Capítulo XLI

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Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.

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Abri meus olhos, ainda sonolenta, e tentei me situar. O cômodo não era estranho e, com mais alguns segundos acordada, lembrei que estava no quarto de Jake e que, o corpo quente colado ao meu, era o dele. Virei o rosto em sua direção, vendo sua expressão tranquila enquanto dorme. Suspiro, totalmente caidinha por aquele homem e satisfeita pela noite que tivemos.

Mordo meu lábio, indecisa entre o acordar para mais um round, ou deixar ele dormir. No fim, ao ouvir barulhos vindos de outro cômodo da casa, decido ir para casa, já que não avisei Charlie ao sumir do casamento ontem. Levanto com cuidado, tirando o braço pesado de Jacob de cima de mim e pego uma cueca dele do seu guarda-roupa. Visto a boxer e uma camiseta e saio do quarto.

— Bom dia. — Billy diz saindo de seu próprio quarto e me interceptando no corredor. — Parece que um furacão passou pela minha casa, não acha?

Olho ao redor, corando enquanto vejo toda a bagunça que fizemos durante a madrugada. Além do sofá e da porta quebrada, havia roupas pelo chão, os restos da minha calcinha, e prestando mais atenção, vejo o quadro de formatura do primário do Jacob no chão. Aperto os olhos, tentando me lembrar em qual parte da noite tinha acontecido isso, e a cena de Jacob me prensando na parede vem a minha mente.

Ah, sim...

— Realmente, padrinho. O que será que aconteceu aqui, né? — Me faço de desentendida, indo para a sala e pegando minhas roupas do chão. — Pegou até minhas roupas, que coisa, não?

Billy ri atrás de mim e para ao lado do seu sofá, vendo o encosto quebrado no chão.

— Se protegeram pelo menos? — Mordo meu lábio outra vez, lembrando que em nenhum momento da noite nos lembramos da droga da camisinha. — Ótimo, estou louco para ser avô. — Ele fala, interpretando meu silêncio de maneira certa e sorrindo zombeteiro.

— Para de falar bobagem, pelo amor. — Peço exasperada, juntando minhas roupas no peito. — Sou uma loba, e lobas não podem engravidar.

— Bem, nunca tivemos lobas antes de você e da Leah, então quem sabe? — Billy murmura, indo para a cozinha.

Só ele estava em casa, então Paul e Rachel tinham se acertado da pequena discussão que tiveram antes dela ir para o casamento. Olho ao redor, ouvindo a respiração pesada de Jacob e, me lembrando de Charlie em casa e do sermão que me aguardava, peguei minhas chaves e saí de fininho pela porta com o trinco quebrado.

Quando entro no carro, jogo meu vestido, os sapatos e o resto de calcinha no banco de trás, dando partida e saindo da reserva. Não demoro a estacionar em frente de casa e, soltando um palavrão, percebo que nem me troquei antes de sair de casa. Merda, Charlie ia pirar!

Respiro fundo, tacando o foda-se e saio do carro, indo descalça para a porta e a abrindo, como se não tivesse passado a noite inteira trepando igual cadela no cio.

Entro silenciosamente, mas tudo vai por água abaixo quando Charlie pigarreia, e viro para o sofá lentamente, encarando seu olhar sério.

— Te procurei para ir embora depois do casamento. — Ele diz, severo, e incho as bochechas com ar, fazendo bico e tentando parecer inocente. — Mas aí Sue me diz que viu você e Jacob saindo de fininho.

— Qual é, pai! O senhor tava todo animado com a Sue, não quis incomodar. — Jogo uma desculpa qualquer, dizendo nas entrelinhas que também tinha visto ele se engraçando com tia Sue durante o casamento.

— Não acredito que passou a noite com Jacob!

— Passei, pai. — Respiro fundo, querendo acabar com aquela discussão. — Passei por que Jacob é meu companheiro. E não entendo todo esse escândalo, o senhor sabe que não sou mais virgem há pelo menos dois anos!

Ele faz careta, lembrando do dia que liguei para ele, entre culpada e eufórica, e disse o que aconteceu entre mim e Max, um colega da escola de artes. Como minha mãe e minha madrinha tinham morrido, a única pessoa que eu podia contar contar era meu pai. Que ficou puto, e quis viajar até Nova York para atirar no marmanjo que tinha tirado a inocência da sua filhinha.

— Que história é essa de companheiros? É tipo namorados?

Respiro fundo, passando a mão no rosto e pensando em como diria sobre o imprinting para Charlie sem que ele surtasse. Mais do que já estava surtando.

— É mais do que isso, pai. Eu sei que o senhor tem ignorado essa coisa de lobos, por que eu também tenho, mas existem coisas que não podemos ignorar. E isso é uma dessas coisas. — Faço a introdução, colocando as mãos na cintura e tomando fôlego. — Os lobos têm uma coisa, é tipo amor à primeira vista. Reconhecemos nossas almas gêmeas com um único olhar, e Jacob é minha alma gêmea. Meu imprinting.

— Como assim alma gêmea, Ada? Você só tem dezessete anos! — Ele levanta, confuso e bravo.

— É uma coisa de lobo, papai. Não podemos controlar, nem ir contra. Eu tentei, mas no fim não tem como ir contra. E, — respirei fundo, preparada para dizer aquelas palavras em voz alta — eu não quero ir contra. Eu amo Jake, papai.

Charlie paralisou por um momento, me encarando com olhos sérios. No fim, ele apenas suspira, resignado, parecendo dez anos mais velho do que realmente era.

— Uma filha minha se casa, e a outra tem uma alma gêmea. — Ele coloca as mãos na cintura, parecendo triste com aquele fato. — No fim, vou ser só um velho sozinho e solteirão, com uma casa vazia.

Vou até ele, envolvendo meus braços ao redor de Charlie e o abraçando com força.

— Velho e solteirão o senhor já é, mas nunca vai ficar sozinho.

*×*

[ n o t a s ]

oi minha gente! capítulo 3 concluído com sucesso. quase não consegui.

é isso. boa leitura, até o próximo e beijinho!

𝐄𝐕𝐀𝐍𝐄𝐒𝐂𝐄𝐍𝐓, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora