LENNON
Acabei de chegar na papatunes e fui recebido com o maior carinho. Ontem eu fiquei tão nervoso que acabei nem dormindo direito.
Papatinho me recebeu e eu quase nem acreditei.
— Vou te levar pra sala de reunião. Lá a gente troca ideia, se der tudo certo você assina hoje mesmo! — Ele falou andando na minha frente.
Eu tava com expectativa nisso.
Entramos em uma sala que tava vazia.
Ele sentou em alguma cadeira e eu fiz o mesmo.
Nem demorou pra ele começar me explicar detalhadamente. E cada vez mais eu fiquei interessado. Era a minha chance de ouro.
— E aí? Topa? — Ele perguntou.
— Pô cara, se eu negasse eu tava maluco. — Falei e ele levantou.
Fizemos um toque e em sequência uma abraço.
— Pera aí um tempo que eu vou pegar o contrato e a gente negocia o que você quiser. — Ele falou saindo da sala.
Aproveitei pra pegar o celular e mandar mensagem pra Yá. Eu tava desacreditado!
lennon
Fechei contrato!!!!yá
Pqp!!! Não acredito manoooo. Tô muito feliz por você feioso. Esse é o primeiro de muitos.lennon
Caralho mano. Tá bom demais pra ser verdade.Foi dito e certo.
Entraram na sala, mas eu não imaginava ver ela. Logo aqui.
Tava bom demais pra ser verdade!
— Você? — Falei sem esconder a minha surpresa.
— Desculpa, não sabia que você tava aqui. — Ela falou saindo da sala.
Por impulso levantei e chamei ela.
— Vitória?
Ela me olhou receosa.
— O que você tá fazendo aqui? — Perguntei sem acreditar que o destino seria tão filha da puta assim.
— Eu trabalho aqui Lennon. — Ela disse.
E eu pensei por alguns segundos. E não tive resposta de nenhuma pergunta que a minha mente fazia.
— É muito azar. Olha se eu soubesse...
Ia falar, mas ela me interrompeu.
— Eu sei, se você soubesse não teria aceitado, na verdade você não teria nem pensado. — Ela falou. — E foi por isso que eu pedi pra não me incluírem nisso. Pedi pro Bernardo te comunicar.
Ela sabia!
— Porque? — Perguntei sentando na cadeira de novo.
— Porque o que? — Ela rebateu a pergunta.
— Porque você não me deixa? — Perguntei encarando seus olhos.
Ela se encolheu, mas não desfez a postura.
— Eu quem tive a ideia de te chamar Lennon. — Ela foi até o outro lado da mesa. — Não porquê eu quero te pirraçar, te irritar. Você tem talento, e eu sou profissional da porta pra dentro. Agi como qualquer funcionária faria pelo bem da empresa. E acho que você seria burro e antiético em recusar essa proposta!
Encarei ela meio indignado. Por mais que sabia que no fundo ela tinha razão.
— Eu sou compositora e cantora, mas eu tô sempre trabalhando na administração. Você não vai precisar conviver comigo, não se preocupa. — Ela disse.
Encarei ela por alguns segundos e ficamos em silêncio. Mavi percebeu que eu não diria nada é apenas saiu da sala.
Eu fiquei sozinha e pensando no porquê ela me ajudaria. Sei que não foi apenas profissionalismo, até porquê existem outros bem melhores que eu. E ela nem conhece tão bem o meu trabalho.
Fiquei pensando nisso até o Papato voltar com o contrato. Eu li detalhadamente e concordei com tudo, por incrível que pareça. Assinei e ele me desejou boas vindas.
— A única coisa que eu não curti muito nisso foi saber que a minha ex também trabalha aqui. — Confessei levantando.
— Cê já sabe então? — Ele perguntou e eu assenti. — Ela pediu pra não contar, se não você não aceitaria.
— Ainda em que ela sabe. — Falei com humor.
Ele riu fraco negando.
— Vou mandar um papo de amigo. A Vitória é uma excelente profissional, tenho sorte de ter ela trabalhando com a gente. E não tenho ideia do que vocês viveram, e também não acho que seja da minha conta. Mas essa oportunidade foi graças a ela. — Ele disse.
— Isso que eu não consigo entender. Porquê ela iria querer me ajudar? — Falei.
Ele me acompanhou até fora da sala.
— Ai suja não sei, mas acho que você conhece a Mavi melhor que eu, provavelmente. Tu sabe que ela não ajuda um inimigo, então acho que ela não tá fazendo por nada além. — Ele disse.
E ele tinha razão mesmo.
Me despedi do Papato e fui saindo, mas dei de cara com ela na recepção falando com a recepcionista.
Pensei em passar reto e ir embora. Mas minha consciência tava gritando comigo.
— Vitória? — Chamei ela.
Ela me olhou surpresa.
— Obrigado. — Falei simples.
Ela ficou por alguns segundos sem expressão, mas logo sorriu de lado.
Assenti e sai pra fora.Respirei fundo como se me sentisse bem mais leve.
Anos depois e eu ainda não consigo entender a Maria Vitória.
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Aquele cap das 3 é tradição
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nada é pra sempre | L7NNON
Fanfictionnada é pra sempre. Nem mesmo a gente, Maria Vitória. . . início: 25 de fevereiro [2021] às 01:12 fim: 31 de março [2021] às 15:20