After the war - Catradora

Part Ten: starting the journey

 Adora P.O.V 

 Eu estava em uma floresta, perdida, porém sem medo. Tudo aparentava estar na mais perfeita paz, calmaria. 

 Me dediquei sentir aquela sensação, estar em paz em um lugar tranquilo era tudo que eu precisava nos últimos dias. 

 Deitei no gramado e observei os raios solares entre as folhas das árvores, senti uma leve brisa sob meu corpo.

 Por um tempo, pude descansar meus olhos, aquela sensação me reconfortava, sentia como se já conhecesse este lugar, ele me trazia um certo tipo de paz. 

 Então, escuto um ruído, quase como um pedido de socorro do além. Minha respiração pesou. O desconforto se tornou presente em mim. 

- Bom, lá vamos nós -disse mentalmente. 

 Caminhei por entre as árvores seguindo o ruído, o mesmo qual, depois de uns minutos, reconheci como choro. Aquela voz, aquela angústia, aquele lugar, tudo me parecia... familiar (até demais).

 Cada segundo a mais meu peito começava a agonizar, meu coração batia de uma maneira totalmente diferente, eu estava com medo, curiosa, peguei o pouco de coragem que me restava e corri, corri diretamente ao som que aumentava mais e mais. 

 Folhas de árvores entre o caminho batiam em mim, tive de usar meu antebraço para os mesmos não pecharem-se diretamente com minha face. 

 Aquele som não parava, eu me via no início de uma longa jornada. Eu corria, corria, corria sem olhar para trás, nem para os lados, corria em direção aquele som, continuei com uma mão no peito, pois sentia como se meu coração fosse pular do mesmo em qualquer segundo. 

 Meus pés tocavam e saíam do chão tão depressa que eu mesma mal conseguia senti-los. Eu estava apavorada, aquela paz havia sumido por completo, minha racionalidade parecia ter se esvaziado e a única coisa que eu consegui pensar naquele momento foi: corra!

 Senti minhas pernas amortecidas, algo me chamava, eu não sabia o que era, não parecia estar presente naquele mesmo momento, parecia do além. 

 Quando eu olhei para baixo, não enxerguei minhas pernas, elas haviam... sumido(?).  Logo após minhas pernas, meus braços também não se encontravam presentes. Eu ainda estava tão longe, porém despedaçando, o que estava acontecendo? 

 - ADORA ACORDA!

Sentei-me na cama. Eu estava apavorada, aquilo parecia tão real... 

 Catra estava me olhando com olhos de felina arregalados, acho que ela percebeu algo de estranho comigo. 

-  Adora! Ainda bem que você acordou -ela me abraçou- nós já estávamos preocupados. 

- Eu também, mas acho que foi só um pesadelo. 

- Droga, fui eu quem te deixou com coisas na cabeça? Eu fiz alguma coisa que... -eu a cortei

- Catra, não. Você não fez nada de errado -entrelacei nossos dedos- ontem foi incrível, assim como cada momento com você, não se sinta insegura, por favor. 

 Depois de tais palavras, pude sentir sua tensão diminuir. Fiquei feliz por ter conseguido a convencer. 

 - Okay, mas ainda assim, Bow e Glimmer estão preocupados. Bow insistiu para eu não te acordar, mas eu não consegui ver você daquela maneira...