Prólogo 🤫

6.9K 1.4K 611
                                    

Dois anos antes.

O jardim da mansão é realmente belo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

O jardim da mansão é realmente belo. Estou parado, na varanda do meu quarto, no segundo andar, entre o manear lento das cortinas que se deixam levar pela leve brisa do vento frio, observando as flores lá embaixo. Acho que foi a minha mãe que me fez gostar tanto delas, de vez em quando os flashes afáveis de uma infância sofrida também vêm à mente, trazendo-me leves momentos de paz.

Imóvel... discreto... taciturno... permaneço quieto, com a mão direita sob o queixo, o antebraço esquerdo passado abaixo do peito, notando nuvens negras fecharem o céu, como se previssem o pior ou apenas compusessem minha aura meio sombria.

De repente, lá no pátio, entre as pétalas de variadas cores, vejo a mim e à minha irmã, Luna, ainda pequenos, eu entrando na adolescência, ela uma criança, descendo do carro do meu novo pai e sendo recebidos por nossa nova mãe e irmãos. Alguns dizem que o destino foi bondoso conosco, principalmente comigo. É fácil enxergar assim quando se sabe apenas um lado da história.

Ouço duas batidinhas na porta que me fazem sair das recordações e olhar para trás, vendo a babá uniformizada entrar de mãos dadas com Alisa, minha filha de quatro anos que está vestida como uma verdadeira princesa, o cabelo feito em Maria Chiquinha.

— Papai! — Ela corre até mim sorridente, como um anjo iluminando a minha escuridão, abraçando-me. Pego-a no colo e a beijo na testa, esticando um pequeno sorriso, quase imperceptível. A olho com curiosidade, ela já sabe o que quero. — Fiz as tarefas. Agora posso brincar? — Fala com a doce voz ainda meio engomada devido à pouca idade.

Assinto com a cabeça, acariciando seu rosto fofo e perfeito. A amo demais, mesmo que às vezes não pareça.

— Senhor Alejandro — chama a babá, um pouco tímida, as bochechas ruborizadas, as mãos cruzadas em frente ao corpo. Ela sempre fica assim na minha presença. É uma mulher esguia, cabelos castanhos, de quase trinta anos, eu acho, bonitinha. Dou atenção a ela, lhe permitindo continuar. — O senhor Miguel requer a sua presença lá embaixo.

Assinto, despeço-me de Alisa com o olhar e a ponho no chão. A babá vai até ela após me fitar rapidamente com certo interesse. Saio do quarto, caminhando devagar pelo corredor da casa que mais parece um palácio. Uso traje social em tons escuros, há um luxuoso relógio da nossa marca em meu pulso direito.

Enquanto desço as escadas, vejo minha família reunida na sala de estar, para a minha surpresa. Meus irmãos Esteban e Mateo dialogam e riem em um canto, assim como Luna conversa amigavelmente com Joaquin, meu assistente e amigo, em outro. Meus pais estão lado a lado no sofá, mirando algo no celular. O grupo forma um quadro de elegância e poder.

Há um tempo atrás, essa quantidade de pessoas ao meu redor me deixaria nervoso, mas hoje já consigo filtrar e manter-me calmo. Ainda assim, respiro fundo antes de passar pelo último degrau, momento em que percebem a minha presença.

NO SILÊNCIO DO CEO | Disponível na AmazonWhere stories live. Discover now