Capítulo III - Adam

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Saíra de casa com a intenção de resolver a questão com aquela mulher de uma vez por todas. Fugindo do usual, reservei a melhor mesa da casa, de frente para o palco e solicitei a presença de Sophie em minha mesa após a apresentação. Ela sairia do restaurante comigo de qualquer forma.

A casa estava lotada, vários senhores da sociedade, da política e empresários vieram até a minha mesa. Isso era uma droga. Detestava aquele social falso, ridículo e barato. Porque não chegavam e diziam logo: "Olá Sr. Collins, viemos até aqui lamber o seu saco para que injete dinheiro em nossas empresas, campanhas e bolsos." Que nojo dessa gente. Mas não queria que Nick, o meu braço direito na empresa, tivesse um infarto, então sorri, apertei muitas mãos e perguntei pelas esposas que, de certo, estavam queimando dinheiro em clínicas de estética ou viagens internacionais, enquanto os maridos se divertiam com as mulheres mais quentes da cidade, na casa de shows. Hipocrisia pura.

De repente, as luzes diminuíram e o foco ficou apenas no palco. Tinha que confessar que o Shades in Red era um lugar que estimulava o desejo de fazer sexo. As paredes bordôs e a iluminação tênue, com lustres de cristal, proporcionavam uma margem de pensamentos muito eróticos. Começou o show: primeiro Abbi, que fez uma apresentação vestida de serviçal. Percebi que ela agradou muitos senhores, que se empolgaram bastante. Em seguida, Sylvia, que fez um strip-tease muito sensual. Eu já estava no terceiro copo de Gim-tônica, e no palco, Erika, uma loira no melhor estilo Marilyn Monroe, cantava e dançava, tirando a roupa de forma muito quente. A noite de strip-tease, sem dúvida, era a melhor daquele lugar.

Estava muito impaciente, queria que Sophie subisse naquele palco logo, fizesse a apresentação e viesse para a minha mesa

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Estava muito impaciente, queria que Sophie subisse naquele palco logo, fizesse a apresentação e viesse para a minha mesa.

Então, as luzes diminuíram ainda mais, as cortinas foram fechadas por alguns minutos e ninguém entendia o que estava acontecendo. Parecia uma novidade grandiosa.

Quando as cortinas foram abertas, o cenário criado atrás delas estava espantoso.

Velas em candelabros antigos foram colocadas por todo o palco, tecidos enormes em tom vermelho caíam do teto ao chão. Pétalas de rosas espalhadas, que exalavam um cheiro intoxicante e sensual. Era muito excitante. E exatamente no meio do palco, havia um foco brilhante de luz e um poste de Pole Dance. Quando a música invadiu o ambiente, incrivelmente não era um jazz, nem nada parecido. Era um som conhecido como new age, 'Sadeness', do Enigma.

Do canto esquerdo do palco surgiu uma mulher completamente coberta, com uma capa e capuz de cor bordô. Ela veio a passos rítmicos e lentos, passando por entre os tecidos, até o meio do palco. E quando vi o rosto... era ela, Sophie! Vislumbrei o olhar assustado, e ao mesmo tempo excitado, que cruzou com o meu. Um sinal de que talvez ela me quisesse também.

De repente o destino - Livro 1 - Trilogia De Repente - (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora