Capítulo 17: A torre

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Atenção, este capítulo não é recomendado para todos os públicos. Se você não gostar de cenas extremamente explícitas ou estiver passando por um momento difícil, não leia o capítulo. A proposta do livro é fornecer entretenimento para as pessoas neste momento em que estamos passando, e não torná-lo mais difícil.

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Senti a primeira barata entrando por minhas narinas, o inseto grande e nojento alongava minha cartilagem nasal para conseguir chegar até minha boca e depois descer rumo aos meu órgãos. Após isso o homem das pernas longas retirou de seu peito a mesma adaga que utilizou na última vez e fez um corte profundo em meu abdômen, e é claro que logo colocou insetos para adentrarem no meu corpo através daquele corte. Após poucos minutos já pude sentir o movimento deles dentro dos meus órgãos, nem preciso falar o quanto a dor era agonizante, nunca vomitei tanto em toda minha vida.

O pior momento chegou quando a criatura aproximou uma centopeia do meu ouvido, quando ela entrou pude sentir sua grande quantidade de patas rastejando e se movimentando enquanto suas presas mordiam meu tímpano. Todo esse barulho começou a me deixar louco, senti meu corpo arder em chamas negras, logo o barulho se sessou. Olhei para meu corpo, todos os ferimentos estavam curados e os insetos pulverizados pelo calor emanado por minha raiva demoníaca.

-Você... Acabou com o nosso jogo só por conta dessa raiva de merda.

-A culpa é sua, seu canalha.

-Do que me chamou?

-De canalha.

-Me dê a porra dessa língua suja! -Disse ele enquanto abria minha boca com sua mão asquerosa, tão asquerosa que eu a mordi.

-Quem pensa que é para me morder? SEU CRETINO!

Para me punir por tê-lo mordido o homem das pernas longas desferiu vários cortes em minhas pernas, arrancou meus olhos e braços e quebrou meus dedos. Essa tortura de merda... Não me arrependo de tê-lo mordido, apesar de a dor estar quase insuportável meu corpo demorou menos para regenerar-se dessa vez, eu ainda tenho alguns minutos até ele vir novamente, então por que não tirar um cochilo?

Sarah narrando:

O castelo por dentro tinha um ar extremamente psicodélico, como se fosse completamente fora da realidade. Lá não se viam cores além de cinza, preto e roxo escuro. As paredes eram feitas de uma pedra preta porosa, o chão parecia se mover enquanto andávamos e o ambiente era repleto por uma densa névoa cinza, aquilo realmente era uma visão despótica e pessimista de um mundo visto por um doente ou simplesmente a personificação da loucura e falta de controle.

Vejo criaturas vindo em nossa direção, somente eu e o resto dos azuis conseguimos lutar naquele ambiente, uma mente com o mínimo de instabilidade se perde e fica fora de combate. Belial, Arthur e Victória fizeram mais que 80% do trabalho, mataram todos os demônios que ainda eram inferiores no térreo da torre. Ao acabarmos de matar todos, olhei ao meu redor e a maioria dos vermelhos estavam mortos, espera... Será que...

-Augusto! -Vi Victória se aproximando do corpo caído de seu namorado.

-Calma Victória, estou bem.

Por mais que tentasse parecer bem, pude ver um pedaço de chifre atravessando sua barriga, ele estava perdendo muito sangue, sua morte era inevitável... Mesmo sendo um exorcista, num lugar como esses e com esse ferimento, não acho que vai sobreviver mais que um dia.

-Não se preocupem comigo, eu ainda consigo andar. - Disse enquanto tirava o pedaço de chifre de seu abdômen.

-Caramba, que durão.

Flores negrasWhere stories live. Discover now