17- O que eu fui começar?

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Aeri POV

Droga, droga, droga.

Peguei muito pesado com Yizhuo.

Eu não queria ter agido assim, mas lá na lanchonete eu tive uma conversa com Minjeong e ela me falou para ser firme. Acho que ela não estava se referindo a ser firme - ou grossa - como fui, porque depois de ter agido assim com Yizhuo eu olhei para ela pelo retrovisor do carro e ela fez um joinha para baixo e negou com a cabeça. Ali eu sabia que tinha errado e fodido com tudo, e não sabia como consertar.

Que merda. Eu sou tão fodida e estúpida.

Yizhuo ficou com uma carinha tão triste que eu tenho certeza que a magoei, e infelizmente eu não sei como agir quando faço algo que deixa ela triste.

— Minha bebê… - A chamo com uma voz fininha de carinho.

— Sim?

— Oi?

Minjeong e Yizhuo falaram juntas.

O que eu fui começar? Isso ainda vai dar muita merda.

— Ning, minha bebê. - Falo o nome para não ter confusão. - Eu não queria ter falado assim com você.

— Aeri, fica na sua hoje que eu vou ficar na minha. - Ela fala séria. Duvido que ela vai ficar na dela, a Karina que vai ficar… Solto um suspiro alto e depois falo:

— Vai ficar com sua amiguinha, você quis dizer, né?

— Você tem companhia, então por que não?

— Yizhuo, se você voltar atrás agora a Karina não vai mais parar! - Falo frustrada.

— Tá, então eu fico sozinha! - Ela já parecia estar sem paciência.

Eu sei que Yizhuo não vai ficar sozinha, a amiga dela vai arrastar ela para algum canto e é provável que eu só volte a vê-la no final do velório.

— Você vai ficar comigo. - Falo firme.

— Vamos ver. - Ela nem me olha para falar, apenas continua encarando a janela, que desde que eu fui uma idiota, ela encara.

— O que está acontecendo com a gente?! - Falo com voz de choro, isso só para ela escutar a minha frustração. - Você não é assim normalmente.

— Você também não é assim! - Yizhuo fala alto e finalmente vira seu rosto para mim. Noto que suas bochechas estavam um pouco molhadas.

Merda, fiz ela chorar.

— Me perdoa? - Peço sentida. Merda, peguei pesado mesmo.

— Não. - Yizhuo fala com voz de choro e volta a olhar pela a janela.

Como já estávamos quase chegando no cemitério, decidi esperar para conversar com ela, porque ai daria para estacionar o carro e eu poderia conversar com ela direito, também daria para colocar Minjeong para fora do carro. Eu estava notando que ela estava mexendo muito no celular e uma visitinha no seu twitter mais cedo me fez ver que ela põe tudo o que acontece na vida dela e a sua volta lá, e eu não queria uma conversa inteira minha e da minha namorada lá.

— Aeri, eu não te contei, mas tenho medo de cemitérios. - Minjeong fala medrosa assim que termino de estacionar o carro. Ela só pode estar brincando.

— Tem medo do que? - Pergunto enquanto a olhava pelo retrovisor. - Os mortos não vão fazer nada para você.

— Mas e se eu ver um fantasma? - Agora não acho tanto que ela esteja brincando.

Sério que ela tem medo de fantasmas?

— Não tem fantasmas aqui, não se preocupe. - Falei para acalmar ela e me virei para olhá-la.

— Quer dizer que em outros lugares tem?! - Ela pergunta medrosa. Me seguro para não rir e só para tirar com a cara dela respondo:

— Em outros lugares tem.

— Para de assustar a garota. - Yizhuo me repreende em voz baixa e fala para acalmar Minjeong - Não existe fantasmas.

— Prefiro acreditar na sua namorada. - Minjeong fala olhando para mim. - Mas saiba que ainda estou com um tiquinho de medo e que se eu ver um fantasma irei pedir para ele ir atrás de você por ter me trazido para este lugar.

— Pode falar para vir atrás de mim. - Falo e dou de ombros. - Mas agora você terá que superar seu medinho de cemitérios, porque preciso que você saia do carro para eu poder conversar com a Yizhuo em particular.

— Vai me deixar sozinha no meio de todos esses túmulos?! - Minjeong olha em volta, mas não tinha nenhum túmulo, pois ainda estávamos no estacionamento, mas mesmo com isso ela ainda parecia estar indignada. - Eu não vim para ser deixada de lado não, principalmente no meio de uma pá de gente morta.

— Eu te paguei vários lanches! Já recebeu seu pagamento por ter vindo.

— Droga. - Ela xinga baixinho. - Eu deveria ter insistido para saber onde viria antes de ter aceitado.

— Ninguém mandou ser doida por fritura, agora tchau. - Falo e balanço a mão em sinal de tchau.

— Você tem sorte que eu preciso usar o banheiro agora. - Minjeong fala com a cara fechada e abre a porta, logo em seguida sai do carro e fecha a porta.

— Agora podemos… - Fui interrompida por Minjeong abrindo novamente a porta de trás.

— Esqueci meus lanchinhos. - Ela falou com um sorriso sem graça e esticou sua mão para pegar a sacola com os lanches, depois voltou a sair do carro e bater a porta.

— Agora… - Minjeong abriu novamente a porta.

— Deixei meu celular no banco. - Ela fala com um sorriso mais sem graça ainda nos lábios e pega seu celular que estava jogado ali.

— Dessa vez confere para ver se não esqueceu mais nada! - Falo brava.

Tá bom, mas não se irrite. - Ela fala e olha para o banco de trás todo para ter certeza que não tem nada mais que ela queira. - Agora sim, dessa vez foi tudo, até mais, não demorem e sem pegação, vou estar esperando. - Ela falou tudo muito rápido e saiu do carro.

Esperei alguns segundos para ter certeza de que ela não voltaria a interromper e depois tendo certeza de que isso não aconteceria novamente, voltei a falar e desta vez consegui completar a frase:

— Agora vamos resolver isso.




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Dessa vez só foi 2 capítulos mesmo, mas amanhã já solto maaaais e eu prometo que não vou demorar tanto para as atualizações. Eu não pretendo deixar essa fic ser mt longa então não vai ter tanta enrolação (acho).

Até amanhã <3

É Só Brincadeirinha ⑅Winrina & Ningselle⑅Where stories live. Discover now