- Para de ficar me encarando assim. - murmura escondendo o rosto em baixo da coberta me fazendo rir.
- A beleza deve ser apreciada. - ela abaixa o cobertor branco até a altura dos olhos. - Bom dia. - sem descobri-la puxo seu delicado corpo mais para cima a abraçando.
- Bom dia. - sua voz soa rouca me causando um discreto arrepio, tudo nessa garota me tenta. - Que horas são?
- Acredito que umas nove e meia. - arregala seus olhos castanhos deixando evidente boa parte branca.
- Santo Caramelo! Perdemos o café e o Rei vai te infernizar por isso... - sorrio a deixando confusa.
- Não se preocupe com isso. - um raio corta nossa conversa a fazendo tremer e se assustar com o som alto e aparentemente bem próximo. Acho que entramos na temporada de tempestades... anualmente temos algumas semanas bem turbulentas por aqui. Aproximo mais nossos corpos tentando lhe passar segurança.
- Não quero que você acabe recebendo sermão por ter ficado de vigia. - ela acha que eu sou seu vigilante pessoal, provavelmente seja verdade. Não gosto da sensação que tenho toda vez que penso que ela está sozinha, desprotegida. - Eu sei que ele te dá várias broncas por ficar fazendo isso.
Realmente, meu pai odeia o fato que eu fique com ela. Ele acha que Allice é um empecilho para meu trabalho, que ela me distrai. E ele está certo quando diz que ela é uma distração, a melhor de todas, mas está totalmente equivocado na parte do "empecilho". Mal sabe ele que só estou continuando com essa história de assumir o trono para proporcionar a vida que Allice merece, e mesmo assim não há dinheiro no mundo que chegue perto disso. E também por que eu não quero aquele lá, governando esse país.
- Sabe que não me importo com isso.
- Mas eu sim! Não quero carregar a culpa de ter destruído o que vocês tem, ou deveriam ter, como pai e filho. - Rio de sua frase.
- Meu amor, meu pai e eu nunca tivemos essa relação. É algo mais para Rei e Herdeiro, apenas profissional.
- Hummm... mesmo assim. - beijo seus cabelos e me levanto.
- Vou pedir para trazerem seu café aqui, tenho uma reunião daqui a pouco e não poderei te acompanhar. Me desculpe. - caminho na direção do banheiro e entro deixando a porta aberta.
- Não tem problema, Juliana me disse para ir vê-la agora pela manhã... - ouço ela suspirar e se debater entre as cobertas, Allice detesta as sessões. Não entendi bem o por que mas, parece que ela se sente uma louca problemática com distúrbios mentais e que acha que deveriam amarra-la em um colete de força branco para o pacote ser completo. Escovo os dentes e saio do banheiro.
- Logo acaba isso e você está livre da senhorita Juliana. - encosto no batente da porta e fico a observando, deitada no meio da cama, com lençóis e cobertas todos revirados, com as pernas e braços abertos, enquanto encara o teto. Parece apenas uma criança. Uma linda criança.
- Não vejo a hora. - vira seu rosto em minha direção.
- Vou tomar banho quer usar o banheiro antes, ou junto? - digo e tenho a mais privilegiada visão de suas bochechas adquirindo o mais delicioso tom de vermelho.
- An-antes. - se levanta e passa quase correndo por mim e por pouco não me dá com a porta no rosto. Rio sozinho e espero ela sair, sinto um imenso prazer em faze-la ficar assim envergonhada, claro que no bom sentido, apenas com brincadeiras. É extremamente divertido ver seu lado tímido dar as caras. Aproveito que ela está lá dentro e peço para trazerem seu desjejum, não terei tempo para lhe fazer companhia...
Gostaria de poder me dedicar cem por cento a ela, mas com meu pai e com os deveres que ele me dá diariamente, fico surpreso que ainda posso passar as noites ao seu lado. Se dependesse de Charles eu seria uma maquina de aniquilar a papelada que ele não quer resolver. Não vejo a hora na qual ele se aposentara e sumirá para algum lugar distante, isolado e de difícil acesso.
ESTÀS LLEGINT
Princesa?Eu?
Literatura romànticaEu era uma garota normal, mas estava no lugar errado na hora errada, e derrepente um anel e uma coroa estavam a minha espera.
Jackson - Maratona 3
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