8°Capítulo

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Fico no bar que tem na sala de estar, bebo o uísque da garrafa e permaneço de olhos fechados apoiada no balcão.

-Não está bem... sente dores? -Olho para Elisa, a mesma usa uma saia e um cropped -Quer ficar sozinha, né?

-Porque sempre se esconde? -Ela franze a testa e me encara. -É tão bonita... deveria parar de se esconder em roupas maiores que o seu tamanho. -Bebo mais e suspiro. -Como ela está?

-Nada de voltar ao normal, continua com os olhos amarelos.

-Acha que posso ajudar? Na verdade, nem imagino como fazer isso... -Ela dá de ombros não sabendo também.

Por fim suspiro e termino de beber, subo para o quarto onde Daniele reside, ainda estou cheia de sangue e com a camiseta rasgada, mas sinceramente não me importo, em parecer uma maluca.

Quando chego na porta do quarto, a vejo deitada olhando para o teto, me encosto no batente, enquanto Louis folheia um livro e Aidan a olha sentado ao seu lado.

-Pode tentar distraí-la. -Louis começa a explicar e Aidan presta atenção. -A Daniele, está concentrada na pessoa que manipula sua mente, isso a deixa hipnotizada, então se atrapalhar essa sintonia dela com quem quer que seja, pode fazê-la acordar.

-Beije-a. -Digo e cambaleio sentindo o álcool em minhas veias, tomei metade de uma garrafa de uísque em segundos, então o resultado é previsível. -O que foi? Você não a quer? Então beije-a!

-Ou toque nela, talvez por vocês terem uma ligação, isso a ajude... -Observo Elisa por cima do meu ombro.

-Acabe logo com isso. -Estendi minha mão para ele, o mesmo se levantou.

Me aproximo dos pés descalços de Daniele, Aidan a observa e se aproxima, ele beija seus lábios de leve e eu toco o pé direito, está gelado, mas de repente sinto uma eletricidade subir por meus dedos, meu corpo se arrepia e sinto meus olhos mudando de cor.

-Meu Deus, o que aconteceu? -A encaro e ela me olha se assustando e afastando-se por instinto, seus olhos estão roxos e os meus, não devem estar diferentes. -Está tudo bem? Esse sangue é seu?

-Sim e sim. -Digo revirando os olhos e me virando. -Deixem-os sozinhos, vão fazer o que mandei antes. -Ordeno e me apoio na porta, me sinto tonta, meu estômago embrulha.

-Opa, tudo bem? -Louis pergunta e sinto algo em minha garganta. -Tara?

Me giro e caio de joelhos, minha garganta arde como se brasa subisse por ela, não aguentando mais, começo a vomitar uma gosma preta e espessa, tento parar, mas aquilo continua saíndo de dentro de mim.

-O que está acontecendo? -Aidan pergunta, sem entender.

-Bruxas... me empresta isso. -Me apoio no chão e choro com a dor que sinto em meu estômago- Furor divina virtute em infernum eam atirar.

Cuspo o último resquício da gosma e respiro fundo fechando os olhos, me entregam um copo de água, bebo desesperada para tirar aquela sensação da minha garganta.

-Como conseguem fazer bruxaria de tão longe? -Elisa questiona e Dani me olha assustada.

-Essa é a questão, não conseguem! -Franzo a testa e me direciono para a janela, vejo três mulheres, à beira do meu campo de força, abro a janela e pulo, caindo em frente a elas.

-Sabemos que invadiu nosso covil, devolva o que roubou ou o que ocorreu com você, vai acontecer de novo. -A ruiva ameaça, até que são bonitas, aparentam ter vinte e poucos anos, começo a rir e elas se afastam um passo quando minhas presas duplas surgem.

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