Capítulo sem título 3

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Acordei com um raio de sol batendo em meu rosto, pelo sol já era quase meio dia e minha mãe já devia ter saído, aposto que ela não me acordou porque ainda devia estar ressentida sobre querer me casar com o Luccas, ela o odeia, pois quando eu fui ter com ele ao centro do reino, ele estava junto de outras damas que pareciam bem ser ricas, ele me olhou te lado e me humilhou...

/FLASHBACK/

-Luccas! Você está tão lindo, até parece uma nova pessoa- Digo me aproximando do mesmo, mas ele recua e faz uma expressão de nojo. O que me deixa bastante confusa.

- Que nojo, não chegue perto de mim. Você tem cheiro de tristeza e pobreza, não quero ser contagiado pela tua miserável vida- Luccas fala sacudindo suas roupas que aparentavam estar limpas, sua expressão de nojo continuava, seu tom de voz era debochado e para piorar as mulheres que o rodeavam começaram a rir na minha cara, elas me rebaixavam a cada palavra e cada vez doía mais.

-Eu não entendo Luccas, eu achei que o nosso amor...-Fui imediatamente cortada por risos e o seu tom de voz bem mais alto.

-AMOR?!- O mesmo gargalhou, o que fez os meus olhos se encherem de lágrimas. Eu realmente achei que era verdade. - Você acha mesmo que eu ia gostar de alguém que não tem onde cair morto? Eu apenas fui caridoso, e tentei te animar emocionalmente, e tu achas-te que eu te amava? Coitadinha. - As mulheres o elogiavam, nunca me tinha sentido tão humilhada na minha vida.

-Eu te odeio!- Falo em um tom mais alto, o que faz as mulheres me chamarem de selvagem e muitos outros nomes com o mesmo significado, senti que estava quase a deixar cair uma lágrima e logo limpei, não quero que me rebaixem ainda mais. - Você...-Sou interrompida pela minha mãe, que correu á meu encontro.

-O que está acontecendo? Porque estava gritando? Luccas...? -A mesma fala e tenta assimilar a situação.

-Deixa mãe, eu vim só cumprimentar o Luccas e dar os parabéns a sua entrada na burguesia-Vi que algumas mulheres o olharam com nojo e foram embora, o que fez Luccas se sentir envergonhado. Não vou mentir, soube muito bem ver aquela expressão.

- Meu filho que se passa? - disse Sr. Edwards mãe de Luccas, que em seguida inclina a cabeça cumprimentando a minha mãe, mas parecia que tinha vergonha de nos cumprimentar. Luccas apenas fez uma expressão desconhecida e sua mãe logo entendeu e chamou a minha mãe à parte.

Luccas começou a falar com as mulheres que pareciam muito interessadas no mesmo, contava histórias que eu desconhecia, fazendo as mesmas suspirarem, eu apenas me afastei e tentei não me relembrar de tudo o que havia acontecido, o meu coração estava completamente partido. Que culpa tenho eu de ser pobre? Que culpa tenho eu de ser negra? Que culpa tenho eu de me ter apaixonado? Me questionei isso várias vezes, até que não consegui segurar mais e apenas chorei, o mais baixo que conseguia para não chamar a atenção, e sem dúvida foi a minha maior decisão, senti uma sensação de alívio e aquela dor horrível que estava no meu coração estava menos agressiva. Ouvi a voz da minha mãe ficar mais próxima de mim, por isso limpei rapidamente as minhas lágrimas, me virei na sua direção com um sorriso.

-O Luccas não é para você Violet. Ele é só mais um dos garotos que fica rico e esquece de quem realmente se importou ou cuidou dele pelo dinheiro, e....você está proibida de o ver, não só da parte da mãe dele, como da minha, percebido? -A mesma fala com um pouco de tristeza, Luccas era como um segundo filho que ela nunca teve, ele fazia parte da família...

-Sim, não irei mais ver Luccas, eu prometo...-Estava realmente mal, a única coisa que mais queria era a minha cama e para poder chorar a noite inteira.

//FLASHBACK OFF//

É foi um dia bastante doloroso, mas já passou certo? Ele ainda me ama, ele mesmo o disse.

Fui fazer minhas higienes matinais e vesti a mesma roupa de sempre, não tenho muitas escolhas para o que visto, por isso repito as roupas, assim não tenho que lavar muita roupa. Arrumei a casa, e logo corri para o campo como uma doida, aqui era o melhor lugar onde alguém como eu podia estar.

Já era de tarde, estava a aproveitar o sol, mas sou interrompida pelo carteiro, corro em sua direção, o mesmo parecia cansado. A bagagem que o mesmo trazia era bem grande e estava muito cheia.

-Boa tarde, senhor, deixe que eu ajudo, não precisa de se cansar mais- Pego a bagagem que estava realmente pesada, mas consigo a levar para dentro, e pego um copo com água para o senhor-Espero que isto ajude pra a volta- Falo e o mesmo bebe em um piscar de olhos e estende a mão-Deseja mais água? -Falo sem entender.

-Você acha que eu vim até aqui com essas tralhas e vou embora feliz por um copo de água?- O mesmo fala sinicamente.

-Senhor eu não tenho dinheiro, se eu tivesse eu o daria com certeza, mas...-Me assusto, o mesmo havia atirado o copo no chão fazendo alguns cacos cortarem e colarem nas minhas pernas.

-É o que dá ser pobre, vocês sempre vão ter que pagar de alguma forma, isto é apenas um aviso, a próxima quero uma boa gorjeta -O mesmo fala com o seu tom de sínico. Eu apenas o olhei com ódio. Eu odeio me sentir mal por quem eu sou, mas eu tento de tudo para agradar todos, e nunca ninguém retribui, o que estou fazendo de errado?

Entro em casa e vou para o banheiro e tento tirar os cacos mais visiveis e passo água, as minhas pernas não estavam muito machucadas, amanhã já devem estar bem menos inchadas, passei uma pomada e deixei os mesmo apanharem vento, pois isso iria ajuda a sarrar. Voltei a me lembrar do acontecimento e comecei a me entristecer, eu só queria que as pessoas me aceitassem, indepentendemente da minha cor ou do meu dinheiro, eu não deixo de ser um ser humano...

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⏰ Last updated: Oct 29, 2022 ⏰

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