onze

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ONZE

Quando Ingrid volta para a cozinha estou um pouco mais composta. Consigo fazer isso. Claro que consigo.

Não é física quântica. É trabalho doméstico.

- Regina, infelizmente teremos de abandoná-la durante esse dia - diz Ingrid parecendo preocupada. -O Sr. Mitchell saiu para jogar golfe e eu vou ver o Mercedes novo de uma amiga muito querida. Você vai ficar bem, sozinha?

- Vou! - digo tentando não parecer muito jubilosa. - Não se preocupe comigo. Verdade. Só vou continuar com as coisas ...

- Já terminou de passar a roupa? - Ela olha para a lavanderia, impressionada.

Terminei? O que ela acha que eu sou, a Mulher Maravilha?

- Na verdade pensei em deixar isso para depois e atacar o resto da casa - digo tentando parecer à vontade. - É a minha rotina normal.

- Sem dúvida. - Ela assente com vigor. - Como achar melhor. Bom, não estarei aqui para responder a nenhuma pergunta, mas Emma estará! - Ela sinaliza pela porta. - Você já conheceu o Emma, não é?

- Ah - digo quando ela entra usando jeans rasgados e o cabelo num rabo de cavalo.- Ah...sim. Oi, de novo.

Isso é meio estranho. Vê-la agora, depois de todos os dramas de ontem à noite. Enquanto ela me encara há um sorriso levíssimo em sua boca.

- Oi - diz ela. - Como vão as coisas?

- Fantásticas! - digo em tom tranqüilo. - Bem mesmo.

- Emma sabe de tudo sobre esta casa - diz Ingrid, que está passando batom. - De modo que, se você não conseguir encontrar alguma coisa... se precisar saber como destrancar uma porta ou sei lá o quê... ela é a sua mulher.

- Não vou esquecer disso -respondo. - Obrigada.

- Mas, Emma, não quero você perturbando Regina - acrescentou ela, dando-lhe um olhar severo. -Obviamente ela tem sua própria rotina estabelecida.

- Obviamente - diz Emma assentindo séria. Quando Ingrid se vira ela me lança um olhar divertido e sinto que meu rosto fica vermelho.

O que isso significa? Como ela sabe que eu não tenho rotina? Só porque não sei cozinhar, não significa que não sabia fazer nada.

- Então você vai ficar bem? - Ingrid pega sua bolsa. - Encontrou todo o material de limpeza?

- Ah... - Olho ao redor, em dúvida.

- Na lavanderia! - Ela desaparece um momento, depois volta segurando uma enorme bacia azul cheia de produtos de limpeza e larga na mesa -Pronto! E não esqueça suas Marigolds! - acrescenta animada.

Minhas o quê?

- Luvas de borracha - diz Emma. Em seguida pega um enorme par deluvas na bacia e me entrega com uma ligeira reverência.

- Sim, obrigada. - digo com dignidade. - Eu sabia disso.

Nunca na vida usei um par de luvas de borracha. Tentando não me encolher de repulsa, calço-as lentamente.

Ah, meu Deus. Nunca senti nada tão peguento, borrachento e... repulsivo. Tenho de usar isso o dia inteiro?

- Tchauzinhoooo! - grita Ingrid no corredor. E a porta da frente se fecha comum estrondo.

- Certo! - digo. - Bem... vamos lá.

Espero Emma sair, mas ela se encosta na mesa e me olha interrogativamente.

- Você tem alguma idéia de como limpar uma casa?

Estou começando a me sentir insultada. Pareço alguém que não sabe limpar uma casa?

Regina Mills, executiva do lar - SwanQuennOnde histórias criam vida. Descubra agora