Sweet Blood • BounPrem

XII

Quando paramos na frente da escola, tenho a impressão de que todo mundo está olhando para nós por mais que só tenha alguns estudantes ali.

— Sempre viemos a pé, porque precisou ir me buscar com essa moto monstruosa hoje? — Eu cochicho para Boun, enquanto desço da moto.

— Prem, não fale assim da Nebulosa. Eu achei que já que eu tenho uma moto, não precisaríamos vir a pé para a escola.

— Você pilota igual um louco.

— Posso te ensinar a pilotar um dia. 

 Eu reviro os olhos e Boun desce da moto, guardando nossos capacetes. 

 Ele passa os braços ao redor dos meus ombros e eu sou pego desprevenido com o gesto. Nunca havia ficado desse jeito com ele em público, isso mudava... tudo.

— O que? — Ele me pergunta. 

 Eu sacudo a cabeça e tento criar um bloqueio em meus pensamentos. Será que ele lia meus pensamentos o tempo inteiro? Eu ainda precisava perguntar isso para ele. 

 Quando entramos na sala, Pook e suas amigas nos observa dando risadinhas e gritinhos eufóricos. Me sento na mesma cadeira que me sentei no meu primeiro dia, e Boun senta na cadeira a minha frente, virando o corpo em minha direção. 

 O sr. Thanit entra logo em seguida e começa a fazer perguntas sobre nosso projeto. Brigo com Boun para que ele se vire para frente e ele se vira, deitando a cabeça em minha mesa. Tento fazer algumas anotações mas a todo momento seu cabelo platinado, quase branco se espalha em minha mesa. Seus olhos escuros me encaram, a íris tão escura que eu sinto um arrepio subir pelo meu corpo. Eu molho meus lábios e desvio os olhos quando minhas bochechas começam a corar. Eu o desejo como nunca desejei alguém antes. 

Tudo nele é tão atraente para mim. 

Boun se afasta e fica ereto na cadeira, e eu não preciso perguntar o que houve. Talvez ele estivesse em silêncio lendo minha mente mas, não é algo que ele não soubesse, é? 

Eu o queria. 

Daquele jeito e de todas as formas humanamente possíveis. 

                                                                                        •••

Depois do intervalo, o sr. Thanit manda todo mundo para a biblioteca. O objetivo é terminarmos o projeto. Eu pego alguns livros sobre mitologia grega e nórdica e coloco na mesa. Boun ergue uma sobrancelha e eu me sento, abrindo um dos livros.

— Pensei em escolhermos um deus da mitologia e fazermos uma pesquisa baseada nele para entregarmos. — Eu digo, folheando um dos livros.

— Pode ser dois deuses? Eu faço um e você o outro.

— Tudo bem. Dois deuses então.

— Afrodite e Himerus. 

 Eu encaro Boun e ele está dando um sorrisinho muito malicioso. Afrodite era deusa do amor, e Himerus era o deus do sexo.

— Porque eles dois? — Eu questiono.

— Gosto deles, são interessantes. 

 Sua resposta é simples e curta, mas faz meu rosto corar. Ele com certeza havia lido minha mente na sala de aula.

— Como isso funciona? — Eu pergunto.

— O que?

— Você ler mentes.