Tão fragil, mas tão forte.

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LENNON_ 

Aquele momento com a Manu foi um dos melhores da minha vida. A gente tem uma conexão foda pra caramba.

Depois que ela dormiu eu fiquei observando ela dormi. Lembrei que nem usamos camisinha. 

Na hora pareceu tão certo não usar. Eu fui o primeiro dela e eu fiquei muito feliz em saber disso. 

Observei ela e acabei dormindo junto. 

== 

Acordei, passei a mão pela cama e percebi que ela não estava mais lá. Olhei pra janela e vi que ainda estava escuro. 

Esperei mais alguns minutos e nada dela aparecer. Resolvi verificar se tava tudo bem. 

Sai do quarto indo em direção a sala e vi ela caída ali. Eu me desesperei, não sabia o que fazer. 

Meu coração acelerou e eu corri até ela. Ela estava de olhos abertos mas parecia que ela não estava ali. Ela chorava com a mão no peito. 

- Manu… Manu fala comigo por favor - gritei apavorado e a balancei. Nada… nenhuma reação. 

Eu sei que ela tem crises de pânico e ansiedade as vezes, mas nesse momento eu nem estava pensando direito. 

Só queria que ela fizesse algum barulho, qualquer coisa. Só precisava saber se ela ainda estava aqui comigo. 

- Fala comigo amor por favor - disse pra ver se resolvia, e nada. Meu peito começou a doer com medo de perdê-la.

Liguei pra emergência, alguns segundos antes dele apagar completamente, dentro de 40 minutos a ambulância chegou e levaram ela, eu avisei aos meninos e fui também. 

Quando chegamos eu não pude entrar pra ficar com ela, preenchi os dados que eu sabia sobre ela e fiquei esperando o médico. 

Um tempo depois os meninos chegaram eufóricos e preocupados. 

- cadê ela? - Leo me perguntou e eu neguei - me fala que merda aconteceu. 

- eu não sei nada dela ainda, parece que ela teve um ataque de pânico com ansiedade e não tomou os remédios. 

Ficamos ali umas 4 horas esperando e nada. Já era quase nove da manhã, falei para os meninos irem embora que quando ela acordasse eu avisava. Eles assentiram e foram. 

- Familiar da paciente Manuela Barbosa - o médico chegou e eu levantei num pulo 

- sou eu doutor, como ela tá?  

- ela tá dormindo, parece que foi por cansaço e estresse. Ela pode dormi por algumas horas ou dias devido aos remédios que demos para o corpo dela não se sobrecarregar. - ele disse e eu assenti

- eu posso ficar lá com ela? 

- claro, me acompanhe- falou e se virou indo em direção ao quarto e eu o segui. 

Entrei no quarto e ela estava lá, mais branca que o normal, deitada, parecia serena. Em paz…

Como que eu não prestei atenção nela antes? Sei que tinha a minha ex, mas, ela é linda, como que eu nunca a vi antes. 

Eu só conseguia lembrar dela gelada caída ao chão com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto… como eu queria estar no seu lugar.

== 

2 dias depois

Ela ainda continua dormindo, não se mexia, nada… nenhuma reação. Eu me sinto completamente deslocado.  

Os meninos esteve aqui esses dois dias, Luisa ficou muito triste e nervosa. Passou mal e nós ficamos com medo por causa do bebê.

Eles fica aqui pra eu ir em casa tomar banho, e aproveito e trago algo pra comer…  e eu continuo aqui. 

Já são quase uma da manhã, eu me sentei na poltrona, segurei a mãozinha dela e fechei os olhos pra dormi. 

Menos de uma hora depois eu senti ela apertando minha mão, levantei assustado e chamei o médico. 

Aí meu Deus, ela acordou. 

- Até que enfim você acordou amor - disse indo em sua direção a abraçando. 

Ela me olhou confusa, permaneci calado mas com um sorriso no rosto esperando o doutor que logo apareceu. 

- Boa noite Senhorita, como se sente ? - ele perguntou sorrindo 

- eu… Eu acho que estou bem. - disse dando um meio sorriso. 

Ele assentiu. 

- Bom, você deu um susto no seu namorado,  e em nós também. Mas eu acho que nesses dois dias seu corpo conseguiu descansar.

- Como assim dois dias? - ela perguntou assustada e eu apertei sua mão. 

- isso mesmo, a senhora dormiu por dois dias direto devido aos remédios que te damos. - ela assentiu e me olhou. 

- quando eu posso ir embora ? Eu ja tô bem

- vamos fazer uns exames antes  se tudo estiver bem você já pode ir daqui a pouco. 

Ele saiu e ela me encarou séria. Eu fiz o mesmo esperando que ela dissesse algo ou que eu dissesse, mas não saia nada. 

- é… como você ta ? - ela perguntou olhando as mãos . 

Permaneci calado lhe encarando. Como ela pode perguntar se eu tô bem ? É lógico que não. 

- eu estou bem agora. Por que você não tava tomando os remédios? - perguntei e por fim ela me olhou negando com a cabeça. 

- eu já não estava tendo crises a muito tempo, não achei que precisava. 

- você sabe como eu fiquei? Eu não posso perder você Manuela. Não agora. - disse me aproximando e sentando na cama ao seu lado.

Ela me olhou confusa.

- como assim? Não pode me perder? 

- eu estava tentando me afastar, porque eu gosto de você, então por favor, toma os remédios, eu não posso te perder - ela assentiu e eu lhe abracei. 

Uma enfermeira veio logo e levou ela para fazer os exames, Luisa trouxe algumas roupas da Manu, falou com ela um pouquinho e foi embora.

Ela teve alta, e agora estamos a caminho da casa dela. 

Fomos o caminho todo em silêncio, até mesmo o som estava desligado. Ela se encostou na janela e eu pude escutar ela fungando. 

Parei o carro em frente a praia, ela me olhou sem entender, mas desceu. Faltava poucos minutos pro sol nasceu, sentamos na areia e ficamos encarando o mar. 

-  como você está se sentindo? - perguntei quebrando o silêncio. 

- eu tô bem Lennon, eu só quero que você não tivesse me visto assim.  

- olha pra mim- ela me encarou- sempre… a qualquer momento que você estiver tendo essas crises, não importa em que hora for, me liga por favor. Se eu tiver perto eu te ajudo, se eu estiver longe a gente vai se falando até você se acalmar tá bom ? - perguntei sussurrando pra ela que assentiu. 

- obrigado… Obrigado por ter dormido comigo, se você não estivesse lá eu não sei o que aconteceria. Eu nunca me senti daquele jeito. Eu te vi mas não consegui fazer nada. Eu sinto muito ter feito você passar por isso. - disse limpando uma lágrima solitária que desceu. 

- não é sua culpa, eu sempre vou estar aqui pra você. - lhe dei um selinho e a abracei. 

Ela é tão frágil e ao mesmo tempo forte. 

A fragilidade dela tem força, pois de alguma forma me quebra.

Um novo mundo | L7NNON Where stories live. Discover now