- Capítulo 6

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- Não se ache tanto. Coincidências acontecem meu querido. - digo sorrindo simples e ele me encara de igual forma.

- Uau, nem 1 mês se passou e já estamos nos tratando com nomes carinhosos? Acho que já podemos marcar o nosso casamento para daqui a 3 meses, em pleno inverno, onde a neve cairá e depois a lua de mel num lugar quente. - soltou uma risada e ele me acompanha.

- Vá sonhando, Noah.

- Com você? Sempre baby. - mesmo ele estando a brincar comigo, sinto minhas bochechas aquecerem-se e logo ele abre um sorriso convencido. Dou-lhe um murro fraco no peito e ele ri e, mesmo com muita relutância minha, o acompanho.

- Mas então...O que faz por aqui? - pergunto tentando começar um novo assunto.

- Se me acompanhar até ao meu carro e me deixar te dar uma carona eu te conto. - o olho apreensiva e então me lembro que estamos no meio da rua a apanhar chuva, agora ainda mais forte, e as pessoas devem estar a achar-nos dois loucos.

- Claro, porque não? - digo simples e ele sorri e então segura minha mão, a entrelaçando com a sua. Rapidamente me lembro de à dias atrás, quando ele fez o mesmo e de como me senti.

Meu coração acelerou tal como da última vez que ele fez isto inesperadamente. Meu coração acelerou tal com todas as outras vezes em que ele toca em mim em gestos simples e carinhosos, tal como todas as vezes em que nossos se conectam como se estivessem numa luta para ver quem sustenta por mais tempo o olhar, tal como todas as vezes em que nossos rostos estão próximos um do outro. Quem souber as coisas que ele me faz sentir com pequenos gestos e ações, pensa que nos conhecemos à imenso tempo e que eu estou apaixonada por ele.

Nossos passos foram se acelerando e então começamos a correr. A chuva ficava cada vez mais forte, o vente já se fazia presente. Parecia que estávamos num filme, não sei porquê, mas parecia.

- Sua casa fica muito longe? - ele me pergunta logo que entrámos em seu carro.

- Mais ou menos. Uns 8km no máximo eu acho. - eu digo e ele de seguida solta um suspiro frustrado. - Porquê?

- O tempo só vai piorar cada vez mais. Fazer caminhos longos, ainda para mais de carro, é muito perigoso.

Um silêncio se instala entre nós. Ambos ficamos pensando num solução, mas nada me ocorre e parece que a ele também não, até que ele me chama me fazendo o olhar.

- Há uma solução, e é a única. Pelo menos a que não nos coloca em tanto perigo.

- E qual é? Eu pensei em dormirmos aqui no carro, mas pode cair galhos das árvores em cima e acabar nos matando. - ele dá uma risada nasal.

- Você pode vir para minha casa. O meu apartamento aqui na cidade. - ele diz e me lembro do que ele tinha dito sobre o mesmo da última vez que estivemos juntos.

"Um dia te levo para mostrar o meu apartamento e a linda vista que ele tem da cidade toda."

Me sinto um pouco nervosa ao relembrar daquela frase. Mesmo que ela pudesse não querer dizer nada, mesmo que tenha sido um simples "convite" sem segundas intenções. Ele deve notar bem nervosismos e então diz:

- Para além do meu quarto tem um quarto de hóspedes, você pode lá ficar se entretanto o tempo não melhorar. - após a sua fala, sorrio-lhe como um agradecimento, ele assente levemente e então começa a dirigir.

Aproveito o momento para enviar uma mensagem para os meus pais e Joalin avisando que devido ao tempo irei ficar em casa de um amigo e que não precisam de se preocupar. Não contei a ninguém sobre minha amizade com Noah, mas sei que eles não se vão importar e quando voltar irão me fazer milhões de perguntas sobre ele. Principalmente Joalin, ela vai querer saber tudo, como nos conhecemos e tudo mais, e até se fizemos alguma coisa no seu apartamento.

Durante o caminho ele me contou um pouco mais sobre si e eu também lhe contei um pouco mais sobre mim, sem referir a parte de estar doente. Cantamos, falamos e rimos, e então, como num piscar de olhos, estávamos na garagem do seu apartamento. Ele estaciona o carro no seu lugar, entramos no elevador e quando as portas do mesmo se abrem ele sai na minha frente e eu o sigo.

Pelo exterior do prédio percebi o quão lindo ele era, e caro, mas agora, entrando no no seu apartamento que por acaso ficava no último andar, tendo assim um espaço mais amplo e uma melhor vista, percebo que o seu exterior nem se compara ao interior. É incrível.

Ele me mostra tudo e deixa o quarto onde irei ficar no final. É um quarto simples, não tem uma grande decoração nem uma diversidade de cores visto que ele recebe sempre família e amigos próximos aqui.

Ele me deixa no quarto de hóspede indo para o seu quarto buscar alguma roupa que eu possa usar já que a minha estava encharcada. Entro no banheiro e começo a despedir as peças molhadas e quando já estou apenas de lingerie me olho no espelho.

Eu estava relativamente mais magra.

Fico me olhando no espelho com os meus pensamentos a mil e sou despertada pela fraca batida na porta e a voz de Noah me chamando. Abro a porta e o vejo parado na minha frente me olhando e sem dizer nada.

- Aqui tem umas roupas que podem te servir. - diz ainda meio distraído e logo vira de costas e sai me deixando sem entender.

Fecho a porta, coloca as roupas em cima da pia e volto meu olhar para o espelho e então lembro que estava de lingerie. Uma lingerie nada simples, muito pelo contrário.

Solto um ar frustrada e minhas bochechas queimam. Ele deve estar achando que eu sou sei lá bem o quê. Como que eu o vou olhar pelas próximas horas?

Deixo meus pensamentos de lado e entro no chuveiro.

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Nunca vou superar esse momento deles. Sinceramente se eu ler vou surtar como se não tivesse sido eu a escrever kkkkk

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