SHANE

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 Narrador pov's

9 anos antes dos mortos

A imagem através da janela se embaçava pela velocidade, a garota de cabelos amendoados se via encarando o céu que era a única coisa que não se mexia, se perguntando quanto tempo mais iria ter que ficar dentro daquele carro. O vento batia em seu rosto bagunçando seus cabelos e irritando seus olhos.

Seu pai murmurava algumas coisas enquanto olhava fixamente para a estrada a sua frente, a garota queria saber onde estavam indo, e quanto tempo iria demorar. Mas, todas suas tentativas de falar com o homem de cabelos castanhos e barba rala era inútil.

_Pai, vai demorar muito?- Ela tenta novamente.

_ Alana, cala a droga da boca! Vai ver quando chegarmos.- Ele a responde com rispidez fazendo a garota se encolher no banco de trás.

Seu pai não era uma pessoa paciente, muito menos carinhosa. Na verdade, em doze anos de sua vida ela só conheceu o carinho vindo dele uma vez.

Sua visão de amor foi conturbada por chutes e socos, mas era culpa dela, ele dizia que era. Muitas vezes, em sua maioria, Alana não sabia o motivo da raiva do pai mas provavelmente seu ódio era concebido por suas escolhas.

O sol bate mais forte no vidro fazendo Alana fechar os olhos. 

Dois homens por trás do vidro espelhado analisavam a criança, agora com avental branco, brincando com outras crianças na sala branca. 

_ É melhor que não falhe outra vez, o tempo está acabando.- O homem de cabelos castanhos diz ao loiro.

_ Miguel, ela é apenas uma criança. Pode morrer e se não morrer pode envelhecer com vários tipos de problemas de saúde. É loucura.

Miguel tira seus olhos da criança e olha pra o homem ao seu lado.

_ Edwin, eu decido o que é loucura ou não, se estou dizendo que ela vai sobreviver ela vai. 

Edwin Jenner passa as mãos pelo rosto aflito e espantado com a calma do homem ao aceitar que sua filha pode morrer.

_ Trinta e duas crianças, Trinta e duas vidas por uma loucura! Posso perder minha licença por isso. E dessa vez não é uma criança qualquer, é sua filha!

O homem volta ao olhar pelo vidro, vendo dois homens vestidos de branco entrarem e ejetarem algo no pescoço da garota a fazendo cair nos braços de um deles.

_ Temos um acordo, se descobrirem eu tomo as rédeas.- Ele se aproxima do loiro- Não se meta nos meus assuntos, cumpra sua parte que cumpro a minha, entendeu?

O homem ameaçado engoliu em seco, temendo o olhar do latino. Ele está colocando tudo em jogo por um acordo enganoso que ele se repreende todos os dias por ter aceitado, era bárbaro, era insano.

Miguel Sanchéz Becker era insano, e Edwin temia o que poderia acontecer.

Atualmente

Alana pov's

Depois de todos os adultos se embebedarem- E Dale tentar embebedar Carl- eles foram deitar. Os quartos foram separados em duplas e famílias, acabei por ficar no mesmo quarto que Daryl Dixon.

Andando pelos corredores escuros, sinto arrepios pelo frio do chão. Era madrugada e eu tinha saído para buscar água, e voltando para o quarto tudo parecia muito mais calmo do que minutos atrás. Passando pelo corredor da biblioteca escuto vozes e decido me aproximar, vejo a porta entreaberta e olho pela fresta vendo Shane e Lori.

_ A qual é Lori, só por que ele ta aqui vai me deixar de lado?- A voz de Shane saia embolada.

_ Shane já chega. Você mentiu falou que ele estava morto, eu amo Rick!- Disse  Lori irritada e frustada

_ A vai me dizer que não sente falta de mim.- Shane pergunta e antes que ela responda ele a agarra pela cintura e ignora seus tapas enquanto beija seu pescoço.

Eu deveria gritar, correr e chamar algum adulto mas não consigo, é como se eu estivesse ali. Não me mexo, não faço barulho, não tento ajuda-lá é como se uma mão em minha boca me impedisse.

_Saí Shan! Saí Shane!- Ela grita e o afasta.

Vou para porta da frente a abro me escondendo. Ouço um estalo o que significa que ela o bateu já que logo saí pela porta caminhando com raiva pelos corredores escuros.

Eu deveria ter feito algo, eu deveria. Mas não consegui. Espero que Lori conte ao Rick, espero que ela não tenha medo e o conte. Saio de onde estava e olho pra a biblioteca, Shane de costas para porta agarrava cm força o ferro da mesa.

Abro com cuidado a porta do quarto e assim que entro vejo Daryl Dixon, caído na beira da cama como um bêbado (cosia que ele de fato estava). caminho até ele e o cutuco o fazendo resmungar em protesto, com toda a força que tinha- e com a ajuda de um Daryl meio acordado- o coloco em cima da cama, voltando ofegante pelo esforço.

Alcanço a manta cinza no pé da cama e a pego o cobrindo.

_ Boa noite, caipira

Ao me deitar e encarar o teto branco eu percebo, o mundo acabou. Claro, era algo óbvio, mas, acho que a maioria tinha esperança do centro de pesquisa e prevenção de doenças estar procurando uma cura, mas não, apenas uma pessoa sobreviveu.

Não existem leis, o certo e o errado morreram junto de metade da população. O governo se resume ao individual de cada sobrevivente, nossa preocupação não são mais os vivos, e sim os mortos que caminham sob a terra.

NOTAS DA AUTORA:

O que sera que Alana vai fazer em relação a Shane?

Bom foi isso obrigada por ler ate o próximo, comente e vote isso ajuda no desenvolvimento das fanfics.

Bjs...

até...

THE GIRL- The hope 1Onde histórias criam vida. Descubra agora