Always ﾐ Zayn Malik

Capítulo Quatorze

Era estranho ter de lidar com o peso de todos aqueles olhares sobre mim, definitivamente jamais teria esperado que em algum dia de minha vida eu seria olhada daquela forma.

Era estranho. Total e completamente estranho.

- Parece que tem algo de muito errado comigo.

- E tem. Você é toda errada. - ele sorriu de canto.

Acho incrível a capacidade que Zayn Malik tem de ser um babaca - mesmo que às vezes seja o total oposto.

- Olha, eu não pedi pra vir...

- Ah, por favor. Eu não te convidei para ficar te bajulando, você já sabia disso. - fez sinal para que entregassem-lhe um whisky.

- Eu não entendo porque você queria tanto que eu viesse. Não faz sentido você me convidar para ficar me tratando dessa forma.

- Eu te convidei porque eu queria tentar ser legal, está bem? - o fato de ele ter me encarado para dizer isso me assustava e me confortava na mesma intensidade. - Eu queria te tirar daquele lugar.

- Que lu...

Demorei poucos minutos para entender o que ele estava falando.

- Você queria sabotar o meu emprego?

- Voce chama aquilo de emprego? Aquilo é uma sentença de morte!

- Me desculpe se a sua vida é incrivelmente perfeita e não te dá a necessidade de viver uma vida tão nefasta! - isso saiu mais alto do que eu gostaria, o que atraiu alguns olhares.

- Isso foi uma péssima ideia, você não tem um pingo de classe. - revirou os olhos e saiu. Simplesmente levantou e saiu, me deixando sozinha em meio a um bando de riquinhos me olhando feio.

Respirei fundo e resolvi dar uma volta. A pior coisa que poderia acontecer é algum desses magnatas se interessar por mim e eu me casar por interesse com ele. O que teria de errado? Eles ficam com mulheres apenas por seus corpos, por que eu não posso me aproveitar de suas - imensas - contas bancárias?

Quieta, Skye. Você fala demais quando está nervosa.

Não precisei caminhar muito até parar em um jardim tão verde quanto esmeraldas. Era tudo tão limpo e bem cuidado que eu poderia facilmente viver ali.

Era lindo.

- É uma boa paleta de cores, não? - ouço uma voz doce logo atrás de mim.

- Como? - assustei-me de início, dando um sobressalto.

- Desculpe, não queria te assustar. - o rapaz soltou uma leve gargalhada. - Sou Harry.

- Oi... Sou Skye. - sorri, sendo retribuída por um belo, doce e reluzente sorriso.

- É um belo nome, o que significa?

- Que a minha mãe estava sem ideias.

A gargalhada que Harry soltou após essa piada sem graça, preencheu todos os cantos de meu coração. Era incrivelmente agradável de ouvir.

- Natureza. - ele franziu a sobrancelha. - É o significado do meu nome.

- Agora entendi porque você está encarando este lugar com tanto amor.

- É, não consigo evitar. - brinquei.

- Skye? - ouço a maldita voz rouca ao fundo, se aproximando lentamente. - Por onde esteve?

- Vim tomar um ar. - sorri falsamente. Estava de saco cheio da cara dele.

- Suponho que não seja necessário acompanhante para respirar. A não ser que você tenha algum problema pulmonar.

- Malik... - riu. - eu cheguei aqui agora, nem sabia que ela estava aqui quando vim. - apesar das farpas, Harry mantinha a calma.

- Cai fora. - apontou para a porta.

- Qual é o seu problema?

- O meu problema? - debochou. - Você veio como minha acompanhante, o que vão imaginar se verem você se engraçando para outro homem?

- Ele só estava sendo gentil, coisa que você não tem feito desde que me viu pela primeira vez.

- E isso te faz querer se atirar logo aos braços dele, certo? - sorriu. - Oh, sim... por um segundo eu me esqueci que você é paga para se atirar aos homens, principalmente os que têm dinheiro.

- Chega! Você... - berrei. - Eu... sou boa demais para me submeter a isso.

Eu não sabia como faria para ir até minha casa, mas eu com certeza não aguentaria aquele desaforo por nem mais um minuto. Eu não sou palhaça.

- Aonde está indo? - tudo o que eu ouvia era Zayn berrando atrás de mim. Não liguei, apenas continuei andando - seja lá para onde.

- Skye, você nem sabe para onde esta rua vai.

- Pois uma hora eu vou descobrir.

Zayn acompanhava meus passos dirigindo tão devagar que me irritava.

- Por que está me seguindo? Segue seu caminho e sai.

- Você veio comigo, vai voltar comigo. - ele acelerava conforme eu aumentava a velocidade de meus passos. - Entra no carro.

Já era a quarta vez que ele me mandava entrar no carro, eu já nem tinha paciência para recusar. Ele que perceba a estupidez sozinho.

- Eu não vou mandar de novo.

- Ótimo! Me dará meu momento de paz sem você me enchendo. - fiz um sinal aos céus, que não parece ter sido muito engraçado para ele.

- Eu estou mandando você entrar no carro, Wood.

- Aí é que está: você não manda em mim. - percebi o efeito da frase quando tudo o que eu ouvi foi uma freada brusca no asfalto.

- Chega, você está brincando comigo? - Zayn falou enquanto me puxava pelo braço.

- Me deixe em paz, está bem? - tentei me soltar. Sem sucesso.

- Você sabe que não pode falar assim comigo. 

- Aqui fora você não é o meu patrão.

- Você não tem o direito de ser tão obstinada!

- Do que é que você está falando? - franzi a testa.

- Droga!

Eu já não estava compreendendo os fatos, tudo fugira dos limites de meu entendimento.

- Você... não pode ser tão insubordinada.

- Insubordinada? Você é... - fui interrompida ao ter minhas costas chocadas contra um muro. - O que voce...

- Calada. - sua respiração batia contra meu rosto e seu nariz estava estranhamente perto do meu. - Você fala demais.

E então, pude sentir sua respiração cada vez mais perto. O aperto em meu braço ficou mais firme e seus malditos olhos caramelo intercalavam entre meus lábios e meu olhar. Um sorriso de canto surgiu em sua boca antes de ele segurar minha nuca com uma mão e invadir meus lábios com os dele.

Droga.