The fashion of love _ 爱的时尚 _ Yizhan

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— Três meses! — explodiu papai, quando mamãe colocou uma xícara de chá nas minhas mãos — Bom, é generoso da parte dele, já que Yibo trabalhou como escravo naquele lugar nos últimos seis anos.

— FengMian! — mamãe lançou-lhe um olhar de aviso, indicando Jin Ling com a cabeça. Meus pais cuidavam dele depois da escola até Jackson voltar do trabalho.

— Que diabo Yibo deve fazer agora? No mínimo, poderia ter sido avisado com mais de um dia de antecedência.

— Bom...ele simplesmente vai ter de arrumar outro emprego.

— Não tem outra porcaria de emprego, Yu. Você sabe tão bem quanto eu. Estamos numa maldita recessão.

Mamãe fechou os olhos por um instante, como se estivesse se controlando antes de falar.

— Yibo é um garoto inteligente. Vai achar alguma coisa. Tem um currículo consistente, não tem? Jian Xiang vai escrever uma boa carta de referências.

— Ah, grande coisa! " Wang Yibo é muito bom em passar manteiga na torrada e excelente com o velho bule de chá".

— Valeu pelo voto de confiança, pai.

— Só estou dizendo.

Eu sabia o verdadeiro motivo da preocupação de papai. Eles dependiam no meu salário. Jackson ganhava quase nada na floricultura. Mamãe não podia trabalhar, pois tinha de cuidar do vovô e a pensão dele era mínima; papai estava sempre tenso em relação a seu emprego na fábrica de móveis. Fazia meses que o patrão vinha resmungando sobre um possível corte de pessoal. Em casa, comentava-se sobre dívidas, sobre a ilusão dos cartões de crédito.

Dois anos antes, um motorista sem seguro destruiu o carro de papai e, de certa maneira, foi o que bastou para pôr abaixo o instável edifício que eram as finanças dos meus pais. Meu modesto salário vinha sendo um pequeno pilar no orçamento doméstico, suficiente para ajudar a cuidar de nossa família a cada semana.

— Não vamos nos precipitar. Yibo pode ir ao Centro de Trabalho e ver quais são as ofertas. Ele tem o suficiente para se sustentar, por enquanto — Eles falavam como se eu não estivesse ali. — E é inteligente. Você é inteligente, não é, querido? Talvez possa fazer aulas de digitação. Trabalhar em um escritório.

Eu me sentei enquanto meus pais discutiam que trabalhos eu poderia conseguir com minhas poucas qualificações. Operário de fábrica, especialista em ferramentas mecânicas, passador de manteiga.

Pela primeira vez naquela tarde, tive vontade de chorar. Jin Ling me olhava com seus grandes olhos redondos e, sem dizer nada, me deu metade de um biscoito babado.

— Obrigado, A-Ling — Falei apenas movendo os lábios, sem emitir som, e comi o biscoito.

[...]

Ele estava na academia de ginástica, como eu sabia que estaria. De segunda a quinta, pontual como um relógio suíço, Xue Yang estava lá, se exercitando ou dando voltas na pista bem-iluminada.

Me aproximei abraçando a mim mesmo para me proteger do frio, acenando quando Xue Yang chegou perto o bastante para conseguir me ver.