Fico no bar que tem na sala de estar, bebo o uísque da garrafa e permaneço de olhos fechados apoiada no balcão.
-Não está bem... sente dores? -Olho para Elisa, a mesma usa uma saia e um cropped -Quer ficar sozinha, né?
-Porque sempre se esconde? -Ela franze a testa e me encara. -É tão bonita... deveria parar de se esconder em roupas maiores que o seu tamanho. -Bebo mais e suspiro. -Como ela está?
-Nada de voltar ao normal, continua com os olhos amarelos.
-Acha que posso ajudar? Na verdade, nem imagino como fazer isso... -Ela dá de ombros não sabendo também.
Por fim suspiro e termino de beber, subo para o quarto onde Daniele reside, ainda estou cheia de sangue e com a camiseta rasgada, mas sinceramente não me importo, em parecer uma maluca.
Quando chego na porta do quarto, a vejo deitada olhando para o teto, me encosto no batente, enquanto Louis folheia um livro e Aidan a olha sentado ao seu lado.
-Pode tentar distraí-la. -Louis começa a explicar e Aidan presta atenção. -A Daniele, está concentrada na pessoa que manipula sua mente, isso a deixa hipnotizada, então se atrapalhar essa sintonia dela com quem quer que seja, pode fazê-la acordar.
-Beije-a. -Digo e cambaleio sentindo o álcool em minhas veias, tomei metade de uma garrafa de uísque em segundos, então o resultado é previsível. -O que foi? Você não a quer? Então beije-a!
-Ou toque nela, talvez por vocês terem uma ligação, isso a ajude... -Observo Elisa por cima do meu ombro.
-Acabe logo com isso. -Estendi minha mão para ele, o mesmo se levantou.
Me aproximo dos pés descalços de Daniele, Aidan a observa e se aproxima, ele beija seus lábios de leve e eu toco o pé direito, está gelado, mas de repente sinto uma eletricidade subir por meus dedos, meu corpo se arrepia e sinto meus olhos mudando de cor.
-Meu Deus, o que aconteceu? -A encaro e ela me olha se assustando e afastando-se por instinto, seus olhos estão roxos e os meus, não devem estar diferentes. -Está tudo bem? Esse sangue é seu?
-Sim e sim. -Digo revirando os olhos e me virando. -Deixem-os sozinhos, vão fazer o que mandei antes. -Ordeno e me apoio na porta, me sinto tonta, meu estômago embrulha.
-Opa, tudo bem? -Louis pergunta e sinto algo em minha garganta. -Tara?
Me giro e caio de joelhos, minha garganta arde como se brasa subisse por ela, não aguentando mais, começo a vomitar uma gosma preta e espessa, tento parar, mas aquilo continua saíndo de dentro de mim.
-O que está acontecendo? -Aidan pergunta, sem entender.
-Bruxas... me empresta isso. -Me apoio no chão e choro com a dor que sinto em meu estômago- Furor divina virtute em infernum eam atirar.
Cuspo o último resquício da gosma e respiro fundo fechando os olhos, me entregam um copo de água, bebo desesperada para tirar aquela sensação da minha garganta.
-Como conseguem fazer bruxaria de tão longe? -Elisa questiona e Dani me olha assustada.
-Essa é a questão, não conseguem! -Franzo a testa e me direciono para a janela, vejo três mulheres, à beira do meu campo de força, abro a janela e pulo, caindo em frente a elas.
-Sabemos que invadiu nosso covil, devolva o que roubou ou o que ocorreu com você, vai acontecer de novo. -A ruiva ameaça, até que são bonitas, aparentam ter vinte e poucos anos, começo a rir e elas se afastam um passo quando minhas presas duplas surgem.
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A Escolhida
FantasyVampiros não existem, eles são apenas lendas e não podem estar existindo nesse mundo. Era isso que todos acreditavam, mas estão enganados. A muitos e muitos anos nós vivíamos livremente pelo mundo, na época das bruxas de Salem, para ser mais exata...