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— Mamãe, mamãe, olha o que desenhei. - Melany se aproximou de mim e entregou-me uma folha completamente rabiscada com diversos tons de cores.

— Quem são essas? - Questionei abaixando ao seu lado e apontando para às três figuras diferentes que estavam no papel.

— Essa sou eu. - Apontou para a menor figura desenhada - E essas de mãos dadas são você e mamãe Alexia.

— Mel, já conversamos sobre isso... — Sinto minha voz começar a falhar.

— Eu sei... — Seu olhar foi baixando lentamente do desenho para o chão — Sinto saudades da mamãe Ale.

— Também sinto meu amor. - Coloco meu dedo indicador em seu queixo direcionando seu olhar do chão para mim delicadamente - Mas sua mãe não iria gostar de nos ver tristes, iria? - Sua cabeça se movimenta em sinal de negação - Então onde está o sorriso mais lindo desse mundo? - Seu sorriso foi tímido, quase que inexpressivo, franzo o cenho. - Sei ser capaz de fazer melhor do que isso. - Logo seu sorriso se alargou ocupando quase o rosto todo. - Essa é a minha garota.

Pego Melany no colo e me levanto apenas para a colocar no balcão de granito da cozinha.

— Sinto cheiro de... - Pensou por alguns minutos com o nariz tentando pegar o máximo do aroma no ar. - Panqueca.

— Esperta. - Disse colocando uma panqueca no prato. - Sabe que cheiro estou sentindo? - Ela nega com a cabeça - O cheiro de alguém que ainda não tomou banho para ir à escola.

— Mamãe... - Sua cabeça é jogada para trás enquanto ria.

— Melany...

— Não quero ir à escola, estou cansada. - Argumenta.

— De ficar o dia todo brincando? - Ela assenti, sorrio. - Que tal se... - Penso um pouco - Que tal se você se arrumar e ir para a escola, posso pensar na possibilidade de te dar aquele DVD da Barbie no natal?

— Aquele que tanto quero? - Pergunta desconfiada.

— Aquele que tanto quer. - Confirmo vendo-a imediatamente pular da bancada - Mel, cuidado, irá se machucar.

— Jura juradinho que se for a escola, você me dá o DVD no natal? - Vejo o receio em seu rosto de criança.

— Juro juradinho que pensarei sobre. - Digo.

— De dedinho? - Vejo seu dedo mindinho ser apontado em minha direção.

— De dedinho. - Seguro seu dedo menor selando a promessa.

— Você é a melhor mãe do mundo. - Diz enquanto agarra meu pescoço em um meio abraço;

— E você é a melhor filha do mundo. - Beijo sua testa e ela sai correndo sorridente em direção ao banheiro. - Pare de correr ou acabará se machucando. - Oriento voltando a fazer o café da manhã.

(...)

— Melany, por favor, temos que ir agora ou iremos nos atrasar. - A chamo pela terceira vez, enquanto procuro pela chave do carro na bolsa.

Minha filha subiu para escovar os dentes e pegar a mochila há cerca de dez minutos, quando terminamos de tomar o café da manhã, enquanto terminava de se arrumar, eu arrumava a mesa e lavava a pouca louça que sujara.

Ouço um barulho vindo da cozinha, parecia ser vidraça se quebrando. Caminho lentamente até o cômodo e assim que o adentro vejo diversos cacos de vidro espalhados pelo chão, olho para a janela e a mesma estava completamente estilhaçada. Um temor toma conta do meu corpo.

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