7° Capítulo

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A semana passou lentamente, permaneci todos os dias que se sucederam em meu quarto, pesquisando e tentando saber se tinha mais alguém dentro daquela casa, mas nenhum movimento estranho foi identificado. 

-Tara? -Olho para Aidan, não nos falamos desde aquele ocorrido, também, não saí do meu escritório para que isso ocorresse. 

-O que quer? -Pergunto voltando minha atenção para a tela.

-Daniele sumiu... -Suspiro e me encosto. -Precisamos encontrá-la,  deve esta correndo perigo.

-Como ela desapareceu? Sabe que a mesma não deve sair daqui de dentro. Fica calmo, provavelmente ela esta em algum canto irritando alguém. 

-Tara, ela sumiu, procuramos por uma hora, não está aqui. -Começo a observá-lo, realmente está preocupado, sua veia do pescoço está saltada e seu olhar apreensivo. -Precisamos de você. -Suspiro e me viro para a tela.

-Merda! -Digo me levantando e curioso Aidan se aproxima. -Ela está indo sozinha e de livre espontânea vontade.

-Não! Tem alguma coisa errada. -Ele diz e dá zoom na imagem da porta onde ela entra e se vira para fechar, notamos algo fora do comum. -Olha, os olhos estão...

-Amarelos... ela está sendo controlada! -Digo e o mesmo me encara.

-Temos que ir lá, agora! -Diz e vai para porta, mas para ao perceber que não o segui. -Tara? -Ele se volta para mim. 

-Não podemos...não fazemos ideia se tem bruxas e principalmente de qual é o tamanho dos poderes delas, não podemos sair daqui. -Explico e ele me encara. -Você me trancou, quando eu disse que ia lá, salvar os adolescentes.

-Isso é diferente. -Começa um argumento, mas eu nego.

-Não é diferente, estaremos correndo perigo do mesmo jeito. -Falo, ele suspira e passa a mão no rosto.

-Precisamos protegê-la. -Justifica e eu suspiro. -Porque isso agora?

Ignoro sua pergunta, sigo para meu armário, pego minha jaqueta e desço as escadas em seguida.

-Quero que Elisa e Louis fiquem aqui! Um de vocês cuida do clã e o outro me mantem atualizada sobre o que está ouvindo, caso aconteça alguma coisa. Cinco soldados venham conosco, Alisson fique aqui e proteja a casa com os demais, ela está no comando enquanto o capitão não estiver aqui. 

Digo e pego uma pistola, saímos da casa e Aidan entra em meu carro, os soldados vão no camburão, guardo minha arma no cós da minha calça, entro no carro e acelero saindo dali.

Seguimos a caminho da floresta onde a cabana está, não é longe, por isso Daniele chegou tão rápido, paro o mais afastado possível, saímos do carro e andamos por alguns segundos, até que vejo a casa.

-Fiquem apostos! Verifiquem se tem alguém no perímetro e depois entramos. -Aidan fala e esperamos até os soldados verificarem a área. -Não gosto de ficar assim com você.

-Estamos normais. -Digo olhando a minha volta.

-Não estamos, sabe disso, não está nem se importando com o fato de Daniele, a mulher que você salvou, ter sumido do nada. 

-Não preciso me preocupar, já tem muita gente exercendo esse papel. -Falo e o encaro, ele está me observando, como se tentasse ler meus pensamentos. -Faz isso por nós dois, tá bom?. -Digo e sigo em frente quando nos avisam que não tem ninguém. 

-Tara, toma cuidado! -Ele me pede e o observo, por cima do ombro continuando a andar de costas. -Pode ter alguém lá dentro. -O mesmo complementa. 

-Se tiver...essa pessoa está morta! -Pisco e entro na casa, olho em volta. -Verifiquem tudo, cada centímetro. Se encontrarem qualquer coisa suspeita, me informem. 

Ordeno e pego uma lanterna, por ser metade humana não consigo ver no escuro, ao contrário de Aidan, mas a mira é ótima mesmo no breu. A casa está destruída, a madeira range conforme andamos e me sinto em um filme de terror. 

-Acharam alguma coisa? -Aidan pergunta e todos negam, olho para o buraco aos meus pés. -Tara algum problema? 

-Isso deve ser a entrada para o inferno, só pode. -Brinco e o sinto suspirar atrás de mim, o chão despedaça e o impacto me faz gemer, quando despenco em um pedaço de madeira, arfo por ela ter penetrado minha barriga. -Merda...eu odeio filmes de terror! 

-Estou indo. -Grita e observo o que está em volta, tem celas aqui, ilumino o final do corredor. -Merda, aguenta aí, estou chegando. 

-Que isso, não tenha pressa. -Debocho e vejo cabelos loiros. -Dani? Ainda bem que não está ferida. -Ela está de pé olhando para o chão, hipnotizada. -Temos um problema! -Grito a olhando.

-Qual seria? -Ele grita de volta, ouço seus passos. -Está tudo bem? -O mesmo me ajuda a levantar e gemo de dor. -Merda!

-Vai ajudar ela, está hipnotizada. -Digo e sem demora ele segue até Dani, olho em volta. -Vocês fiquem de vigia, podem voltar a qualquer momento. -Ordeno os soldados.

Caminho pelo lado oposto, entro em uma sala, tem um pentagrama no chão, fotos nas paredes, são os adolescentes, vejo um livro e tem alguns feitiços, estão ensinando?

Outro livro está em uma página que ensina como abrir um portal, o que diabos estão fazendo aqui? Para quê querem abrir o portal novamente? Talvez para trazer mais deles...

-Vamos embora. -Aidan chama e eu pego os dois livros, paro e vejo fotos minhas, da Dani, Elisa, Louis e Aidan, também tem uma folha com uma foto e descrições, o que é Zagon? -Tara! Você está perdendo muito sangue.

Ando com dificuldade e ele está com Dani em seus braços, nenhuma ajuda para a líder? Que maravilha...

Escalo com bastante dificuldade, assim que saímos ouço conversas, corremos e choro com a dor, entro no meu carro vendo que o camburão já foi junto com Aidan, suspiro colocando as coisas no banco do carona e voltando para casa sozinha.

-Meu Deus, o que aconteceu?! -Elisa me olha e saio do carro, caio de joelhos e sangue sai da minha boca. -Tem que tirar, a levem para o bunker, precisa de bolsas de sangue.

Me pegam no colo e olho Aidan subir as escadas e me ignorar totalmente, me colocam no chão.

-Vou tirar, ok? -Louis se ajoelha e então grito e choro quando tentam puxar a estaca. -Não dá, está muito profundo e não quero te machucar mais, droga...

-Tira logo! -Mando e ele se afasta negando. -Merda!

Grito até minha garganta doer enquanto puxo o pedaço de madeira, a tiro e me viro vomitando sangue.

-Bebe. -Elisa se ajoelha e me entrega as bolsas de sangue, eu sinto o liquido vermelho descer pela minha garganta e fecho os olhos sentindo meu corpo se curar. -Está dando certo?

-Rasga a minha camiseta! -Ela faz isso e meu sutiã preto de renda fica amostra assim como meu abdômen. -E então?

-Vai demorar, mas está se curando. -Louis fala e concordo me sentando, me encostam na parede.

-Pegue os livros do meu carro, tenta descobrir o que elas querem fazer. Vou ficar bem, subam.

Peço e me deixam sozinha, pego mais sangue bebendo e chorando por causa da dor, grito até minha garganta doer, o suor escorre por meu rosto e corpo.

-Ela precisa de você, pode a ajudar. -Olho para Aidan, ele me olha. -São ligadas...pode tirá-la da hipnose.

-Saia daqui. -Mando, respirando fundo e ele tenta se aproximar. -Mandei sair, merda. -Grito.

-Ajuda ela, Tara! -Grita de volta.

Sem paciência me levanto, vou até ele antes que o mesmo perceba e o ergo pelo pescoço, o jogo para a porta. Nada melhor que raiva para esquecer das dores.  

-Me deixa em paz, antes que eu arranque o seu coração. 

Ameaço e ele sai da minha frente, não está nem um pouco preocupado comigo, eu sou a líder dele, imbecil. 

Grito socando a parede, gemo e pego mais sangue. Continuando bebendo e me curando enquanto soco mais e mais a parede. Por que isso dói tanto? Não podia simplesmente se curar igual aos ferimentos? Esse... meu coração, estúpido. 

Zagon???

A EscolhidaWhere stories live. Discover now