- Capítulo 7

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Sabina Hidalgo
27 de Setembro

Noah decidiu me mostrar os seus talentos na cozinha, e não posso negar que o jantar estava realmente bom, eu não faria melhor.

Enquanto ele cozinhava sentei me em cima da bancada ao seu lado e conversávamos sobre alguns assuntos aleatórios e vez ou outro riamos. Depois, durante o jantar continuamos a falar sobre nós, falávamos de recordações da nossa infância, sobre os melhores e os piores livros que já lemos, vergonhas já passamos...E então terminámos de jantar. Eu o ajudei a arrumar as coisas e depois fomos para os nossos respetivos quartos já que o tempo parecia cada vez pior.

Os primeiros 5 minutos se tornaram em 30 minutos e logo depois 1 hora, e quando fui ver, já se tinham passado quase 2 horas e eu não conseguia adormecer devido ao barulho da chuva e dos trovões cada vez mais fortes.

Me levanto e me dirijo até ao quarto do Noah que ficava no final daquele corredor. Chegando lá vejo que a porta não está fechada e então abro a  mesma devagar para não fazer barulho mas falho miseravelmente ao fechá-la fazendo com que Noah acabe por despertar do seu sono.

- Sabina? - ele diz com a voz fraca

- Meu deus, eu peço imensas desculpas, eu não queria ter acordar. - eu digo sussurrando

- Não tem problema, mas o que se passa? Está tudo bem? - ele senta-se na cama coçando os olhos

- É só que...eu não estou conseguindo dormir com o barulho da chuva e dos trovões e queria saber se você não se importa que eu me deite com você. - a vergonha passou por mim e disse olá. Onde que eu fui buscar isso mano?

Ele não responde, apenas abre um sorriso fraco, o fazendo ficar mais fofo com o seu cabelo todo bagunçado, e abre um espaço para mim. Vou até ele e então me deito de costas para ele, agradecendo em seguida.

Ele nos tapa aos dois e então sinto ele me puxar para mais perto dele e me abraçando pela cintura. Minha respiração falha e meu coração bate descompassadamente, e quando acho que não pode pior - ou melhorar - ele chega perto do meu ouvido e diz, com a sua voz rouca:

- Durma bem Sabina.

Meu corpo estremece e antes que possa dizer ou fazer alguma coisa sinto sua respiração leve em meu pescoço. Sorrio para mim mesma e levo minha mão até a sua que está na minha barriga e a seguro. Ele entrelaça nossos dedos, o meu sorriso cresce um pouco mais e então adormeço.

Meu sono era tranquilo e passado umas boas horas eu desperto. Demoro uns segundos a me localizar e então lembro que estou no apartamento de Noah na cidade, mais respetivamente no quarto dele.

AI MEU DEUS EU ESTOU NO QUARTO DO NOAH, NA CAMA DELE.

Olho para o meu lado e Noah está de costas para mim. Suspiro aliviada por ele não estar de frente para mim nem ter visto minha reação. Me deixo cair novamente no colchão confortável. Não sabia que horas eram, mas eu precisa ir.

Quando ia me levantar o braço de Noah envolve a minha cintura, tal como na madrugada quando me deitei do seu lado. Me viro, ficando de frente para ele. Nossos narizes se encostam e nossas respirações se misturam e dou graças a deus por ele não estar acordado, porque se estivesse ia ser mais constrangedor e eu estaria que nem um pimentão, porém, eu estava sorrindo. Não sei porquê, mas esta proximidade entre nós enquanto ele dormia tranquilamente me fazia sorrir.

Levo minha mão até perto do seu rosto e afasto levemente os cabelos que tapavam o seu rosto e então analiso seu rosto ainda sorrindo. Fico mexendo levemente nos mesmos fios de cabelo que formavam umas pequenas ondas e então sinto sua mão apertar mais minha cintura e, consequentemente, me aproximando ainda mais nele, se isso era possível. Nossas bocas estão a menos de 10cm de distância, minha respiração começa a falhar - e desta vez não é pela doença - e sinto as minhas bochechas tomarem um tom avermelhado, o que já era de esperar, e então, assim de repente, a ideia de acabar com o pouco espaço entre nós não parece ser tão detestável assim.

O que estava acontecendo comigo? Eu definitivamente não podia estar bem.

Os lábios dele se curvam no sorriso sigelo e então eu percebo que ele esteve sempre acordado. Sorrio junto e então levo meus dedos de volta aos seus fios de cabelo, que naquele curto intervalo de tempo, tinham voltado a cair sobre a sua face. E uns minutos depois me rendo novamente ao sono enquanto o seu polegar fazia um leve carinho na minha cintura.

Mais tarde acordo novamente, mas desta vez sozinha na cama. Quando decido me levantar para o procurar, o mesmo abre a porta do quarto com uma bandeja com um simples café da manhã.

- Fiz para você - ele diz, entregava a bandeja - Não é grande coisa mas você já sabe que sou um ótimo cozinheiro.

Ambos soltamos uma risada fraca e então ele se sente do meu lado, tapamo-nos e depois viramo-nos de frente um para o outro com a comida no nosso meio. Comemos enquanto falávamos sobre assuntos aleatórios. Eu gostava do ambiente que estava entre nós.

Eu não queria ir embora, não ainda. Eu gostava de estar na sua companhia, ele ajudava me a esquecer do mundo lá fora, de todos os problemas e toda a infelicidade existente.

Decidimos ficar a ver um filme de ação já que terror eu não via e ele de romance não via.
Eu não costumo assistir filmes de ação porque não acho que sejam assim tão bons e emocionantes, mas ver com o Noah foi diferente. Ele já tinha visto este porque era o seu favorito e por isso já sabia algumas falas e então às vezes ele levantava-se e imitava os personagens me fazendo rir.

No final do filme eu continuava a rir das coisas que o Noah fazia e dizia enquanto íamos para a cozinhar preparar alguma coisa para comermos.

Fiquei o máximo tempo que pude, e acho que o Noah também não queria muito que eu fosse embora, ou então fingia muito bem e não mostrava o quanto eu estava a perturba-lo.

No final do dia, quase 19h da tarde, ele me levou de volta a casa.

- Obrigada por me ter deixado ficar em seu apartamento e por me ter aturado quase o dia inteiro de hoje - digo antes de sair do seu carro

- Não precisa agradecer, sempre que precisar meu apartamento está disponível para você ou a casa no campo. E foi um prazer aturar você Maria - ele diz sabendo que odeio que me chamem Maria

- Eu te odeio Jacob - eu digo com um sorriso de deboche e ele solta uma risada nasal

- Também gosto muito de você Sabina.

Me aproximo e deixo um beijo em sua bochecha.

- Até um dia Noah. - abro a porta e antes de fechar ouço a voz de Noah ecoar novamente:

- Até um dia Sabina, foi muito bom ter passado este tempo com você. - ele sorri e eu sorrio de volta, fecho a porta do carro e entro em casa.


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Mano eu fico tão soft com esses momentos deles, sério não dá

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