juízo e a feito ter o mais incrível dos sonhos. Mas então ela lembrou novamente daquele rosto, nunca tinha visto um homem tão bonito na sua vida, e esperava que quando fechasse os olhos para dormir novamente, aquele homem visitasse seus sonhos novamente.

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Quando Dmitry fechou os olhos naquela noite a imagem dela logo inundou sua mente, junto com questionamentos sobre sua identidade, aonde ela vivia? Aonde trabalhava? Não se permitiu perguntar a Cemre sobre ela, não poderia se envolver, mesmo que cada fibra de seu ser gritasse para rastrear seu doce cheiro, ele não faria isso, não colocaria a vida dela em risco a trazendo para o seu mundo, mesmo que só por uma noite. Desistiu de ficar em sua cama e decidiu dar uma volta, apreciar a noite estrelada antes que os raios da manhã o banissem para dentro do quarto novamente.
- Pelo visto, não sou só eu que estou preocupado - Dmitry se virou para Bariş que se aproximava com um copo na mão
- Na verdade não estou preocupado, ainda acho que tudo que aconteceu hoje no clube foi coincidência - Bariş disse calmo - mas a visita da polícia foi novidade, uma bela novidade na verdade.
- Você não presta, nem a policial te escapa?
- Não tive tempo na verdade, vocês logo atrapalharam todo o meu esquema de sedução - Bariş estava realmente chateado pelo oportunidade perdida
- Mas você entende que não pode ter sido coincidência o ataque dessa noite certo? Justo durante a visita da policial? Eu já tinha minhas suspeitas, mas depois dessa noite tudo ficou mais claro.
- O que quer dizer? - Bariş estava intrigado com o quebra cabeça que era montado na sua frente
- Hakan quer nos distrair, jogar a polícia em cima de nós, quer nos incriminar e por isso que todos os ataques vêm ocorrendo nos arredores, e não perto do esgoto que ele vive.
- Mas isso é um passo bem infantil da parte dele, ele sabe que a polícia não é capaz de fazer nada contra nós
- Não podem, porém é uma perda de tempo bem grande você não acha? Ficamos a noite inteira limpando a sujeira deixada por Hakan, e garantindo que tudo seja encoberto, perdemos uma noite toda de buscas.
- Bir dakika, então você quer dizer que..
- Hakan sabe sobre a Joia, Hakan sabe e agora está jogando conosco.
-Mas o que ele pode fazer, ele não tem recursos para uma busca desse tamanho.
- Do mesmo jeito que ele descobriu sobre a Joia, ou você acha que foi por acaso que uma semana depois que começamos as buscas, os corpos começaram a aparecer? Tem alguém no nosso meio que o tem como mestre
- Abi isso é impossível, temos homens de confiança na operação, eu não arriscaria recrutando novatos para a operação
- E é isso que torna a traição ainda maior Bariş, quem quer que esteja levando a informação é do círculo interno, conquistou a confiança por anos e agora nos entrega para aquele urubu miserável
- O que faremos então? - Bariş questionou
- Vamos restringir as informações, e ao mesmo tempo quero lançar iscas, esse espião não pode continuar entre nós
- Você tem razão, e o que pretende fazer quando encontrar o traidor? Ou traidora? Você sabe que não vou com a cara da Ayda desde que ela roubou meu estoque pessoal de sangue.
- Vou fazer se arrepender de ter nascido para essa vida.
- Ok então, super dramático, gostei - Bariş já ia se afastando quando lembrou da informação que lhe foi passada pelos seus homens mais cedo - Aaaah espera, a busca na ruínas do templo aquele dia não foram totalmente em vão, Ozan encontrou uma pista - passou a Dmitry o pedaço de papel que carregava no bolso - parece que isso estava escrito no lugar em que deveríamos encontrar o diagrama para a Joia.
Dmitry pegou o papel e leu a simples frase que estava escrita ali: " Uma parte se esconde com as estrelas, se revela entre a beleza da rosa que revela seu segredo".
- Só isso? Uma charada? Isso aqui mais parece uma frase de caminhão- Dmitry ficava cada vez mais impaciente - Ok, isso fica entre nós, diga a Ozan que mantenha a frase em segredo, apenas nós três teremos conhecimento sobre isso.
- Será feito, não se preocupe - Bariş se afastava deixando Dmitry ainda contemplando a lua do terraço, e mais uma vez tinha sua mente voltada para a humana que dominava seus pensamentos.
- O que você deve estar fazendo agora minha bela?

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Do outro lado da cidade Eda sentava em sua varanda e olhava para as estrelas, sentia falta dos pais naquela noite, e por isso se agarrava firmemente ao medalhão que um dia fora de sua mãe, tinha sido um presente de aniversário dado pelo pai, um Joalheiro talentoso que havia lapidado a bela pedra de rubi, Eda lembrou do amor que os dois compartilhavam, puro, verdadeiro. Tinha memórias tão puras com o pai, que sempre lhe contava as histórias sobre cada joia que fazia, cada pedra que lapidava continha lendas diferentes, a história do rubi que agora ornamentava seu pescoço era intrigante até hoje para Eda, seu colar era apenas uma metade da pedra. E isso apenas despertara sua paixão por história,sempre buscava nos livros de mineralogia sobre a pedra em questão mas nunca encontrou, jurou sempre buscar a outra metade, que deu origem ao colar de sua mãe, que era agora seu, e foi segurando seu medalhão que Eda adormeceu, mergulhando em memórias, e imaginando se um dia alguém a amaria assim como sua mãe havia sido amada por seu pai.
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Veio aí meninas, não esqueçam de deixar o votinho e me contem o que vocês estão achando, qual a teoria de vocês? Como vocês acham que o caminho desses dois vai se cruzar novamente?
Beijooooosssss e até quinta-feira que vem....

Joia de Sangue Where stories live. Discover now