Capítulo XXXV

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//Caso queira relembrar o nome de algum personagem, consulte o capítulo XIII.

Dohan percebeu que os guardas precisavam ser controlados por uma força maior, no caso Telbeth, pois, quando Laelia e Erebus investiam contra o novo Rei, seus golpes vacilavam e eles estacavam, confusos. A desvantagem, porém, era quase imperceptível, porque o nível de habilidade deles parecia ter se multiplicado.

— Juhe! Cuidado! — gritou para a irmã, que girou o corpo a fim de evitar um golpe. Todos ainda estavam acorrentados, o que dificultava a locomoção.

— Essas correntes são infernais! — reclamou a garota. Laelia a ouviu e direcionou seu poder para elas. O ferro se rompeu como papel, e os prisioneiros se viram livres para lutar como quisessem.

Bellona, a Rainha de Feriscruen, e seu filho Demir atiraram-se sobre um guarda robusto. As unhas de ferro que a mulher usava como acessório cortaram o rosto do homem, fazendo brotar um sangue escuro e viscoso. Demir o atacou, também no rosto, aproveitando seu desnorteamento. Os irmãos Nikolai e Morana puderam, finalmente, alcançar as armas escondidas em suas roupas. A jovem retirou da bainha presa à cintura uma adaga tripla e perfurou o abdômen de uma guarda que corria em sua direção.

Hugo e Ernya Battory retiraram os machados cruzados das paredes e golpearam como loucos. Seus filhos atiraram óleo em alguns sentinelas e correram atrás deles com candelabros nas mãos. Iohan, irmão de Dohan, logo se juntou a eles e ateou fogo em sua espada após untá-la em óleo.

Os membros de Callidues conseguiram arrancar dos mortos alguns escudos para se proteger. Eles formavam uma pequena barreira protetora, junto com Juhe e Tâmla Dahab.

O caos estava generalizado. Quando um guarda era abatido, outro aparecia em seu lugar para substituí-lo. Porém os prisioneiros contavam com uma vantagem: além dos movimentos algumas vezes vacilantes, eles também eram bem previsíveis e lutavam de forma igual. Jair logo percebeu o padrão e alertou os outros.

Enquanto isso, Laelia e Erebus se esforçavam para manter o foco em Telbeth. As sombras o envolviam, mas ele sabia lidar com a escuridão. A Rainha tentava destruir a coroa maligna do filho, entretanto, apesar de sua aparência frágil, ela era quase indestrutível.

Katha viu suas irmãs, Kenna e Konna, correrem em direção às janelas, escoltadas por seus pais. Natan, seu irmão mais velho, lutava bravamente ao lado de Neith, de Feriscruen, enquanto protegia Manon e Goa. Ela sentiu a pungente dor da exclusão invadir seu peito e esbravejou:

Não veem que podemos morrer aqui? — A atenção de muitos foi atraída para a cena familiar. Guardas correram para impedir os fugitivos e Venisa os atacou com um pedaço de madeira de uma das cadeiras partidas. Pietro, segurando o respaldo quebrado de um dos assentos, se preocupava em quebrar as janelas.

— Se não der certo, saiba que amamos vocês! — gritou o pai. No mesmo instante, uma guarda investiu contra as gêmeas com sua espada e conseguiu ferir o ombro de Konna, que terminava de passar pelo buraco no vidro. Pietro tentou defendê-las e acabou decepado.

Gritos cortaram o salão, Ivan Novgorod fincou sua espada no pescoço da mulher que havia assassinado Pietro. Katha precisou ser defendida, pois seu corpo não era capaz de se mexer. Kenna e Konna choravam na grande varanda externa, enquanto Venisa lutava contra as lágrimas e os soldados, ela gritou:

— Vão logo!

Cada gêmea retirou do bolso uma ocarina e começou a tocar uma música fúnebre, interrompida de tempos em tempos por causa dos soluços. No lado de dentro do salão, o caos formava uma batalha comprimida, em contraste com a melodiosa canção que vinha da varanda.

— O que elas pensam que estão fazendo...?— começou Dohan, mas um estrondo o calou. O lustre havia desabado em cima da mesa de jantar. Muitos tentaram se proteger cobrindo o rosto, mas os estilhaços ainda assim causaram diversos ferimentos.

— Laelia! A coroa! Destrua a coroa! — gritou Erebus. A escuridão ficou mais densa no salão.

— Eu não consigo!

O bruxo expirou, impotente e cheio de agonia e falou:

— Então destrua Telbeth.

Toda a confusão destrutiva que balançava o chão e o teto e as paredes pareceu recuar. Os guardas aproximaram-se do príncipe, aproveitando a distração, já que a névoa preta de Erebus os mantinha afastados. O novo rei vociferou:

— Guardas, usem meus olhos e meus ouvidos, acabem com eles!

— Laelia, não temos tempo — disse Erebus, envolvendo-os com seu poder. Lágrimas manchavam o rosto da mulher, o que era estranho de ver. Antes de serem levados pelos caminhos ocultos das sombras, porém, ela lançou uma onda destrutiva, e metade do salão desabou.

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Conheçam também minha nova obra "Crying Clown", que terá o primeiro capítulo lançado sábado!

Até a próxima!

O Encanto da LuaWhere stories live. Discover now