• Por que tens medo, garotinho? •

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A voz de Bathsheda Babbling penetrava seus tímpanos. Mas, poucas palavras eram realmente captadas por Draco Malfoy. As letras flutuavam em seu cérebro, tentando formar alguma frase decente e que condissesse com a matéria, mas nada.

Ele estava completamente exausto. A noite foi quase insone, salvante pelo breve cochilo que ele acabará tirando quando voltou a seu dormitório.

Runas antigas sempre fora extremamente entediante. Era uma matéria consideravelmente fácil, e Draco nunca teve dificuldade para entendê-la, por mais maçante que fosse.

A professora sabia lecionar, entretanto, Draco estava excessivamente aplastado e a rouquidão presente na dicção da professora fazia com que suas palavras parecessem uma história de ninar.

O loiro era muito aplicado, e normalmente prestava atenção nas aulas. Ele deveria ser o melhor, e os melhores não iam mal. Pelo menos foi isso que seu pai sempre lhe disse. Mas hoje estava impossível manter seus olhos abertos.

Draco não considerava a sala clara, mas ela também não era escura. Tinha uma grande janela, onde o sol brilhava, e seus raios acariciavam a pele de todos os alunos ali presentes. Porém, ao invés da luz acordar o sonserino, os feixes acalorados só o aqueciam, e o faziam cada vez mais ceder à tentação de abraçar o sono.

Todos os alunos faziam silêncio. Nem um grilo ousava cricrilar. Sinceramente, aquela aula estava absurdamente tediosa.

O sono finalmente estava lhe envolvendo, suas pálpebras estavam pesando, seus músculos estavam relaxando… Mas um soluço ecoou pelos corredores.

Ok. Já vi que o mundo não quer que eu durma nessa porra.

Era um som fino e estridente, como o de um bebê manhoso. Bathsheda saiu correndo da sala para averiguar, pois o barulho estava próximo.

Logo, ela retorna com um Neville Longbottom todo machucado. Seu uniforme estava rasgado, e haviam alguns hematomas em seu rosto. Ele estava lamuriante.

Uma vontade de rir preencheu Draco, mas ele conseguiu resistir.

Ah, eu sou fã de quem fez isso! Como eu pude não reparar na falta desse bobão?

̶  Senhor Longbottom, o que aconteceu?

̶  Nada.

̶  Ah, por Merlin, como não houve nada? Vai me dizer que você ficou assim do nada?

̶  Foi só um mal entendido professora, nada demais.

̶  Mas que mal entendido, me conte?

Granger levantou sua mão. Francamente, essa menina não consegue ficar sem se intrometer uma vez na vida?

̶  Agora não senhorita, estou resolvendo algo.

̶  Professora, não seria melhor levá-lo à enfermaria? Ele está ferido e com o uniforme todo rasgado.

Igual a testa de Potter.

̶  Hm.. Talvez tenha razão… Vamos Longbottom, o resto da sala está dispensada.

Bom, pelo menos não estou mais com sono…

Draco saiu da sala, junto com o monte de alunos e murmúrios que andavam ao seu redor.

Havia pouco sol, mas muitos olhares para aquecê-lo. Como uma típica manhã de outono, quase inverno, fazia frio. A aragem árida passava por entre as pessoas e logo corria para as árvores, fazendo seus ramos vibrarem, suas folhas ruírem e volitarem ao redor do tronco. 

Dentre tantos olhares, ele estava atrás de um. Ele procurava olhos aveludados, aqueles da menina que encontrara na noite anterior beijando sua amiga.

Ela cursava o quinto ano, entretanto, vivia tentando colaborar quando algo acontecia, e, por algum motivo, as professoras liberavam a lufana para amparar os demais.

Choices • DrarryWhere stories live. Discover now