Capítulo 2 🤫

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CAPÍTULO SURPRESAAAA! 🤣🤣
Depois vocês não me valorizam, né?!

CAPÍTULO SURPRESAAAA! 🤣🤣Depois vocês não me valorizam, né?!

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Eu falo demais.

— O que foi que disse, garota? — Pergunta dona Lorena, espezinhando-me pelo reflexo do espelho. Ela está sentada defronte para sua penteadeira, com seu cabelereiro às suas costas que acabou de fazer um penteado nela que me lembrou uma ave depenada.

Engulo em seco, pois há alguns segundos atrás pensei na figura da pobre ave em voz alta, e o pior é que fui ouvida.

— Que a senhora está linda — minto, com um sorriso amarelo.

— Mentira! Você comentou que estou parecendo uma... uma ave depenada! Não foi isso, Pablo? — Está indignada. É uma mulher pequena, acima do peso, de cabelos longos e louros, nariz fino e pontudo.

— Sim senhora — o homem afeminado confirma. Estou num beco sem saída.

— O quê? Não, eu estava pensando em outra coisa! — Tento reverter a situação. — A senhora? Uma ave depenada? Jamais! Olhando assim devagar e com atenção, me lembra até... até... — não sei o que falar.

— Até o quê? Agora fale, é uma ordem!

— Um pavão — disparo, já arrependida.

A senhora troca olhares de choque com o homem, e então me fuzila.

— Um pavão? — Sua voz demonstra o nojo, seu rosto se vira para mirar-me cara a cara.

— Não! É... uma pavoa! A fêmea do pavão é a pavoa! — Ela ainda se demonstra horrorizada, fico agoniada. — Uma galinha...? Uma bem bonitinha? — Cogito.

— Chega! Galinha é você! Como ousa me desmerecer tanto depois de tudo que fiz por você e sua mãe?

— Ah, de-desculpe, senhora Lorena, não foi por mal! — Gaguejo, um pouco aflita. — Esqueça isso, por favor! Sabe que falo demais!

— Pra rua! Está demitida! Não te quero mais como diarista e farei por onde para que mais ninguém aceite os seus serviços! Todos que eu consegui para você depois da ruína da sua família! Depois que você e sua mãe ficaram pobres, na sarjeta! Te ajudei em nome da amizade que eu tinha com ela!

— Eu sei, por favor, reconsidere! Posso trabalhar dobrado! — Insisto, preocupada.

— Não, não e não! Já não suportava mesmo a sua presença! Depois que perdeu tudo se tornou ainda mais desprezível, por isso que dizem que pobreza pega! Cuidado, porque se não se consertar vai acabar como seu pai, viciado, ou sua mãe, alcoólatra.

Minha aflição pelo desemprego iminente é imediatamente substituída pela fúria das palavras que a velha cuspiu.

— Lave a sua boca para falar da minha mãe e do meu pai! — Aponto o dedo para ela, a surpreendendo. — Pensa que me engana? Acha que nunca notei o seu prazer em me ver por todo este tempo limpando a sua casa? Logo a garota filha dos seus vizinhos que eram muito mais ricos que você? Invejosa! — Disparo, enraivecida.

NO SILÊNCIO DO CEO | Disponível na AmazonWhere stories live. Discover now