Arrependimento.

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MANUELA_ 

Eu literalmente não saberia lidar se o Lennon soubesse que eu estava naquela ligação. Eu não pretendo estragar a vida dele logo agora. 

Tive que ir pra BH resolver o resto das coisas da casa e voltei no mesmo dia. Minha menina nao pode nascer ainda. 

Já tenho muita contração de Braxton Hicks, uma dorzinha insuportável. 

Minha filha mexe que é uma beleza. Parece uma jogadora. E a cada dia eu me permito ser feliz mais um pouco. 

Depois que voltei de viagem, arrumei algumas coisas nas caixas, as coisas da bebê só o necessário deixei fora, que eu vou levar comigo.

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Se passaram duas semanas e eu estou agoniada que até agora ela não nasceu, mas eu estou sentindo que está perto.

Nesse momento eu estou no centro comprando as últimas coisinhas que faltaram. 

Resolvi comer um pastel e parei bem numa lanchonete que tinha ali. A cidade era pequena, mas é bem conhecida. E todo mundo sabe da sua vida sem você ao menos contar.

Estava indo embora já pra casa quando uma menina me parou na rua e me olha com cara de nojo.

-Quem é o pai do seu bebê- disse com cara de desdém

- Minha querida, isso não é da sua conta não viu. - disse saindo dali, mas a mulher é chata demais e não deixa. 

- vai ficar sem pai igual a você. Talvez seja a ordem né… a mãe não tem pai, e a filha também não. - eu olhei pra ela incrédula com as suas palavras.

Fala de mim, até mesmo dos meus pais, eu sofro mas eu aguento. Mas não fala da minha filha não. 

- olha aqui sua mocreia, fala da minha filha não. Por que dá próxima vez eu não vou só falar não.- falei agarrando o braço dela forte e ela olhou com medo. - minha filha tem eu pra dar tudo que ela precisa. Não se mete com nenhuma de nós duas que eu te quebro de porrada, ridícula.

Tive que me rebaixar ao nível dela, não podia deixar falar da minha filha. Eu sou tranquila até demais.

Não é a primeira vez que ela enche meu saco com essas perguntas. 

Mas ela me parece saber mais sobre a história dos meus pais do que ela conta. Eu não sei o que é, talvez um dia eu descubra. 

Caminhei até chegar em casa, com meus pensamentos longes. Eu sempre quis saber o real motivo da minha tia não me querer com a minha filha aqui. 

Mas assim que eu cheguei em casa eu vi que ela tinha passado dos limites. Ela chamou a Porra da Gabriel .

- olha quem veio ver você e a sua filha. Ele disse que é o pai. - minha tia disse sorrindo 

- oi meu amor, quanto tempo. - ele falou se aproximando de mim e eu recuei. 

- o que você tá fazendo aqui? Eu fiz tudo que você queria… Eu larguei toda minha vida pra você não ameaçar mais eles, me deixa em paz. - disse ja chorando e ele me olhava com aquele olhar cínico e minha tia olhava aquilo tudo com um sorrisinho debochado. 

- eu vim conhecer minha filha. - disse me pegando pelo braço e me puxando até o quarto. 

Quando entramos ele começou a se aproximar e a dar vários golpes na minha barriga. 

Eu tentei proteger a barriga, mas ele segurou meus braços. Caí de joelhos no chão chorando e ele começou a bater na minha cara. 

- eu disse que você era minha… Não era pra você fugir… E quando eu soube que você estava aqui, eu vim imediatamente ver a grande merda que você fez. - disse exalando raiva. 

- Por favor Grabriel, deixa ela fora disso. Ela é só um bebê. Nem nasceu ainda. 

Ele riu e voltando a dar sequências de socos na minha cara e chutes na barriga e eu já não aguentava mais. 

Depois de tudo isso ele ainda teve a capacidade de arrancar minhas roupas e penetrar seu membro em mim. 

Parecia estar me rasgando, e eu só pensava na minha filha. Minha pequena Maitê, que está sofrendo mesmo antes de nascer. 

Virei o rosto e olhei em direção a mesinha do lado da cama, vi que tinha um enfeite feito de madeira, eu tentei ate alcançar. 

Enquanto ele estava por cima de mim, forçando as mãos no meus pescoço, eu me estiquei e peguei o enfeite e dei algumas vezes na cabeça dele. 

Ele caiu e eu vi sangue saindo de sua cabeça. Eu não sabia o que fazer. Peguei o celular tremendo e liguei para uma conhecido na polícia e ele veio na mesma hora. 

Ele chegou no quarto chutando a porta, eu falei tudo o que aconteceu enquanto a ambulância o levava, disseram que pode ter sido grave. 

Eu contei tudo, desde o começo até hoje. Ele me escutou, e me consolou. Eu fiquei bem nervosa e o que eu mais temia aconteceu. 

Olhei para o policial que me encarava e soltei um sorriso em meio às lágrimas 

- Ela vai nascer. 

Foi a última coisa que eu consegui falar, antes de desmaiar. Senti seus braços em volta do meu corpo e apaguei. 

Como eu me arrependo de ter deixado a Lennon.

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