O Supermercado

63 8 0
                                    

Estava super animado para começar no meu primeiro trabalho, que me ajudaria a manter os custos da faculdade, eu trabalharia organizando prateleiras e orientando os clientes em um novo supermercado que abrira a apenas dois quarteirões do campus da universidade.

Pode não parecer grande coisa mas o salário era mais generoso do que eu esperava, e a localização era perfeita. Além de mim haviam pelo menos mais 10 funcionários que exerciam a mesma função, sem contar com o gerente e os caixas.

Com o passar dos dias eu notei que o clima no lugar principalmente á noite, era bem sinistro. A sensação que eu tinha era de que havia um peso sobre mim e que era difícil se movimentar com a mesma rapidez que a tarde, percebi também que os meus colegas pareciam cada vez mais cansados, como se uma carga de trabalho muito grande tivesse sido posta sobre eles.

Comecei a questionar se somente eu havia notado aquelas coisas, talvez fosse algo da minha cabeça. Pouco a pouco as pessoas que começaram a trabalhar junto comigo pediram demissão, algo naquilo me incomodou, mas como sempre surgiam novos funcionários, eu acabei deixando isso tudo de lado.

Certo dia o gerente me pediu para verificar o estoque, e eu prontamente atendi o seu pedido. O armazém ficava no final do corredor perto do açougue, observei que o açougueiro me encarava com um sorriso amistoso, enquanto afiava uma grande faca, provavelmente porque eu era um dos únicos funcionários antigos que restavam.

Abri a grande porta do Depósito e conferi com cautela cada um dos compartimentos, então tomei nota sobre as coisas que estavam faltando, notei que o refrigerador das carnes estava quase vazio, anotei mais uma vez e me dirigi para a saída. O gerente estava atrás de mim, uma expressão indecifrável no rosto, como sempre.

-Senhor, eu já verifiquei tudo.

-Bem. E o que nós estamos precisando com mais urgência?

-O refrigerador das carnes está quase vazio.

-Entendo, mas eu já providenciei, só preciso verificar a qualidade da carne. - Ele sorriu, e foi bizarro, dentro da sua boca dentes pontudos começaram a crescer. Eu olhei para a porta, tentando bolar um plano de fuga, mas o açougueiro estava lá segurando uma faca enorme, com um sorriso que me fez estremecer, naquele momento acho que entendi o que aconteceu com cada um dos meus colegas.

-Sabe por que nossas carnes vendem tão bem? É que nós valorizamos os produtos frescos.

Histórias Para Dormir Não Tão BemNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ