XI

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Quando chegamos na porta da minha casa, já passa das onze horas da manhã. As persianas estão fechadas, o que indica que minha mãe e P'Don já saíram para trabalhar. A viagem de volta naquela moto que Boun chama de Nebulosa, foi mais fácil do que da primeira vez. Mantive os olhos fechados durante todo o caminho, e não me sentia tão enjoado.

 Eu olho ao redor. A rua está silenciosa, e fico pensando que Brianna vai pular de algum lugar a qualquer momento e machucar não só eu, mas Boun também.

— Você está seguro. — Ele diz. 

 Boun me puxa em um abraço e eu afundo o rosto em seu peito, inalando seu cheiro que parece me tranquilizar. 

 Eu me afasto, decidido a perguntar a pergunta que eu fugi durante todo aquele tempo.

— Boun?

— Hum?

— O que pode... matar um vampiro? 

 Ele se afasta e se encosta em sua moto, chutando um grão de terra da minha calçada.

— Alguns artefatos mas, o mais conhecido seria uma estaca de madeira. 

 Mordo os lábios em agonia, agonia em pensar que Boun poderia não existir mais. Teoricamente não era para ele existir, apenas em livros mas ali estava ele, parado na minha frente como se fosse um deus.

— Não quero que nada machuque você. — Eu digo, sem conseguir olhá-lo nos olhos.

 Sua mão agarra meu queixo de forma gentil e ele ergue meu rosto, fazendo com que eu o encare. Seu polegar faz um carinho suave em minha bochecha.

— Prem, a única coisa que pode me machucar é você.

— Não é verdade. 

 Um vislumbre de Brianna com os olhos injetados passa por minha cabeça.

— Brianna? Ela virá atrás de mim em algum momento. Problemas familiares é para sempre.

— Nao quero ser a causa dos seus problemas familiares, você devia me transformar.

— Já discutimos isso. — Ele beija minha bochecha e se afasta, subindo em sua moto.

 — Descanse, eu venho te buscar antes da aula.

— Vamos juntos... para a escola? 

 Boun me lança um sorriso malicioso e sai em alta velocidade pela minha rua, me deixando sozinho e em choque na calçada. Aquilo era demais, E grande, maior do que toda a questão de vampiro e gêmea do mal. 

Era quase como se eu e Boun estivéssemos... 

Acabo me estapeando no rosto de leve, para ver se eu não acordo daquele sonho. Caminho em direção á minha porta e quando entro dentro de casa, ainda estou sorrindo com o fato de que talvez seja isso. Boun Guntachai e Prem Space estão namorando.

                                                                                       •••

Minha mãe deixou o almoço no forno para mim, e eu como um pouco para ela ver que eu vim para casa cedo como Boun prometera para ela. Talvez ela só tenha feito meu prato para eu comer e ela ter certeza de que eu vim para casa cedo, e isso se confirma quando ela me liga mais tarde quando já estou quase pegando no sono.

— Oi, mãe.

— Boun deixou você em casa direitinho? 

 Meu coração aperta, como é possível eu já estar com saudade dele? O que será que ele estava fazendo agora?

Sweet Blood • BounPremWhere stories live. Discover now