Capítulo 19: Reviravolta

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Este capítulo apresenta cenas fortes e não é recomendado a todos. Se você não estiver bem psicologicamente ou simplesmente não gostar de cenas violentas e linguagem explícita, não leia o capítulo. Aos que vão ler, espero que gostem e lhes desejo uma boa leitura.

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Quinto dia:

Sarah narrando:

Subimos mais alguns andares, os mesmos de antes ainda estão vivos, porém os únicos que permanecem em pé e lutando são Belial e Arthur, que agora já estava com suas pernas bambas. Faço um esforço para me levantar, porém é inútil, eu sou mesmo uma incapaz... Nem mesmo Belial está suportando lutar contra tantos demônios, a morte está próxima, agora consigo vê-la com os meus próprios olhos enquanto Arthur cai no chão e Belial é lançado contra a parede por um demônio enorme e cinza.

Por incrível que pareça ela é linda, bem diferente do que é retratada nos livros. A morte na verdade é algo confuso... Não parece nem homem nem mulher, qualquer descrição de gênero se encaixaria perfeitamente nela. A figura portava um manto negro e tinha um cabelo liso e moreno que se estendia até a altura de seu pescoço, sua pele era branca como a neve, por algum motivo também éramos capazes de ver o que havia por trás de sua pele, ou seja, um esqueleto perfeitamente liso e, de certa forma, lindo.

A vi andar em minha direção, sua presença era imponente, tanto que senti meus órgãos sendo comprimidos e meus sentidos se tornando incongruentes com a realidade, que por sua vez já era peculiar. Em pouco tempo o ser chegou até mim e tocou delicadamente em meu rosto, sua mão era extremamente fria, mais alguns segundos se passaram e a morte se abaixou para poder sussurrar em meu ouvido.

-Ainda não é a sua hora. -Disse com sua voz gelada e profunda, ela carregava consigo algo inexplicável por meros mortais, porém escutar aquela voz me paralisou, agora só sou capaz de mover meus olhos, meu corpo está duro e catatônico. A misteriosa entidade sumiu literalmente em um piscar de olho, após isso olho para cima ainda deitada e vejo inúmeros homens com mantos diferentes correndo e pulando os corpos no chão enquanto matavam os demônios presentes na sala, são eles... Vieram nos salvar. Senti uma lágrima saindo de meu olho, que por sua vez se fechava lentamente, me sinto fraca, acho que vou dormir um pouco.

Levi narrando:

Abro os olhos e vejo que estou na mesma cadeira, porém em uma sala completamente escura e de aparência infinita com inúmeras rosas espalhadas pelo chão, vejo uma mulher alta e bonita vestindo um longo vestido preto lentamente se aproximando, depois de alguns passos pude ver seus chifres. Era a mesma mulher que chorou na morte de meu pai, aquela era minha mãe. Em alguns instantes ela chega até mim, fico boquiaberto com o tamanho de sua beleza.

-Você... É minha mãe, não é?

Ela se aproxima do meu ouvido, sua voz era áspera e dolorosa, quanto mais ela falava, mais sentia meu corpo ferver em pura energia, nunca vou esquecer de suas palavras. Quando ela acabou, senti minha pele arder enquanto bolhas cinzas se formavam nela, estas mesmas bolhas incharam até explodirem e de lá sair um líquido preto, a dor era insuportável. Quando o líquido entrou em contato com as rosas, de uma a uma elas foram se tornando flores negras e tristes, pude ver poeira cinza saindo delas, isso junto com o quarto preto tornou o ambiente extremamente surreal e amedrontador, quase como se fosse um pesadelo.

Lilith então se ergue diante a escuridão e seu olhar forte se fixa diretamente nos meus olhos que agora se paralisavam, eu realmente não conseguia mover meus próprios olhos... Muito menos o resto do meu corpo que continuavam explodindo em bolhas pretas e nojentas.

Flores negrasWhere stories live. Discover now