Capítulo 21

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Luna pov. (🛑)

Hoje eu tive a certeza que realmente gosto do Miguel. Eu estava no camarote, quando olho em direção a pista e reconheço Miguel beijando uma loira, o beijo é intenso, ele parece gostar. O mesmo também segura na bunda daquela loira e isso me dá nojo e me faz revirar os olhos e sentir raiva.
Eu sei que não tenho direito de ficar com raiva dele, ele é livre e nós somos apenas amigos. Coisa que eu pedi para que fôssemos. Mas eu não posso parar de sentir, eu gosto dele e vê-lo com outra me causou ciúmes.

Depois de ver aquela cena horrosa, começo a beber tudo que eu vejo pela frente só para tentar disfarçar o que eu estava sentindo no momento. Eu acabo passando do limite e fico bem bêbada, mas eu sempre consigo me controlar em relação a bebida depois de beber uns copos de água, e foi o que fiz. Não estou totalmente lúcida, mas consigo sobreviver.

Nesse exato momento estou indo pra casa junto a Bernardo, vejo que ele muda a rota da minha casa.

Luna: Você está me levando para onde?

Bernardo: Pra sua casa, princesa.

Luna: Esse não é o caminho da minha casa, Bernardo! - ele coloca a mão na minha coxa a alisando e eu sou rápida em retirar sua mão dali. - Bernando, para esse caro agora! - ele continua dirigindo - PARA A MERDA DO CARRO.

Bernardo: Seu pedido é uma ordem - ele para o carro, eu desço as pressas e vejo no meu relógio que são 4 horas da manhã. A rua que estamos está bem vazia, mas vejo que tem muitas casas por aqui e algumas ainda estão com a luz acessa. - Você vai ser minha aqui e agora, eu sempre te quis.

Ele chega perto de mim, eu até tento correr, mas ele me segura. O mesmo começa a alisar meu corpo, passar as mãos sobre meus seios e beijar meu pescoço. Deus, isso não pode estar acontecendo comigo de novo.

Luna: FOGO, FOGO, FOGO, FOGO! - Começo a gritar o mais alto que posso. Estamos em frente a uma casa que aparentemente é abandonada e ele tenta me puxar para dentro - ME LARGA, SEU IMBECIL - Continuo me debatendo e as lágrimas descem pelo meu rosto freneticamente. - FOGO, FOGO, FOGO!

Bernando: Ao invés de gritar por socorro, você grita pro fogo? É isso que você quer? - Ele está com os olhos pretos, iguais aos aquele homem, igual aquele dia. Eu tenho certeza que não é a mesma pessoa, mas também sei que irá doer igual. - Vamos, vagabunda. Entra nessa casa logo.

Homem: Eu acho melhor você largar ela agora - paro de me debater e vejo em minha frente três homens altos e uma mulher, a moça usava camisola e todos estavam com caras de sono - Já mandei soltar ela.

Bernando me solta e corre até seu carro, os homens tentam o alcançar, mas ele acaba sendo mais rápido. A moça vem até mim e me abraça, eu choro em seus braços pensando no que poderia ter acontecido e muito grata a Deus por Ele ter me livrado dessa.

Moça: Vamos querida, vem até minha casa tomar uma água. - Ela me abraça de lado e me acompanha até sua casa - Você foi muito esperta em gritar por fogo, se gritasse por socorro nós ficaríamos com medo de sair de casa. - Lembro que vi isso na Internet e só coloquei em prática, pelo menos deu certo.

Homem: Nós podemos ligar pra alguém? Seus pais?

Luna: Eu não quero incomodar meus pais com isso - A moça chega com água - Obrigada! - pego meu celular - você pode ligar pra esse número? - Mostro o número de Bia, o homem assente e se retira da sala para fazer a ligação.

Moça: Me chamo Tereza! E você?

Luna: Sou Luna - minhas mãos ainda estão trêmulas, eu não consigo parar de chorar e nem beber a água toda. Entrego o copo para dona Tereza - Dona Tereza, muito obrigada! Vocês salvaram a minha vida. - Ela só me abraça forte, me sinto aconchegada em seus braços.

Homem: O número só dá desligado, tem outra pessoa para quem eu possa ligar? Não tem problema algum você ficar aqui hoje, mas acho que seria importante pra você estar em sua casa ou com alguém a quem confie.

Luna: Pode ligar a esse número e se não der certo, eu vou pra casa de uber.

Tereza: De jeito algum, se não conseguirmos falar com essa pessoa. Você dorme aqui hoje e amanhã, a gente resolve essa questão. O dia já está clareando - olho pela janela e vejo que realmente o sol está nascendo. Já estou há um tempo aqui

Luna: Moço, liga do meu celular é mais fácil dele atender

Homem: Boa ideia! - Ele sai novamente da sala para realizar a ligação.

Tereza: Está mais calma?

Luna: Sim, muito obrigada!

Tereza: Ele era seu namorado? - se refere a Bernando

Luna: Não, é um amigo de infância de meu irmão. Achei que fosse meu amigo, mas pelo visto me enganei

Tereza: Nem todo mundo é confiável, querida. Infelizmente, o mundo está rodeado de pessoas que não prestam. Você estava em alguma festa com ele?

Luna: Sim, eu fui em um boate que inaugurava hoje com alguns amigos. Mas ele só apareceu lá no final da noite, um pouco antes de eu decidir ir embora

Tereza: Querida, olhe para mim - eu a olho e ela segura meu rosto entre suas mãos - Não deixe o que quase te aconteceu hoje acabar com a sua vida. Vejo em você um futuro lindo, não desista! - Aquelas palavras vem como flecha em meu coração me fazendo desabar em chorar novamente. Ela me abraça forte

Homem: Eu consegui falar com ele. - respiro aliviada - passei o endereço e ele está vindo pra cá. Eu não disse o que aconteceu, acho melhor você mesma explicar a ele.

Luna: Muito obrigada...

Homem: Fernando!

Luna: Muito obrigada, senhor Fernando. O senhor, Dona Tereza e mais aqueles dois rapazes salvaram a minha vida - meus olhos se enchem de lágrimas novamente - eu nunca poderei expressar a minha gratidão a vocês

Fernando: Jamais deixaríamos que aquele crápula fizesse algo de ruim com você. - ele me puxa para um abraço e eu sinto que estou abraçando meu pai. É um abraço protetor - Vai dar tudo certo!

Minha mente tá uma confusão, estou muito grata por ter sido livrada dessa, mas meus pensamentos também estão em tudo que poderia ter acontecido e principalmente nas lembranças do que já aconteceu no passado. É horrível reviver tantas sensações em um dia só. Eu só queria que tudo fosse um pesadelo, tá tudo doendo aqui dentro. Eu preciso sair desse sofrimento.

Meus pensamentos são interrompidos por batidas na porta, senhor Fernando a abre e meus olhos vão de encontro a um homem ofegante e com o semblante preocupado...

Miguel: Luna!






























por você Where stories live. Discover now