𝐄𝐕𝐀𝐍𝐄𝐒𝐂𝐄𝐍𝐓, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡

Capítulo XIX

Seth bufa, inflando as bochechas e cruzando os braços.

— Eu não sou um bebê, Ada!

— Você sempre vai ser o meu nenenzinho. Vem aqui coisinha linda, vem. — Agarro ele, esfregando os nós dos meus dedos da mão em seu couro cabeludo.

— Ada! Para! — Ele berra, tentando se desvencilhar do meu aperto.

— Nhenhenhem. Que lobinho fraquinho!

— Crianças, parem! — Sue chega na hora, me fazendo soltar Seth e fingir que nada havia acontecido. Ela deu risada, me puxando para um abraço. — É bom ver você, menina.

— Igualmente, tia.

Sue não era minha tia de verdade. Acho que a gente provavelmente tem algum parentesco, mas era tão distante que nem chegava a importar. Mas, ao crescer perto de Leah e Seth, a convivência foi grande e então, desde pequena, a chamo de tia.

— Venham se sentar. Billy já vai começar a contar as histórias.

Nos sentamos e cumprimento o resto da matilha, dando um beijo no rosto de Kim, a companheira de Jared, e apresento Bella à ela. Quando todos estão quietos e acomodados, Billy pigarreia, chamando nossa atenção.

O olho seriamente, ficando mais ereta para poder ouvir com mais clareza. Era a primeira vez que eu escutaria as lendas, sabendo que elas eram reais. Assim como também seria a primeira vez de Quil, Seth e Leah. Tinha todo um sentimento diferente, faz parte de uma história tão antiga... Todos os garotos, mesmo aqueles que já tinham ouvido aquela história um milhão de vezes, estavam prestando atenção em Billy, apenas esperando suas palavras.

— Os quileutes eram uma tribo pequena desde o início, mas sempre tivemos magia em nosso sangue. Éramos grandes guerreiros dos espíritos, mudávamos de forma. Nos transformávamos no poderoso lobo. — A voz de padrinho era profunda, como se aquilo que contasse fosse sagrado e, de fato, o era para nossa tribo. — Isso nos permitiu assustar nossos inimigos, e proteger nossa tribo. Um dia, nossos guerreiros se depararam com uma criatura, que parecia um homem, mas era duro como a pedra. E frio como o gelo. — Ele continuou a contar. — Os dentes afiados de nossos guerreiros finalmente o dilaceraram, mas só o fogo podia destruí-lo completamente. — O olhar de Billy era sério, enquanto olhava para a fogueira. Ela crepitava, alta, o fogo crescendo cada vez mais.

Olho para Bella ao meu lado, tensa, enquanto seus olhos estavam pregados em Billy. Quando olhou para mim, ela parecia assustada. Fora de seu lugar. Coloco a mão em seu ombro, puxando-a para um abraço, tentando confortar ela e, ao mesmo tempo, esquentá-la do frio.

— Tudo bem? — Jacob me perguntou, baixinho, sentado ao meu lado. Assenti, mordendo os lábios com preocupação.

Logo senti a mão quente de Jacob procurar pela minha e o olhei, questionando o que ele pensava que estava fazendo, mas ele apenas me ignorou, seus olhos presos no seu pai. Quando finalmente encontrou minha mão, cruzou seus dedos com os meus, segurando como se quisesse me manter ao seu lado.

Como se quisesse me ter ao seu lado.

Pisquei os olhos, confusa e emocionada, e voltei a olhar para Billy.

— Nosso povo viveu com medo, com medo de que o homem frio não estivesse sozinho. E, no fim, eles estavam certos. Ele tinha uma companheira, e sofrendo a perda de seu amante, ela resolveu se vingar na aldeia. Taha Aki, nosso chefe, era o único guerreiro espirítual que sobrara para salvar a tribo, depois que seu filho foi morto. — Padrinho continuou a história, olhando com atenção para todos na roda em volta da fogueira, em especial, olhou para Bella, o olhar sério e cheio de significados. — A terceira esposa de Taha Aki percebeu que ele iria perder. Ela não era um ser mágico, não tinha poderes especiais mas possuía coragem. A terceira esposa se sacrificou, enfiando uma faca em sua barriga. O sacrifício da terceira esposa distraiu a mulher fria tempo suficiente para que Taha Aki pudesse destruí-la. Ela salvou a tribo. Com o tempo, nossos inimigos desapareceram. Mas resta um: os Frios. Nossa mágica desperta quando eles estão por perto, e estamos sentindo isso agora. Sentindo a ameaça em nosso sangue.