Capítulo Vinte e Seis

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Meses se passaram e finalmente o sol de Seatorn estava sob a minha cabeça.

Usava um vestido simples verde escuro com um corpete marrom, junto com botas, o cinto com a espada e pistola que usava eu deixei no navio. Mas por baixo da saia, em um suporte na coxa, eu escondia uma pistola.

Passei pelas ruas que eu senti falta, pessoas andavam normalmente, tinha uma feira acontecendo  não muito longe da onde eu estava.

Parei de andar ficando de frente para a igreja onde eu frequentava, fui para a lateral dela vendo a imagem de Aleksandra na parede.

Acabei sorrindo e um raio de sol bateu na parede em resposta.

Andei em direção da minha casa, meu coração palpitava rápido na esperança que meus pais ainda morassem nela.

Subi os degraus da porta e bati na porta três vezes, minhas mãos suavam. Uma mulher abriu enquanto limpava as mãos no avental branco sujo de farinha.

- Mãe.- digo segurando as lágrimas.

- Sophia... pelos Santos!- ela me abraçou e eu não segurei as lágrimas, eu senti falta dela.- Héctor! Vem aqui!

O homem desceu as escadas ajeitando o óculos, minha mãe separou o abraço e eu entrei na casa.

- Pai...

- Minha sophia.- ele me abraçou.- Pelos Santos, é um milagre.

Minha mãe tinha seus quarenta anos, meus pai já estava nos seus cinquenta. Minha mãe tinha a pele branca, os cabelos castanhos claros e os olhos castanhos escuros.

Meu pai tinha a pele bronzeada, os cabelos curtos castanhos escuros e os olhos avelã.

Minha mãe fechou a porta e se juntou ao abraço com o meu pai, minha mãe passou a mão nos cabelos e eu fechei os olhos, senti falta deles.

Depois da emoção, eu me sentei no sofá da sala e expliquei tudo o que aconteceu, bom, resumo o que aconteceu. Contei para eles que eu era a reencarnação de Aleksandra mas eles não acreditaram muito, acharam que eu bati a cabeça em uma pedra.

Então eu fiz um leve raio de luz com a mão e minha mãe caiu de joelhos sem acreditar.

Não disse que morri ou dei detalhes da maldição, expliquei que morava em um navio agora, com novos amigos e um genro.

- Então você não vai ficar?

- Não, eu vou conhecer o mundo, como eu sempre quis. Eu ficarei bem, eu prometo.

- E esse genro, ele é um bom homem?- meu pai perguntou ajeitando os óculos.

- Ele...é o capitão do navio, certamente um bom homem.- digo, não mencionei que o navio onde estava era um navio pirata.- Vou trazê-lo da próxima vez que eu vier visitar vocês.

- Você vai embora hoje?- minha mãe perguntou.

- O navio parou em Seatorn apenas para abastecer, mas da próxima vez eu prometo ficar alguns dias.

Fiquei a tarde toda com eles, eles me contando tudo que aconteceu durante os meses que eu fiquei fora.

Antes de ir embora, passei no meu quarto e arrumei uma bolsa com as coisas que iria levar para o navio.

Depois meus pais se despediram, minha mãe me abraçou e beijou minha bochecha, meu pai beijou o topo da minha cabeça e me abraçou.

- Vá com os Santos e não esqueça de escrever cartas.

- Não vou esquecer.- sai da casa e depois acenei para os dois antes de eu virar a rua.

Meu coração estava mais leve, sabendo que eles estavam bem, por um instante eu jurei ver um flash da minha avó sorrindo usando branco, balancei a cabeça achando loucura.

Andei pelo Porto até chegar ao navio, o céu estava colorido com o por do sol.

Subi a rampa de madeira até o convés e depois a puxaram para dentro do navio.

- Capitã no convés!- um pirata gritou e os outros cantarolaram " Yo-Ho! Yo-Ho!".

Depois de deixar minha bolsa na cabine de Henry, voltei para o convés subindo as escadas para o timão. O garoto de cabelos loiros acizentados e olhos verdes estava lá, o navio começou a se mover.

Henry me puxou pela cintura e deu um selar demorado nos meus lábios.

- Como foi com os meus sogros?

- Muito bom, mas da próxima vez você não pode ir visita-los vestido de pirata.- Henry estalou a língua revirando os olhos e eu ri fraco.

Abigail não estava abordo conosco, mas iríamos buscá-la na caverna onde ela morava, Jack e Kailani treinavam com espadas rindo.

Empurrei Henry para o lado e segurei o timão com as duas mãos.

- Para onde vamos, santa?- olhei para ele e depois girei o timão mudando o curso para o norte.

- Para o horizonte, para os tesouros, capitão.- Henry foi para trás de mim, abraçou minha cintura e colocou sua mão direita em cima da minha que estava no timão.- Eu te amo.

- Também te amo.- disse perto do meu ouvido.

Eu estava muito feliz e sentia que Aleksandra também estava.

Observei os últimos raios de sol até a noite cair.

Fim!

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Mais uma história que chegou ao fim.

Espero que tenham gostado e até a próxima!

A Maldição dos SantosWhere stories live. Discover now