•Não sei se um dia a mágoa vai embora.•

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LENNON

Terminamos e a Mavi chamou a atenção toda pra ela. Eu tinha esquecido como ela canta tão bem.

— Por hoje é só pessoal. — Bernardo disse aplaudindo assim que entrou no camarim.

— Pô, já tô ficando sem voz já. — Falei sentindo minha garganta arranhar.

— Minha garganta tá seca. — Mavi bebeu um pouco de água da garrafinha dela.

  Sem nem perceber pousei os olhos na boca dela úmida pela água, e era tão atrativo. Mas acabei me repreendendo por isso.

— Tem balinha de eucalipto ali. Agora vamo pra van, a gente precisa voltar pra sul. — Pescadinha apontou pro canto da salinha.

  Aos poucos foi esvaziando, ficando só eu e a Mavi.

  Fomos na mesma direção pra pegar algumas balas de eucalipto, e por alguma razão eu fiquei tenso com a presença dela.

— Tá tenso? — Ela perguntou encarando meus ombros.

— Estresse demais esses shows. — Menti.

  Mas a verdade é que nem eu sei o que tava sentindo, como vou falar uma coisa que não tenho ideia do que seja?

— Se quiser eu posso dar um trato aí. — Ela sugeriu e eu neguei pegando as últimas balinhas.

— Tá suave, relaxa. — Falei dando as costas.

  Segui o caminho indo pra van.

  Nada me tirava as malditas perguntas do porquê essa mulher ainda mexe assim comigo. E eu não tenho ideia se tô errando com a Dani ou não. Não sei o que eu tô sentindo e sinto que isso tá bagunçado um pouco não só o meu relacionamento, mas também o meu psicológico.

  Sentei um pouco afastado de todo mundo e tentei relaxar um pouco ouvindo um som brabo que eu conheci esses dias.

  E tava tudo voltando ao normal, até sentir duas mãos delicadas no meu ombro. Eu queria muito afastar ela agora, mas todo toque tava me fazendo relaxar mais do que qualquer coisa nos últimos dias.

  Mavi deslizou as mãos pro meu músculo e começou massagear.

  Senti toda a pressão desaparecer rapidão com a massagem mágica dela.

  Ela parou de massagear e eu ergui o rosto, me espreguiçando.

— Falei que não precisava, mas obrigada aí pô. — Agradeci e ela sorriu.

   Era a coisa dela que eu mais temia. A porra do sorriso que sempre conseguiu levar qualquer coisa de mim com mó facilidade.

4 anos atrás, março.

Fala tu trem balinha! — Dei um selinho nela.

  Vitória não me deixou passar da porta da casa dela, me beijou ali mesmo. Não sei como eu consegui ficar semanas sem isso, papo reto.

— Pronto, agora você pode entrar. — Ela deu mais um selinho e se afastou.

  Entrei no casarão da família dela e vi o Vitor e a Márcia sentados no sofá.

nada é pra sempre | L7NNONWhere stories live. Discover now