• Lírios •

167 34 168
                                    


Tranquilizante era o som da água batendo em terra. Em contrapartida, os demais alunos na comunal da faziam uma algazarra, com certa dificuldade em serem silenciosos.

Era manhã de sexta-feira. Todos estavam extasiados com a chegada do fim de semana. Draco, por sua vez, estava mais preocupado em sobreviver ao dia de hoje.

Sua semana havia sido bonançosa. Com exceção do escândalo que Longbottom fizera por causa de umas azarações que Crabbe e Goyle tinham lhe lançado, nada de interessante aconteceu. Nenhuma notícia importante.

Entretanto, Draco havia combinado com Potter de encontrá-lo hoje. O loiro achava um desperdício de tempo começar as aulas desde já, afinal, faltavam mais de cinco meses para a prova. Mas, em compensação, era útil ter tanto tempo, assim eles poderiam despender um tanto de tempo a mais discutindo.

̶  Ei Zabini, o que foi? Esqueceu de buscar seu cérebro?

̶  Pelo menos eu tenho um.

̶  Eu não teria tanta certeza...

̶  Aí vai se fuder Malfoy.

̶  Você sabe que eu estou certo.

Draco ajeitava sua gravata verde e prata. Ele havia vestido sua capa, pois estava frio, como uma manhã de outono deveria ser.

̶  Draco, você viu meu sapato?

̶  Já olhou embaixo da cama Goyle?

̶  Ah, é.

Assim que terminou de dar o nó, passou por uma última vez a mão em seu próprio cabelo, pegou sua mochila e seguiu para a porta da comunal, para esperar Crabbe e Goyle.

Ele nunca foi totalmente próximo de Gregory e Vicente. Francamente, o loiro nunca teve grandes companhias dentro da sonserina. Mesmo sempre estando rodeado de pessoas, com todos lhe louvando por ser quem é, nunca teve alguém para conversar sobre seus pensamentos e sentimentos. Com exceção, talvez, da Murta, que nem viva é.

Seu pai sempre lhe trouxera muitos contatos, afinal todos queriam andar com o filho de Lucius Malfoy. Menos o bastardo do Potter. As famílias de ambos eram sangue-puristas, e, quando o Lorde estava no poder, seus pais haviam igualmente sido comensais. Não tão igualmente, já que era notório o quão mais importante Lucius era.

Crabbe era mais quieto, mais brusco. Talvez isso se devesse à falta de presença de sua mãe, que de vez em nunca lhe mandava um cartão comprado pronto em qualquer lugar de algum outro continente. Já Goyle era um tanto menos retraído, mas mesmo assim não falava muito. Draco não sabia dizer realmente se eles tinham cérebros ou somente estofados.

Também havia Zabini e Parkinson. Ambos também vinham de famílias que acreditavam na supremacia de sangue. A família de Zabini era pequena e inconstante, afinal sua mãe já tinha se casado 7 vezes, e os 7 "tinham morrido misteriosamente". Mas, qualquer sonserino que a conhecesse minimamente, presumiria que a mesma havia assassinado os ex maridos. Sua mãe nunca foi uma comensal, assim como os pais de Pansy.

Zabini era extremamente fechado com os outros alunos, mas dentro da sonserina se sentia livre para irritar a todos simpaticamente. Já Parkinson sempre era estúpida com todos, excetuando Draco e Blaise. Chegava a ser grudenta, mas Malfoy a aturava pois sabia que aquilo se tratava de inseguranças dela. Era algum tipo de afirmação, mesmo que fosse infinitamente babaca.

̶  Draco?  ̶  Disse Crabbe o tirando de seus pensamentos.

̶  Eu?!

̶  Vamos?

̶  Ah sim, vamos.

Então os três seguiram andando até o salão principal, para tomar café.

Ϟ

Choices • DrarryWhere stories live. Discover now