— Seb, acho que para você a mudança é um pouco maior porque o carro da Ferrari é diferente do nosso e quando você foi da RBR o motor não era Honda, né? O que me diz?

— É, são carros diferentes e eu fiquei tempo demais lá. — Mia sorriu, adorava a energia que o piloto sempre emanava, até quando não estava em um bom dia. — Ainda estou me adaptando, estou fazendo boas voltas, conseguindo controlar bem o carro, mas sinto que ainda não estou tirando o máximo proveito dele. Ainda não consegui bater o tempo do Max, mas acredito que seja só questão de tempo. — Provocou e Mia sorriu.

— Eu e o carro somos um só há anos, não vá achando que vai ser fácil bater os meus números nessa pista e nesse carro. — Se gabou.

— Nem me fale em bater, Max! — Mia interveio, fazendo os dois rirem. — A última coisa que quero é vocês disputando ao ponto de saírem os dois de um circuito.

— Se você me mandar deixar ele passar eu juro que peço demissão agora. — Max cruzou os braços.

— Larga de besteira, Max. Ninguém vai se demitir e ninguém vai ter que deixar ninguém passar. Vocês precisam ter em mente que no final das contas nosso objetivo é ter a Rennen acima de todos os outros construtores no campeonato, por isso o ideal é que vocês dois estejam sempre no topo, disputem posições, mas sejam prudentes.

— Acho que Barcelona vai nos dar uma ideia mais real tanto do carro como da direção e dos nossos tempos. — Seb olhou Max com um sorriso de canto.

— Sim, será nosso teste real. E como está sendo o relacionamento de vocês com seus engenheiros, suas equipes?

— Tudo perfeito. — Mia assentiu para o irmão, a equipe dele era a mesma há um bom tempo.

— Tudo tranquilo comigo também, demoramos um pouco para falar a mesma língua, ele era acostumado com o Lefebvre, mas conseguimos encontrar uma forma boa de trabalhar e acho que vai ser uma boa parceria sim. — Mia sorriu, aliviada por aquelas palavras.

— Bom, muito bom. Se alguma coisa não estiver funcionando, eu preciso que sejam honestos e nos avisem.

Durante o tempo que passaram ali, Mia ficou satisfeita ao perceber que Max estava menos incomodado com o fato de Vettel ser o primeiro piloto e também que ambos estavam trocando experiências. Admirava como Sebastian via alguns dos pilotos mais novos quase como um pai, a forma como ele sentia orgulho das conquistas deles e isso a fazia acreditar ainda mais na vitória para a Rennen ao final do ano.

Naquele mesmo dia, Mia teria uma reunião mais abrangente com os aerodinamicistas, projetistas e engenheiros e a pauta era o ajuste na asa dianteira dos carros. A ideia era um ajuste que gerasse ainda mais downforce além da introdução de dispositivos no bico da asa, visando gerar maior aproveitamento da energia potencial em potência.

Essa, de longe, tinha sido a mais desgastante para Mia, porque eles conversavam em termos que não eram de tão fácil entendimento para ela. Mesmo assim, o fato de estarem todos de acordo com a mesma linha de raciocínio e com previsão de conseguirem às mudanças até o mês seguinte a deixava com a sensação de dever cumprido.

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— Para de balançar essa perna, Mia! Vai dar tudo certo. — Rosaleen tentava acalmar a amiga pela quarta vez.

Estavam em Londres para uma reunião com um representante da Monster, que mesmo já patrocinando a Mercedes, havia enviado uma proposta para patrocinar a Rennen assim que Vettel havia sido confirmado como piloto da equipe. A proposta era para um contrato de três temporadas e Mia havia preferido conversar pessoalmente, para ajustar partes muito soltas antes de formalizarem um contrato.

Racing for Love || Charles LeclercWhere stories live. Discover now