Sereias Ladras

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O sol nasceu esplêndido, espalhando calor e uma brisa suave que soprava do oceano. Rosé despertou, revigorada por uma noite serena ao embalo das ondas quebrando perto delas. Erguendo-se com um vigor renovado, dedicou-se a colher flores silvestres, movida pelo desejo de tecer uma nova coroa floral — um adorno perdido na tempestade da noite anterior. Jisoo, envolta na preguiça típica do amanhecer, observava com admiração enquanto Rosé, com destreza e graça, arranjava seus cabelos loiros, tão luminosos quanto a areia banhada pela luz do sol.

Depois de saborearem um café da manhã enriquecido com uma variedade de frutas tropicais, elas partiram rumo ao desconhecido, na esperança de encontrar vestimentas adequadas. Com o passar das horas, seguindo instintos quase esquecidos e o sutil guia dos aromas carregados pelo vento, Jisoo e Rosé alcançaram Sunnydale, um pequeno vilarejo que despontava como um oásis de civilização em meio à vastidão da floresta.

Cautelosas, elas se abrigaram na densa vegetação na borda do vilarejo, seus olhares curiosos capturando a essência da vida humana que se desenrolava diante delas. Observavam, fascinadas, a simplicidade do cotidiano dos vilarejos, onde cada gesto e tarefa parecia ser realizado com um senso de comunidade e alegria.

O ambiente acolhedor de Sunnydale era palpável, mesmo de longe, mas a prudência as aconselhava a aguardar a proteção do manto noturno para se aventurarem entre os humanos. O desejo de evitar um confronto desnecessário era forte; elas sentiam um respeito intrínseco pela paz e felicidade aparente dos habitantes, vendo-os não como adversários, mas como seres com os quais compartilhavam o mesmo mundo.

...

Sob a proteção da noite, com a lua apenas esboçando sua presença no céu, Jisoo e Rosé se moveram com uma delicadeza quase sobrenatural. Elas eram sombras vivas, avançando com passos leves e ágeis, suas formas mal tocando o chão, como se dançassem uma dança silenciosa entre as sombras.

Jisoo, com sua liderança nata, guiava o caminho, seus olhos atentos captando qualquer sinal de movimento ou ruído que pudesse denunciar sua presença. Rosé, seguindo logo atrás, complementava a cautela de Jisoo com uma atenção igualmente aguçada, ambas unidas por um entendimento tácito de que a discrição era sua melhor aliada naquela noite.

A pequena casa que encontraram parecia adormecida no silêncio da noite, os varais no quintal exibiam uma coleção de vestimentas que dançavam suavemente com a brisa. Ali estavam as peças que elas procuravam. Embora mais simples do que o elegante vestido de Jennie, havia uma beleza na simplicidade e funcionalidade dessas roupas que lhes atraía.

Com um olhar compartilhado que comunicava seu consenso, elas selecionaram os vestidos. Jisoo vestiu-se com o verde, que parecia capturar a essência da floresta. Rosé, por sua vez, escolheu um vestido rosa, adornado com padrões florais que pareciam ecoar a delicadeza e a beleza das flores que ela tanto adorava adornar em seus cabelos. Era um momento de transformação, não apenas na aparência, mas em sua essência, à medida que se adaptavam a esse novo mundo com a mesma graça e força que sempre as caracterizou.

Continuando sua jornada de exploração, Jisoo e Rosé se depararam com um estábulo que chamou imediatamente a sua atenção. A curiosidade as envolveu ao se depararem com uma criatura magnífica que nunca haviam visto antes: um cavalo. O animal exibia uma elegância e um porte que lhes causavam admiração. Movida por um misto de curiosidade e encanto, Jisoo avançou cautelosamente em direção ao animal. Ao perceber sua aproximação, o cavalo, que estava atado, lançou-lhe um olhar que rapidamente se transformou em pânico. Num gesto brusco, ele ergueu suas patas dianteiras e relinchou fortemente, num sinal claro de alerta e medo, provocando um caos ao derrubar objetos ao seu redor em uma tentativa desesperada de fuga, sentindo, talvez instintivamente, a natureza não humana das visitantes. O tumulto gerado pelo animal era ensurdecedor. Jisoo, em um esforço para acalmar o cavalo, tentou apaziguá-lo com gestos suaves, mas suas tentativas pareciam ineficazes diante do medo evidente do cavalo.

SirenWhere stories live. Discover now