Capítulo XXIII

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Não há céu sem tempestades,
nem caminhos sem acidentes.
Não tenha medo da vida, tenha
medo de não vivê-la intensamente.

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Minha ideia de entrar sorrateiramente em casa vai por água abaixo quando ouço, de longe, os barulhos que Charlie faz na cozinha, enquanto prepara seu café. Suspirando resignada, abro a porta dos fundos de casa e entro de fininho.

— Onde você estava, Ada? — A voz de papai me faz sobressaltar e eu o olho como um criminoso que foi pego no pulo.

— Bom dia, pai. — Dou um sorriso sem graça, ajeitando minha postura. — Eu estava na reserva.

— São seis e meia da manhã. Você passou a noite lá?

— Hum, sim. Dormi na casa do padrinho.

Ele me olha com suspeita, levando a caneca de café até a boca, com as sobrancelhas arqueadas. Charlie me olhava com sua cara de policial que queria tirar alguma informação de um bandido. Reviro os olhos, colocando as mãos na cintura.

— Não estou gostando disso. Você quase não para em casa mais. É o dia inteiro na reserva.

Respiro fundo, os ombros caindo. Eu tinha tentado manter todas as partes da minha vida em sintonia, mas as obrigações como loba estavam tomando todo o meu dia. E ainda tinha a escola... Parecia demais para que eu possa driblar o tempo.

— Eu sei, pai. Me desculpa. — Vou até ele e beijo sua testa, o abraçando. — Prometo passar mais tempo com o senhor.

Charlie pigarreia, um pouco sem jeito pela demonstração de afeto. Me separo dele, dando duas batidinhas no ombro dele.

— Estou indo para Port Angeles, vou voltar pela tarde. Tenho que resolver uns assuntos na delegacia de lá. — Papai diz, tentando mudar o assunto e desviando o olhar, enquanto leva sua caneca de café mas uma vez aos lábios.

Merda. Port Angeles ficava a umas três horas de Seattle, onde todo aquele pandemônio estava acontecendo. Charlie sozinho por lá não me parecia uma boa coisa, ainda mais quando ele nem sabia que tipo de perigo poderia encontrar à espreita. Recém-criados loucos para cravar suas presinhas em um pescoço suculento.

Tremo com a ideia, e balanço a cabeça para afastar a imagem que me veio em mente. Charlie, totalmente à mercê de um vampiro, a vida lhe deixando...

— Vou com o senhor. — Falo, decidida. Nem fodendo iria deixar Charlie ir sozinho, com o perigo que estava nas ruas. — Preciso comprar roupas novas, perdi algumas com meu surto de... crescimento.

— Nem fale desse seu surto. Você envelheceu pelo menos cinco anos no último mês. — Charlie me olhou curioso, as sobrancelhas grossas quase tocando uma na outra.

— Puberdade? — Dou de ombros, dando uma desculpa qualquer. — Vou trocar de roupa, volto já.

Subo as escadas correndo e pego meu celular, mandando uma mensagem rápida para Edward, avisando que hoje ele que iria ter de ficar com Bella. Ignorando minha irmã ainda dormindo, visto uma calça jeans e camiseta branca, calço os tênis, descendo correndo para encontrar meu pai inquieto por ter de ficar esperando.

Vamos para a viatura e assumo meu lugar ao lado dele no banco de passageiro, puxando o cinto e prendendo-o ao meu redor. Charlie, ao meu lado, faz o mesmo, logo dando partida e pegando a rodovia 101 para sair de Forks.

A viagem é silenciosa, o que eu e papai adorávamos. Depois que atravessamos a ponte que passava pelo rio Sol Duc, começo a bocejar. Finalmente as horas acordadas cobravam seu preço, já que fiquei a madrugada inteira com Sam e os Anciões, relatando tudo o que ouvi na casa dos Cullen e quais seriam nossas estratégias. Por eu ser a pessoa mais próxima de Bella e, por consequente, dos Cullen, Sam achou que era uma boa escolha me manter perto para planejar e trazer informações.

A loba dentro de mim reclamava alto, também. Desgostosa por ter ficado tanto tempo perto dos seus irmãos de matilha e eu não ter me transformado uma única vez sequer. Fui de carro e voltei de carro, permanecendo como humana pelo maior tempo que já fiquei, desde que me transformei.

Minha boca se abre em um bocejo e eu me espreguiço no banco do carro, o estômago roncando pedindo por comida. Vejo a estrada, vendo que faltava um tempo até passarmos em frente ao Hungry Bear Cafe e ainda mais tempo até finalmente chegar em Port Angeles.

Quando respiro fundo esticando meus braços para me espreguiçar mais uma vez, sinto aquele cheiro doce e enjoativo que eu já estava ficando familiarizada.

Depois disso, tudo acontece rápido demais.

Vendo uma figura a frente no meio da estrada, tudo o que consigo fazer é tirar meu cinto correndo e me jogar na frente de Charlie, absorvendo todo o impacto da batida.

— Ada? Ada! — A voz de papai parece distante. Pisco meus olhos, tentando me situar enquanto um zumbido irritante preenche meus ouvidos. Inspiro o ar, sentindo o cheiro da gasolina e, quando tomo consciência da situação, sinto todo o meu corpo doer.

Me mexo devagar, sabendo que alguns ossos tinham se quebrado e pequenos pedaços de caco de vidro tinham se enfiado na minha pele. Mas, nada disso era importante. Olho para Charlie, procurando por algum machucado mas ele parecia bem, tirando um corte superficial em sua testa.

Um vampiro... Franzo a sobrancelha, enquanto Charlie tenta falar comigo. Olho ao redor, procurando o filho da puta mas a única coisa que encontro é o rastro de seu cheiro. Levo minhas mãos para a porta e empurro o material amassado, fazendo ele ranger e ser jogado para longe. Com dificuldade, me arrasto para fora do carro, vendo que meu pé parecia estranhamente torto e havia sangue por toda parte.

— Ada, você está toda machucada! Fique parada, pode piorar sua situação! — Charlie berra, nervoso, e vejo em seus olhos preocupados o que qualquer humano estaria sentindo ao ver sua cria toda fodida.

Ignoro o que Charlie diz e pego meu pé em mãos, forçando ele para ficar reto e, com grunhidos de dor, consigo colocar o osso no lugar. O cheiro de gasolina ainda estava forte e, quando finalmente consigo ficar de pé, vou até Charlie e arrebento seu cinto de segurança, tirando-o do carro.

O coloco sentado no asfalto, e quando vejo que ele realmente não se machucou, fico mais aliviada. Precisava da minha forma de lobo para afastar o carro em direção à uma árvore para simular uma batida, e, em um momento onde a segurança de Charlie me importa mais do que as malditas regras da matilha, eu me transformo na frente do meu pai mandando para o inferno o segredo da alcatéia.

*×*

[ n o t a s ]

oi gente, boa noitinha! como vocês estão? aproveitaram bem a sexta-feira?
sextei na quinta então estoy de ressaca, mas consegui escrever esse capítulo sksksk

vou responder os comentários em breve, prometo!!

até o próximo e beijinhos.

𝐄𝐕𝐀𝐍𝐄𝐒𝐂𝐄𝐍𝐓, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora