Part Eleven: through the sea

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Catra P.O.V

Tudo estava indo bem exceto pelo fato de que: nada estava indo bem.

Bow, Glimmer e Adora foram pensar em algum método de falar com Sea Hawk para nos burcar de barco, honestamente, eu odeio água.

-Conseguimos, daqui algumas horas podemos nos encontrar com Sea Hawk -disse Bow segurando um aparelho eletrônico no qual eu julgaria ser um tablet.

-Eu só espero que ele não coloque fogo neste barco... pelo menos não enquanto nós estivermos nele -falou Glimmer.

Eu ignorei o resto da conversa pois ainda estava pensando se seria uma boa ideia a minha companhia. Óbvio que eu não quero parecer vulnerável na frente deles, a mínima ideia de cair na água me deixava... nervosa.

Um pouco estressada e minimamente interessada em interagir com eles, eu sentia que precisava pensar. Caminhei para longe, sem fazer ruído algum. Me escorei em uma parede próxima e fiquei observando eles conversarem.

Adora foi a primeira a perceber minha ausência, percebi a mesma olhando pelos cantos discretamente em minha procura, porém ela não conseguiu me enxergar. Eu percebia a sua tentativa de fugir da conversa para me procurar, mas ela precisava daquele momento, era importante, eles estavam planejando algum tipo de plano para descobrir do que se tratavam aqueles protótipos de grandes ameaças. Talvez fosse até melhor ficar aqui, talvez eles ainda não confiem em mim, eu não os julgaria.

Melog ronronou do meu lado, ele sempre estava aqui. Fiz um carinho em sua cabeça e pensei "não sei se eu mereço esse tipo de apoio emocional".

Melog ronronou em protesto. Eu sempre me esquecia que ele conseguia saber o que eu sinto.

- Melog, eu acho que eu estou com medo, com medo de continuar assim, com medo de pisar na bola novamente, é a primeira vez que eu sinto que tenho algo concreto, eu não quero estragar isso, mas... me conhecendo, eu sei que é só uma questão de tempo até tudo se desfazer, assim como no inicio, com o Horde, com a Scorpia, com a Adora e principalmente, comigo mesma.

Melog me disse algo como "não deixe de tentar, você é uma pessoa, e pessoas podem mudar". De fato, acho que eu posso tentar aproveitar um pouco de sol antes da tempestade.

Me desfiz de meus pensamentos quando duas mãos seguraram meus quadris e eu ouvi um sussurro baixinho falando:

-No que está pensando?

Seus olhos eram azuis igual o mar, olhando para eles, eu conseguia me sentir no oceano mais profundo e ainda assim não sentir medo algum, pelo contrário, queria cada vez mais navegar, nadar, desvendar suas aventuras.

Seus braços, sua respiração, eu só queria tudo isso por perto, acho que mais nada pode mudar isso, espero que nem mesmo eu e minha cabeça dura.

-Em nada demais.

-É bom você estar aqui.

Fiquei feliz com o comentário, tive vontade de pensar se realmente era o certo a se fazer... ou se eu não precisava de mais, de algo que determinasse que eu era diferente agora. Eu realmente não entendo como ela me aceita sabendo quem eu era.

Minhas bochechas ficaram vermelhas com o pensamento de ela realmente ter feito tanto por mim. E o que eu fiz senão destruir tudo? Acho que uma parte de mim sempre vai odiar quem eu era, talvez ainda seja.

-Eu sinto muito, Adora.

-Do que você está falando? -ela franziu a testa.

-Eu tenho medo... -algumas lágrimas não pediam permissão de passagem e simplesmente fugiam de meus olhos- eu nunca quis te fazer mal. Eu só não soube administrar tudo aquilo. Eu te amo, e não sei qual é a melhor forma de continuar com tudo isso, não depois de tudo que eu fiz.

After the war - CatradoraWhere stories live. Discover now