Capítulo 32

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~♪Hannah  ~♪

Por mais que o chamasse, por mais que falasse com ele, ele não me respondia, e estava certa de que o veria na queda das estrelas, e lhe pediria desculpas por tudo, por tudo o que eu disse, quando me estresso, as palavras saem sem pensar, e eu praticamente joguei tudo na cara dele.

— se declara, beijo romântico, daí vem a transa selvagem!. -disse Balyo com um sorriso maldoso enquanto dava pulos no quarto.

— irei falar com ele, direi tudo, tudo. -falei decidida.

— é assim que se faz, rainha que é rainha não precisa de coroa e nem da merda do título, só a atitude mostra tudo. -disse ele.

Eu assenti em um suspiro, e tentei outra vez.

Rhysand, isso é punição?? Por favor, fale comigo.

Nada, nenhuma resposta, e eu havia cansado de implorar, eu não era assim, eu nunca implorei a homem nenhum desde que o meu ex noivo me espancou quase me matando, eu nunca mais imploraria.

Mas valia a pena por ele, mas eu havia cansado, e seria hoje. Hoje.

Mas, apesar da carta, apesar da confusão entre nós, quando olhei no espelho uma hora depois, não consegui acreditar no que via refletido.

Fiquei tão aliviada nas últimas semanas por conseguir dormir que me esquecera de agradecer por manter a comida no estômago.

Meu rosto e meu corpo estavam cheios de novo. O que deveria ter levado mais semanas na forma humana fora apressado pelo milagre de meu sangue imortal. E o vestido...

Jamais tinha vestido nada como aquilo, e duvidava que algum dia vestiria algo assim de novo.
Feito de minúsculas gemas azuis, tão pálidas que quase pareciam brancas, ele se agarrava a todas as curvas e todas as depressões antes de descer ao chão e formar uma cauda que parecia luz estelar líquida. As mangas longas eram justas, terminando nos pulsos com punhos de puro diamante. O decote roçava minha clavícula, e a modéstia era compensada pela forma como o vestido envolvia áreas que supus que interessariam a uma fêmea exibir. Meus cabelos ruivos haviam sido afastados do rosto com dois pentes de prata e diamante, e soltos como uma cascata por minhas costas.

E pensei, enquanto estava sozinha no banheiro, que talvez eu parecesse uma estrela cadente.

Rhysand não estava em lugar algum quando tomei coragem para ir ao jardim do telhado. As pedras no vestido tilintavam e farfalhavam contra o piso conforme eu caminhava pela casa quase escura, todas as luzes haviam sido atenuadas ou apagadas.

Na verdade, a cidade inteira apagara as luzes.
Uma figura alada e musculosa estava no alto do telhado, e meu coração deu um salto.
Mas então ele se virou, no momento em que o cheiro do feérico me atingiu. E algo em meu peito pesou um pouco quando Cassian soltou um assobio baixo.

— Devia ter deixado Nuala e Cerridwen me vestirem.

Eu acabei rindo um pouco.

— Você está muito bonito apesar disso. — Ele estava.

Tinha tirado o traje de combate e a armadura, vestia uma túnica preta cujo corte ressaltava aquele corpo de guerreiro. O cabelo preto de Cassian fora penteado e domado, até mesmo as asas pareciam mais limpas.
Cassian estendeu os braços. Os Sifões ainda estavam lá , uma manopla de metal com buracos no lugar dos dedos que se estendia por baixo das mangas feitas sob medida de seu casaco.

— Pronta?.

Ele tinha me feito companhia nos últimos dois dias, me treinava todas as manhãs.
Enquanto me mostrava mais detalhes sobre como usar uma lâmina illyriana, em grande parte como estripar alguém com ela, conversávamos sobre tudo, nossas vidas igualmente miseráveis quando crianças, caça, comida... Tudo, exceto Rhysand.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora