Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Quando os corpos foram retirados das calçadas para serem cremados e as ruas ficaram desertas por luto e medo faltavam cinco dias até o céu azul.
Ouro, 06 de Granada de 122 d.S.
Jungkook estava com as costas na parede metálica, olhando o carimbo preto feito recentemente nas costas da sua mão direita. Quando virou o braço, viu a cicatriz de queimadura com o símbolo do exército de Dongjjog no seu pulso. Uma memória de uns quatro anos atrás apareceu na sua mente: um rapaz no mesmo pelotão que ele que sentia tanta raiva daquela marca a ponto de um dia resolver cortá-la. Ele sangrou até a morte, e Jungkook quase conseguia ver a expressão de alívio no rosto do cadáver quando o acharam.
Voltou a olhar para o carimbo, um quadrado meio falhado que naquele momento estava simbolizando que ele cometeu um crime grave. Havia dezenas de homens na mesma cela que ele, cada um com um carimbo na mão também. A esmagadora maioria havia sido capturada nas ruas pelo exército e o carimbo era a maneira mais fácil de identificar seus crimes devido a quantidade de pessoas.
ㅡ Dois triângulos, vamos ㅡ um guarda chamou da porta.
Eles estavam ocupando uma mansão sem dono e em apenas um dia todas as portas e janelas foram trocadas por barras de ferro, transformando o lugar numa prisão improvisada para centenas de presos.
Jungkook tinha ficado sentado o dia inteiro vendo pessoas serem chamadas para interrogatório. Se Hoseok estivesse ali teria perguntado a algum guarda quais eram os critérios de liberação, mas ele estava separado do resto, numa cela para feridos. Jungkook não era nada bom com socialização e ninguém parecia interessado em puxar assunto com ele também, então ficou quieto no seu canto.
Ficou olhando para a porta, vendo as pessoas e guardas passando para lá e para cá no corredor. Até que cruzou os olhos com uma mulher loira e pequena. Era Chohee, acompanhada de Minji, de cabelos pretos como carvão e a altura de um homem. Elas foram presas mais ou menos na mesma época que Jungkook depois de roubarem sua patroa enquanto eram empregadas. Sobreviveram à primeira arena graças a Hoseok entregando frutas por aí. As duas foram até a porta da cela de Jungkook enquanto sorriam, mas um guarda tentou pará-las.
ㅡ Ei, o que estão fazendo?
ㅡ Não se preocupe, vamos apenas nos despedir ㅡ Minji disse, olhando o guarda de cima, o que o fez dar de ombros e deixar.
Jungkook se levantou e ficou perto das barras. Elas ainda usavam roupas pretas de prisioneiras, mas estavam claramente livres de amarras.
ㅡ Jungkook, nossos crimes eram leves então nos deixaram pagar fiança para sair da cadeia. ㅡ Chohee mostrou o triângulo na mão enquanto contava.
Ele sorriu.
ㅡ Isso é ótimo! Estou muito feliz por vocês.
Ele sabia que o dinheiro dela foi provavelmente feito com roubo, mas Sarang não devia estar se preocupando com aquilo. Precisava de fundos para pagar os prejuízos enormes causados ao país e também se livrar de mais da metade daqueles prisioneiros.
