O estranho da vã

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Amarrei o meu cabelo preto em um coque para começar a lavar os pratos em que a cada minuto chegavam, a cozinha estava agitada e tinha um monte de pedidos. Essa lanchonete é tipo a única lanchonete dessa cidade, é bizarro.

Cidade pequena + Estados unidos + adultos + fome = muitos pratos nojentos para lavar...

Na TV se passava uma notícia, a mulher loira dizia ''Ontem na madrugada, as duas horas da manhã, um casal foi inteiramente mutilado, os detetives mostram que foi mais um dos assassinatos do serial killer, em que acreditam ser o nome, Jeff the killer. Fechem suas portas e janelas, hoje às dezoito horas vamos fazer um toque de recolher, boa sorte a todos"

'Ah que coisa boa, o que mais falta? Um vírus contaminar o mundo? O universo já não acha que esta bom por hoje? Já tocar em comida molhada me dá vontade de vomitar, agora um serial killer? O que eu fiz para merecer isso?' Pensei.

''GLEN, VAI ATENDER O DRIVE THRU!!'' Disse o babaca do meu chefe, David Thompson, um adulto idiota e ignorante que só me aceitou por que sou bonita, e como diz ele, garotas bonitas atraem clientes blá-blá-blá.

''Já vou!! Velho idiota...'' Sussurrei a última parte para que ele não possa ouvir. ''Boa tarde, como posso ajudar?'' Perguntei com uma voz entediada pelo microfone, depois de uns minutos,  escutei uma respiração e em seguida uma voz sombria... ''Você... eu quero você...'' diz a voz, revirei os meus olhos, ''Agh sério isso? Olha se não for pedir nada então vá embora nojento...'' falei enquanto apertava minhas têmporas. Houve silêncio, então escutei um barulho de carro passando pela janela, era uma vã branca, ela passou lentamente perto do drive thru, eu olhei com uma expreção de ''WTF??''. Parece que a cada dia aparece um estranho idiota nessa cidade.
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O sol já estava se pondo, todo mundo já tinha ido embora da lanchonete, só sobrou eu e... 'que estranho'... olhei pela janela da porta dos fundos, e então vi a mesma vã que estava no estacionamento. Esse cara está me deixando nervosa, 'o que esse cara ainda estava fazendo aqui?' Pensei.
Eu sai lentamente, fechei a porta da frente e tranquei. Andei apressadamente até o meu carro, olhei para todos os lados para ver se não tinha alguém suspeito.
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Estacionei meu velho carro em minha pequena garagem, sai e fechei a porta presunçosamente, e me alonguei. "Agh, de tanto ficar em pé, parece que tem um martelo batendo neles", falei enquanto esticava as minhas costas.
Abri a minha porta meio atrapalhada com as chaves, quando entrei, joguei minha bolsa no chão. Andei sonolenta até a cozinha e abri a geladeira, "Ah ótimo, não tem nada" bufei e fechei a porta com força, "Inferno, vou ter que ir no mercadinho" pensei em voz alto.
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O mercadinho não era longe daqui, nem precisei usar o carro.
Quando cheguei, meus passos desaceleram lentamente enquanto eu olhava perplexa para a merda daquela mesma vã branca, "só deve estar de brincadeira" falei baixo, mas havia algo estranho, a porta onde ficava o motorista estava aberta, 'Quem diabos deixa a porta do motorista aberta?' Questionei.

Eu fui fazer a idiotice de chegar mais perto para ver se tinha alguém dentro. Como eu esperava, não tinha ninguém 'Beleza Glen, você já matou sua curiosidade, agora precisamos focar em comprar comida tá?' Eu fiz um pequeno "hm" e logo me afastei da vã.

O pequeno cino tocou no ar, uma música calma tocava no velho rádio em que estava em cima do balcão. Peguei uma cesta e fui diretamente na parte dos alimentos, "feijão, molho, macarrão... ervilhas... milho..." enquanto eu falava o que estava na lista, notei que tinha um cara estranho no fim do corredor, logo na frente das carnes, ele estava de costas para mim, a blusa de moletom dele era vermelha pastel escuro, ele usava uma calça jeans cinza escura e um par de botas de combate pretas sujas. Ele era muito MUITO alto, era assustador...
'Espera... só tem eu, o caixa e ele aqui, será que ele é o dono daquela vã? Não tenho certeza, mas ficar longe desse cara é o ideal para eu viver mais um dia hahaha...' hm... O problema é que eu precisava comprar carne, e ele ta na frente delas, 'Agh inferno, tomara que ele não me note'
Andei por trás do outro corredor e finalmente cheguei até as carnes, passei por ele rapidamente, sem olhar, sem parar, sem nem mesmo respirar, peguei  a carne e fui direto para o caixa.

Coloquei minhas coisas em cima do balcão, o mesmo pegou e começou a escanear os produtos, "Ei" o caixa disse, parei de brisar e olhei rapidamente para ele "Você achou aquele cara esquisito também?" Disse o caixa enquanto cuchichava e apontava discretamente para o homem estranho, "É... sim" falei baixo, "Pois é, esse cara entrou aqui faz um tempinho, e só ficou parado ali em frente as carnes" o atendente falava com a voz baixa, suspeitando do estranho homem em que ficava parado feito uma estatua em frente as carnes, "Acha melhor chamar a polícia, e se ele for... o assassino?" Perguntou nervosamente o jovem atendente, "Bem... eu não sei, ele parece bem estranho, acho melhor ligar sim" Falei enquanto pegava as minhas compras. Antes de sair do caixa, falei para ele um pequeno "se cuida", ele deu um sorriso e um jóia.
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(Ponto de vista do atendente)
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A garota de cabelos pretos foi embora. Tap
      Tap
            Tap
Meus dedos batiam no balcão. Eu preciso que aquele esquisito vá embora para que eu possa dar o fora...

Sem mais e nem menos, peguei o meu celular para ligar para 911, mas como eu sou meio atrapalhado, deixei ele cair, em seguida eu me abaixei e rezei para que ele não tenha quebrado. Peguei ele, na hora que eu levantei, olhei para o corredor de carnes e então eu vi que o esquisito sumiu, ele provavelmente poderia ter ido embora, porém eu não escutei a porta fechar... ele ainda está aqui?

Eu saí do balcão, andei lentamente até o corredor de carnes... não havia ninguém, nem no corredor de salgadinhos... produtos de limpeza e nem nos produtos de beleza...

A música parou de tocar, olhei para o balcão, então aproveitei a oportunidade e peguei o telefone para ligar para a polícia...

Estava na espera... apenas tocando e tocando, então finalmente uma voz feminina falou, "Olá qual é a emergência?" Disse a moça, "Oi! Eeeh-AH!" Fui interrompido com alguém empurrando as minhas pernas, o telefone caiu pra longe. Senti uma mão gelada cobrir a minha boca, era o mesmo cara esquisito... seu rosto... foi a última coisa que eu vi antes de sentir uma faca acertando o meu coração e em minha garganta, até que então, o escuro...
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O Maligno.Onde histórias criam vida. Descubra agora