Obs: esse capítulo foi apagado e adicionado novamente, a primeira versão era da Verena e essa agora é da Katarina. Eu tô tendo problemas com a escrita da Verena, então os próximos capítulos vão ser sempre da Kat, até que eu consiga voltar a escrever a minha amada Verena e trazê-la aqui de novo.
Katarina
Katarina sentia-se como uma criança. Irritante e dependente. Alexandre não dizia uma palavra, ignorando-a na maior parte do tempo. Saia para caçar e quando chegava, pela noite, jogava um pedaço de carne na sua direção, aquilo significava "coma". Ás vezes se apoiava em um tronco de madeira enquanto o fogo crepitava durante a noite, sacava a faca e um pedaço de madeira para esculpir e lhe lançava um olhar que significava "durma". Quando se levantava juntando as coisas a dobradora sabia que deveria segui-lo.
Era um caminho sem sentido. Por mais que avançassem, todas as árvores pareciam iguais e a jovem sentia que jamais saíam do lugar. Aquilo era completamente inútil. Ela não tinha que segui-lo, tinha que avançar até Westia, para a Montanha dos Segredos buscar aquilo que foi perdido, ela mesma.
Seus pés já não aguentavam mais aquele ritmo rápido e incessante. Alexandre nunca ficava cansado. Katarina respirou pesadamente e se jogou no chão apoiada em uma pedra próxima.
− Chega, eu desisto. − suspirou jogando a cabeça para trás enquanto massageava com as mãos o pescoço dolorido.
Alexandre se virou, tinha a parte superior dos cabelos suspensa em um rabo de cavalo e a parte inferior lhe caia pelos ombros desnudos com algumas tranças finas entre as mechas. Usava uma camisa de algodão desabotoada expondo o abdomen e o tórax marcado por músculos bem delimitados e diversas cicatrizes. Katarina reparou em uma especialmente grande que parecia pegar desde o flanco esquerdo até o ombro direito, atravessando o tronco em diagonal.
Ele deveria ter morrido.
Ele estreitou as sobrancelhas marrom na direção dela, os olhos cinza focalizando a jovem com as ondas rebeldes presas em um coque alto no topo da cabeça, os fios que teimavam em escapar emoldurando o rosto e o colo. Aquela altura Katarina havia conseguido arrancar parte da saia com o calor insuportável, expondo um pouco as pernas e facilitando sua movimentação pela mata.
− Levante-se.
−Não.
Alexandre alternou entre um pé e outro, inquieto, encarando-a friamente.
− Vamos, por favor.
− Não.
O guerreiro engoliu em seco aproximando-se dela com passos duros, esticando a mão para um de seus braços e içando-a para cima enquanto a arrastava com ele. Katarina se desvencilhou das suas mãos grandes com um puxão forçando-o a olhar para ela.
− Não! Não aguento mais isso. Você não fala comigo e eu odeio ficar te seguindo sem rumo como se fosse um fardo. − falou as sobrancelhas franzidas e o nariz empinado enquanto olhava para ele.
− Você é um fardo. − respondeu friamente olhando-a de cima, a expressão severa de um guerreiro entediado.
− Não fui eu que pedi a sua ajuda se me lembro bem. − falou dando um passo arrogante na direção dele.
− É uma ótima forma de agradecer por ter manter viva. − retrucou com um sorriso debochado.
− Você me abandonou em Florenscia, por que se importar agora?
As sobrancelhas do guerreiro se arquearam confusas por um momento, seus olhos frios focados no rosto delicado da garota.
− Bem é verdade, obrigado por me lembrar que eu não me importo com você. − falou friamente se afastando. Alexandre virou-se de costas e voltou a caminhar floresta adentro.
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Coração Valente
FantasyOs pés sangravam conforme ela corria desesperada por galhos, folhas e pedras. O ar estava quente e cheio de fumaça, vindo diretamente do vilarejo que pegava fogo a poucos metros dali. Ela respirava aquele vento que açoitava seu rosto na corrida, en...