Blue & Gray

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    Acordo de manhã, ao som de Blue & Grey do BTS tocando no despertador. Me espreguiço na cama, e desligo o despertador. Espero uns.. quinze minutos, acho que isso era o suficiente para, o meu corpo fazer download na alma. Me levanto da cama e abri as cortinhas cor creme. Olho a vista através dos vidros transparentes e sorrio.

Viro de costa para o vidro e coço a minha cabeça com a mão direita. Tiro a mesma e vejo um lindo anel vermelho no meu dedo mindinho... Pera anel? Que anel?

Olho para a minha mão e vejo uma linha amarrada no dedo. A linha era grande e saia do meu quarto, provavelmente se espalhando para os outros cantos da casa. Só podia ser uma brincadeira de Sara. Olho para a mão, é melhor tirar a linha, depois coloco de volta, só para fazer o agrado dela.

Tento desamarrar o nó delicado.. mas de delicadeza aquele nó não tinha nada, estava muito apertado isso sim. Tento puxar do meu dedo mas não sai do mesmo jeito!

Talvez, uma tesoura resolva. Pego uma tesoura que estava na gaveta da cômoda, e corto o cordão. Mas ele não corta, não é possível que essa tesoura esteja cega. Eu comprei ela mês passado, quando perdi a outra no metrô.

- Ah! Droga! - murmuro, jogando a tesoura para o outro canto do quarto.

Do que essa linha é feita? Fibra de pneu? Tento mais umas quatro vezes, tirar aquilo do meu dedo, mas não sai.

- Sa.. - pronuncio a primeira sílaba do nome de Sara, mas lembro que não podemos gritar, temos que ir educadamente até a pessoa. Que diabos de regra!

Respiro fundo, e decido falar com ela quando me arrumar. Até que decido puxar o cordão. Vai que o final dele está perto?

Puxo o cordão por debaixo da porta, mas não deu em nada, ele esticava, mas não chegava a um fim.

Olho desolada para aquele treco em meu dedo e vou para o banheiro, pensando em como tirar o blusão que uso para dormir.

Chegando no banheiro, tiro primeiro um braço, depois a cabeça, e fico imaginando, como tirar o braço direito.

Tesoura?

Fala o meu subconsciente. Boa! Respondo de volta.

Que foi? Será que sou eu a única a falar sozinha? Acho que não né!?

Abri a porta do banheiro, e, ando até o canto do quarto, para pegar a tesoura. Esse era o meu blusão favorito cara! Eu não queria desperdiça-ló por causa de uma linha. A Sara vai me paga! A se me paga!

Pego a tesoura, e quando vou cortar o blusão. Ele não estava mais lá.

- Onde.. foi parar? - murmuro indignada.

Olho para os lados, e olho para o chão, e vejo ela caída na porta do banheiro.

- Mas.. como? Hã!? - olho para a blusa e para o meu braço repetidas vezes, sem acreditar no que aconteceu. - Certo, isso é um gatilho pra começar a surtar? - pergunto para mim mesma.

Respiro fundo, pego a blusa, e coloco no cesto de roupas sujas, assim como o resto do que eu estava vestindo. Tomo banho e, coloco uma roupa leve. Um vestido rosa goiaba, e um casaco cor salmão. Arregaço as mangas do casaco até o cotovelo. Quando eu ia arrumar meu cabelo agora curtos e ondulados, três dedos acima do ombro. Lembro da corda no dedo. E me lembro, que vesti a roupa sem nenhum problema.. sou tão distraída assim?

Olho para o cordão já incrédula, e volto a arrumar o meu cabelo receosa. Ter cabelo corto é legal, você pode deixar ele sem pentear que ele fica com um volume, e da pra deixá-lo de qualquer jeito sem se preocupar com penteado. Pelo menos isso da certo na minha vida.

Remember That Night             Livro 1Where stories live. Discover now