Capítulo 1.1 🤫

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Obs: Lembrem que os personagens são espanhóis, então o J tem som de R. Sendo assim, não é Joaquin com som de J, e sim com som de R, se pronuncia Roaquin.

— Você foi perfeito, se não fosse a sua perspicácia eu estaria perdido — diz Joaquin, comentando sobre a reunião

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— Você foi perfeito, se não fosse a sua perspicácia eu estaria perdido — diz Joaquin, comentando sobre a reunião.

Nego com o rosto, sentado atrás da mesa executiva, enquanto ele prepara uns drinks sobre o balcão negro que contorna a parede.

— Mas é claro que sim, eu não teria falado tão bem; quer o seu com ou sem gelo hoje? — Se refere ao uísque de uma das marcas que mais aprecio, o Royal Salute. Meu olhar o responde, ele põe a pedra de gelo apenas em seu copo, depois se aproxima, entregando o meu, sentando-se no sofá de couro cinza-escuro.

Agora estamos só nós dois em minha sala presidencial que é enorme, com banheiro e até closet, além de um designe moderno, onde algumas paredes dão a impressão de estarem se desconstruindo, ruindo, com tijolos aparentes. A maioria dos objetos são pretos, o ambiente é austero, masculino e frio. Aqui é o único lugar da Javier onde me sinto seguro e confortável.

Trabalhamos na sede mundial da companhia, o centro de gestão, pesquisa e desenvolvimento, concepção e dos serviços de comunicação, venda e pós‑venda. Sendo também o local onde são reunidos os componentes produzidos nas outras três unidades para a realização do controle de qualidade final dos relógios acabados.

A nossa infraestrutura chega a ser epopeica, um gigantesco prédio de quinze andares, com a parte exterior toda em fachadas de vidro refletindo o cinza, onde no topo há o nome da marca na cor que a simboliza: o dourado. Aqui é o administrativo, onde escritórios e ateliês de produção convivem lado a lado no mesmo espaço, transformando o conjunto arquitetônico em um organismo completo, complexo e autônomo.

Inclino o nariz na parte superior do glencairn de cristal, aspiro levemente o cheiro indefinido, sem predominância clara de qualquer aroma específico, mas inconfundível do single malt vinte e um anos. Levo-o à boca, fecho os olhos, deixando a bebida pura molhar a língua, se desenvolver saborosamente por dez segundos antes de ser engolida.

Ergo as pálpebras, avistando o mesmo semblante de satisfação no meu assistente que, assim como eu, sabe muito bem apreciar um bom blend.

Joaquin Hayser, é um amigo de longa data. Estudamos juntos durante o ensino médio e nos formamos na mesma faculdade de administração. Enquanto meus irmãos foram para Havard, preferi uma universidade privada aqui mesmo em Madri, sempre buscando fugir das atenções e da companhia de Esteban ao mesmo tempo, tendo em vista que a nossa relação nunca deixou de ser tóxica.

Assim, conheci Joaquin, um dos únicos que não me via como um estranho por não falar, e que me fez até trocar palavras com ele algumas poucas vezes. Gradativamente, o homem negro que tem quase dois metros de altura e que mais parece um armário de tão musculoso, tomou a minha confiança.

NO SILÊNCIO DO CEO | Disponível na AmazonWhere stories live. Discover now