6° Capítulo

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Penso em algum lugar bom para  aprender feitiços, pode ser perigoso, mas não temos escolha, um ambiente fechado seria terrível, dependendo da quantidade de poder que eu ou ela emane, um desabamento ou uma explosão é iminente. Tem que ser um lugar aberto e amplo. Um campo talvez? 

-Elisa,  já descobriu qual foi o feitiço que fiz? -Depois de amarrar seu cabelo loiro em um rabo de cavalo, ela me entrega um livro.

-Esse aqui, acha que consegue o fazer de novo? -Dou de ombros.

-Tenho que tentar para poder ter essa resposta. -Falo, encarando Daniele. -A hora da sua aula chegou, pronta? 

Seguimos para os fundos da casa, Daniele me segue e vou em direção ao campo enorme que temos, gosto dessa casa por isso, muito lugar aberto para treinar. E consequentemente, ver quem se aproximasse da mansão. 

-Vai me ensinar a como colocar um campo de força?

-Vamos aprender a controlar nossos poderes, também preciso aprender isso e não ter que ficar recorrendo sempre aos punhos. Quando estava presa, se eu tivesse evoluído meus poderes poderia ter fugido sem precisar de ajuda. -A olho e ela confirma com a cabeça.

-Mas sabe alguns encantamentos, né? Eu não tenho poderes, faço feitiços. -Olho para o livro.

-É uma bruxa e não uma feiticeira. Bruxas nascem com poderes, feiticeiras aprendem a fazer feitiços, seu corpo inteiro tem um poder, apenas tem que descobrir e deixar sair. -Olho para a varanda do quarto de Aidan, ele esta lá sentado nos observando.

-Você é uma feiticeira? -Me sento e ela se aconchega na minha frente cruzando suas pernas, esperando a minha resposta. 

-Não, só tenho alguns poderes, ninguém sabe bem o motivo. -Dou de ombros. -Elisa não vai se importar de usarmos um pouco da força da mãe natureza. -Me refiro ao jardim que ela plantou.

-Qual o primeiro passo então? -Ela questiona. -Tara?

-Fecha os olhos, silêncio, controle sua respiração. Olha para mim e depois, faça o que eu fizer. -Digo e me concentro. 

Respiro fundo soltando as amarras com cada inspiração, sinto a força em meu corpo, nunca revelei meu poder máximo, nem sei o limite dele, tenho receio pois é capaz que pulverize qualquer um que estiver próximo a mim, imagina ela que não está nem a dois metros.  

-Que loucura. -Sussurra e abro os olhos, ela franze a testa. -Uma luz saiu do seu corpo, roxa e seus olhos estão negros como a noite. 

-Esse é o meu poder total, nunca o usei e tenho medo de usar, mata todos que estiverem a menos de dois quilômetros de distância. -Falo e ela permanece me olhando. -Sua vez, quero que feche os olhos e se concentre, pense em como quer que seja, o que ele fará, a cor, a textura.

Ela respira fundo e então acontece, uma luz rosa sai do seu corpo, mas logo fica intensa me fazendo virar as costas para não me cegar.

-Perdão! Eu perdi o controle. -A encaro e seus olhos estão rosados. -Não sei o que fazer...para isso não acontecer.

-É por isso que estamos aqui. Dani você tem que ficar no controle ou pode acabar matando quem você mais ama, é você quem tem que estar no comando e não seus poderes, eles são seus e não você deles. 

-Acho que por hoje já deu. -Ela olha para baixo, se levantando e correndo para dentro.

Vislumbro a página do meu livro e suspiro lendo as palavras em latim, me levanto o deixando no chão e fecho os olhos me concentrando, repito as palavras em minha cabeça, sinto meu poder sair do meu corpo e já não sinto mais o solo. 

A EscolhidaWhere stories live. Discover now