Ué?

— Caio? Aconteceu alguma coisa!? — ele nunca me liga no horário de trabalho.

— Sim! Aconteceu, eu sei que a Sabina te mandou foto do vestido de noiva, me mostra vai. — o barulho de buzinas mostra que ele está na rua.

— Você me ligou para isso? — dou risada sentando na cadeira. — É óbvio que não vou te mostrar, mas é lindo. — provoco.

— Corine! Que tipo de irmã é você que quer a ruína do seu irmão!? — lá vem o drama.

— Uma irmã que te ama muito, e não vai estragar o seu casamento, beijo! — desligo.

Meu irmão era muito ansioso, principalmente quando se tratava da mulher da vida dele. Os dois planejam pegar a guarda da Eva quando se casarem, é claro, um casal que trabalha, e tem uma renda estável é bem mais fácil de se conseguir.

Eu até queria, porém complica, eu mal paro em casa. Mas é óbvio que não vou deixar de ver o meu bolinho de carne, jamais. Sabina é quem fica com ela quando precisamos sair, inclusive é com ela que a pequena estar.

A noiva do meu irmão tem uma loja de cosméticos, a qual ela é a dona, então é claro que pode ficar com a Eva.

Saio de meus pensamentos com o celular tocando, porém dessa vez é o Thomas.

— Almoço na lanchonete de sempre, não se atrase. A Sara está me enlouquecendo querendo saber o que houve no restaurante, culpa sua! Deveria ter contado a ela, a garota me infernizou a noite inteira. — Tom reclama me fazendo olhar para os lados inquieta.

— Okay Tom, diga a Sara que vamos almoçar juntas. — agradeço a Deus por um cliente entrar. — Tenho que desligar, se cuida. — desligo.

Assim que termino de atender o cliente, me sento em um banco na entrada da farmácia.  Claro, não havia acontecido nada de "impressionante" na noite passada. Mas é óbvio que a Sara havia notado algo de diferente em mim.

Ela sempre nota.

Principalmente porque me viu sair daquela sala com o Magnus, então desde ontem sua curiosidade me atormenta para saber o óbvio.

E Magnus, eu não acredito que em três encontros não planejados que tivemos, eu já havia deixado o homem estar entre minhas pernas, isso era tão bizarro!, Afinal ele é um estranho, não importa que ele seja conhecido na mídia, afinal existe assassinos famosos.

Talvez tenha sido carência, meu último namoro foi a dois anos, e desde lá não me relacionei com mais ninguém, nenhum tipo de relação mesmo. Isso porque na minha cabeça para ter alguma relação física, temos antes que ter uma afetiva, apesar que isso nunca deu certo comigo, sempre quebrei a cara.

Será que não está na hora de inverter?

[...]

— Para de gritar porra! — forço minha amiga a sentar de volta na cadeira da lanchonete. Mesmo depois de já ter chamado atenção das pessoas que almoçavam.

— Desculpe. — ela me olha constrangida. — Eu só não estou acreditando, tipo, com você é tudo na base do namoro, e você disse que... — ela aproxima sua cadeira da minha para sussurrar. — Você disse que nunca sentiu prazer com aqueles tomates podres que você namorava.

— Ah, qual é! — olho para o outro lado, que constrangedor.

— Aí Corine, também não é para tanto, essas coisas acontecem. Não é como se fosse o fim do mundo você ter beijado um homem, que dizer, quase ter transado com um homem! — bebo meu suco para não responde-lá. — E por que vocês não foram até o fim!?

— Eu já lhe expliquei. — essa era a única coisa que eu não gostava na minha amiga, a curiosidade extrema.

— E você vai lá hoje!? — ela rouba meu hambúrguer vegano.

— Não!, Eu estou procurando um emprego noturno, você sabe, com as férias vou ter a noite livre, e quero preencher com um trabalho.

— Outro? Mas Corine, o seu trabalho da suficiente para suas despesas após o Caio se mudar, não dá!?

— Da, mas eu quero sair daquela casa. Aquele lugar só me faz lembrar da minha mãe, das brigas do papai com o Caio. — apoio meu braço na mesa.

— E o seu irmão sabe disso?

— É claro que não, você sabe o quanto ele já insistiu que eu fosse morar com ele e a Sabina. Ela não se incomoda, porém os dois vão casar, e mesmo o Caio sendo o meu irmão, não é legal eu já me enfurnar na casa dele. Estou pensando em comprar um apartamento, claro, vai demorar, afinal eu não sou rica, por isso quero um segundo emprego.

— E o Magnus!? — ela questiona.

Eu estava tão feliz pela mãe do Thomas ter precisado de ajuda e ele ter ido embora, não temos segredos entre nós três, porém não é a coisa mais fácil de se dizer.

— Nós nem conhecemos aquele homem Sara. Ele surgiu do nada! Não romantize isso, ele pode ser muito bem um estripador de mulheres!

— Eu não estou romantizando, você que está problematizando. O que custa você ir lá ver o que ele quer!? Nova York é grande, mas nada impede de vocês se esbarrarem de novo.

— Por que está insistindo tanto que eu vá!? — a olho desconfiada.

— Você é uma mulher independente, tem seus próprios ideais, seus princípios, suas escolhas. Mas as vezes parece se fechar nesse mundo de irmãos, trabalho, e faculdade. A vida é só uma, e você deixa correr nessa monótonia. — ela levanta_tenho que ir trabalhar, chegou novos vestidos na loja_ela beija minha testa. — Se mudar de ideia, me liga que eu acompanho você, não é porque eu quero que você se arrisque, que também vou deixar você ir se encontrar sozinha com aquele homem. — ela sai e eu apenas encaro as pessoas no ambiente.

Ela podia ter razão.

— Ou não! — pago o garçom.

[...]

— Aí Caio. — é ridículo o grito fino que dou levantando da cadeira.

— Esse negócio parece que está cheio de nós. — ele me entrega a escova.

— Não está cheio de nós, você que não sabe pentear. — reclamo voltando a me olhar no espelho.

— Tem certeza que não é um encontro? — ele volta a me interrogar.

— Absoluta. — Caio não era um irmão extremamente possessivo, mas eu também não gostava de me abrir por completa, até porque não vou dizer "Então, eu vou sair com um desconhecido com quem quase transei ontem a noite, e tem uma casa de tortura"

— Tudo bem, eu e a Eva vamos sair para jantar com a Sabina, qualquer coisa você me liga?— assinto. — qualquer coisa mesmo!

Dou risada assentindo.

Me encaro uma última vez no espelho, e resolvo desmontar tudo, não, eu não iria toda empiriquitada desse jeito. Retiro o vestido, e os saltos, substituindo por uma meia calça preta, short de alfaiataria também preto, uma blusa lisa básica, e minha jaqueta jeans com coturno sem salto.

Eu estava muito afim de trocar tudo por um pijama e ir dormir, porém eu estava tão decidida a parar de pensar tanto nas coisas por teme-las, que simplesmente fechei a porta encontrando Sara sentada na calçada.

Que eu não me arrependa!

Que eu não me arrependa!

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Clímax - Duologia Donas Do Prazer (Livro |)Where stories live. Discover now