• Prólogo •

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Em algum lugar em meio ao deserto, próximo a Bagdá, a poligamia era reconhecida e neste país, assim como em vários próximos, muitos homens exibiam o seu poder e fortuna ao manter um grande harém

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Em algum lugar em meio ao deserto, próximo a Bagdá, a poligamia era reconhecida e neste país, assim como em vários próximos, muitos homens exibiam o seu poder e fortuna ao manter um grande harém. Assim, mulheres eram vistas como itens valiosos, sendo usadas muitas vezes como mercadoria de troca.

Ayla era muito nova para entender, já que sempre fora criada com muito zelo. A pequena flor do deserto, que como dizia seu pai: Nascera para trazer esperança a todos que se perdem no caminho. Contudo, independente da estima pela filha, o seu destino estava selado desde que nasceu. Casaria com o príncipe herdeiro de Anatólia[1], para firmar um acordo de paz. Talvez nunca viria a se tornar sua esposa legal, quem sabe não mais que uma simples concubina, mas algumas pessoas tinham certeza que a pequena menina viria se tornar a esposa legal do príncipe e assim se tornaria a mulher mais influente do seu povo. Trazendo assim, prosperidade.

Ela fitava o horizonte com grande expectativa, e não via nada além de areia. No entanto, seguia esperançosa para que o seu prometido surgisse logo, pois o falcão real, já tinha sido enviado no nascer do dia, anunciando que ele logo chegaria.

Após a ave chegar, a correria fora sem tamanho. A arrancaram de sua cama e começaram a arrumar para recebê-lo. Além disto, disseram-na para se comportar, pois era de suma importância para toda a tribo que este casamento acontecesse.

O sol já estava a pino no pior horário possível para ficar esperando alguém, mesmo sob uma tenda. Seu pai comentava preocupado, que talvez algo pudesse ter acontecido com o príncipe Khalid. Já estavam esperando há horas e ele não aparecia em lugar algum. Irritada e entediada, Ayla não pensou que dar uma pequena escapulida seria um problema, já que ele não havia chegado até aquele instante, provavelmente não chegaria no momento seguinte, durante sua ausência.

Esgueirou-se sem que fosse notada por entre os adultos e fugiu para dentro do oásis, onde fora em busca de água fresca e quem sabe, se desse sorte, encontraria algo para comer e amaciar o estômago que lhe incomodava insistentemente. Uma Tâmara, quem sabe. Pensou. Sentia-se chateada devido a regras tolas que a oprimiam de comer antes do príncipe, em um gesto de educação.

E este tal príncipe que não chega nunca! pensou, irritada.

Os adultos esperavam pelo príncipe com extrema ansiedade, ao ponto de não notarem sua ausência. Ao chegar onde desejava, Ayla abaixou-se tranquilamente para pegar um pouco de água com as mãos e refrescar-se, no entanto, para a sua completa surpresa e horror, viu uma grande sombra se fazer atrás dela! Sua surpresa foi tamanha que se desequilibrou e caiu dentro da água.

Pensou em primeiro instante que sua vida deveria chegar ao fim naquele momento, então nem se dera ao trabalho de virar e olhar nos olhos de seu assassino. No entanto, quando o golpe mortal jamais chegou, e com a sua curiosidade que, como sempre, imperava, Ayla tomou coragem de se virar para olhar o responsável pelo susto, mas ao olhar não encontrou alguém de outra tribo ou alguém do harém... deparou-se com um culpado inesperado e quando deu-se conta de quem poderia ser, julgou muito pior que qualquer inimigo pronto para matá-la. O sangue fugiu da sua face, algo dentro dela estremeceu e então engoliu em seco.

Vendida ao Sultão | Respostando Where stories live. Discover now