Capítulo 10

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"— Você quer o quê? – Raider gritou. Meadow simplesmente negou com a cabeça.
— Precisamos ir para Gaoth.
— Quer levar uma bruxa, um humano e uma fada renegada até o reino de um rei genocida que está a procura de escravos para serem mandados para a guerra? – Raider perguntou, sua voz alta. Meadow acenou em concordância com ele.
— Sim.
— Ela ficou louca. – o caçador disse a bruxa.
— Eu posso ir sozinha. – a fada disse encolhendo os ombros. Ela esperava que eles ficassem, seria mais fácil assim.
— Você não vai sozinha. – Meadow protestou. A fada revirou os olhos. — Raider vai com você.
— Se eu for, você também vai. – ele respondeu a bruxa, que fez uma careta.
— Como vamos entrar em Gaoth? Ele não é um reino flutuante?
— Só o castelo é. Gaoth fica numa ilha de pedra, todas as bordas ficam a oitocentos metros acima do mar. – Fawn explicou.
— Você já esteve lá? – Raider perguntou curioso. — É de onde você é?
— Já estive em Gaoth. Entrar lá vai ser fácil.
— Não é fácil entrar em nenhum reino em tempos de guerra.
— É fácil quando o reino em questão vai realizar a maior festa dos seis reinos de Faerie.
— A Feira de Uragan? – Meadow perguntou, seus olhos brilhavam. Existiam muitas coisas naquela feira que iriam interessar uma bruxa. Coisas que não eram encontradas em nenhum outro lugar além daquele. — Eu decidi que vou te ajudar, Fawn.
— Bruxa interesseira. – o caçador murmurou. Meadow sorriu e o ignorou. Sua mente estava em tudo o que ela poderia comprar na Feira de Uragan, na capital de Gaoth."
— Trilogia Fogo e Aço —

Ivan

Ela estava se afastando. Talvez não fosse algo consciente, mas eu podia sentir a diferença nela.

Essa Rainbow não era a mesma que dançou comigo e me beijou. Não era a mesma que me convidou para seu quarto.

Eu não conhecia essa Rainbow.

Assustadoramente, a sensação que eu tive quando a conheci – de que ela poderia desaparecer no ar se eu tirasse meus olhos dela – , voltou.

Eu queria voltar para o momento em que ainda estávamos na cabana. Lá ainda éramos um nós. Aqui fora, andando para a festa, ela parecia solitária demais. Não fazia sentido.

Sorria para mim, Chuvisco. Faça um de seus comentários sarcásticos. Olhe para mim. Qualquer coisa. Por favor.

— Rainbow. – chamei. Ela continuou andando, como se eu não estivesse ao seu lado. Ela parecia estar a mil anos luz de distância. — Rainbow. – peguei sua mão. Isso pareceu chamar a atenção dela e ela me encarou. Intensamente. Mais do que em qualquer outro momento.

Por alguma razão, esse olhar fez meu peito doer.

— Que merda. – ela murmurou. Eu franzi o cenho. — Porcaria.

— Você está me xingando ou eu estou errado? – perguntei confuso. Isso trouxe um pequeno sorriso ao semblante dela e eu pude respirar melhor.

— Está errado.

— Por quanto tempo você pretende fingir que eu não existo?

— Se for possível, para sempre. – ela disse. E não parecia estar brincando. Ao invés de me sentir devidamente ofendido, eu sorri.

— Não vai ser possível.

— Foi o que eu pensei. – ela disse, dando de ombros. — Mas quem está na chuva, é para se molhar.

— Você está me deixando confuso. – respondi. Agora eu entendi o que Eli quis dizer quando falou que ela usava enigmas para se comunicar. Eu sentia como se estivéssemos falando dois idiomas diferentes.

Antes de você (The Heartbreakers #2)Where stories live. Discover now