Capítulo 03

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PADRE PETER

Com sensação de dever cumprido, eu termino a missa tranquilamente. Nada mais me agrada do que passar a fé e os ensinamentos de Deus aos fiéis. Após eu terminar de guardar a bíblia, a madre superiora me chama.

— Padre Peter! Boa noite...

— Boa noite madre, posso ajudar em algo? — Pergunto ajeitando o terço em minha mão.

— Padre, o senhor sabe que está se aproximando o evento do dia de São Jorge. Precisamos conversar sobre o nosso planejamento e o que faremos nesse dia...

— Oh, claro! Com toda certeza madre. Amanhã eu posso ir ao internato e conversaremos melhor, o que a senhora acha? — A madre sorriu.

— Eu acho perfeito. Bom, então vou indo. Tenho que levar nossas anjinhas pra casa. — Eu sorri para ela. A madre entre o internato tinha a maior fama de ser durona com as meninas, mas no fundo todos nós sabemos o quanto as meninas são importantes para ela como se fossem suas filhas de sangue. De repente vi uma menina correndo pela igreja e parou perto de nós com um sorriso no rosto. Deve ser nova no internato, pois eu nunca tinha visto ela lá.

— Madre! Eu vim correndo porque eu preciso ir ao banheiro antes de ir pro internato. — A madre semicerrou os olhos.

— Tudo bem menina, mas tenha modos dentro da igreja. Você já é bem grandinha pra tá correndo, não acha? — Ela sorriu de novo e assentiu. A madre meneou a cabeça para mim e eu sorri. — Então vá ao banheiro, estarei esperando na van com as outras meninas. — Ela assentiu e correu novamente até a direção do banheiro. — Ah essa menina! Sinto que ela vai me dar trabalho. Pedi para não correr e ela fez exatamente ao contrário.

— Ela é nova, no internato? — Perguntei e a madre suspirou limpando o rosto com um lenço.

— Sim. Parece que os pais estavam com um problema sério com essa menina. Ela não gostou de vir, mas foi obrigada. — Eu sorri para a madre novamente.

— É normal, as jovens geralmente não gostam de regras, mas podem se acostumar.

— Assim eu espero, padre. Assim eu espero... Bom, eu vou para a van aguardar a menina Wanessa. Tenha um boa noite padre.

— Obrigada Madre, vá com Jesus.

— Amém. — A madre saiu e eu fiquei lá na igreja, voltei a acender algumas velas. Até que ouvir um pigarreio atrás de mim. Olhei para trás apagando o fosforo aceso e era a novata.

— Boa noite, padre...

— Boa noite menina Wanessa.

— Ual! O padre então já sabe meu nome? — Ela perguntou com um enorme sorriso no rosto.

— Sim. A madre disse... — Novamente ela sorriu mordendo o lábio de um modo atrevido e se aproximou mais. Eu franzi o cenho confuso com a aproximação dela.

— O senhor é padre a bastante tempo? — Perguntou-me realmente curiosa.

— Oh, não... não muito tempo. — Ela assentiu.

— Bem... e o que te fez ser padre? O senhor não tem cara de padre. — Dessa vez eu sorri.

— Para ser padre não precisa ter "cara", basta aceitar e entender que você tem um chamado para o sacerdócio. E se for isso que o seu coração deseja, então você deve seguir...

— Então se eu amar uma coisa e tanto minha mente e meu coração pedem isso... eu devo seguir até alcançar? — Eu fiquei em duvida do que responder e suspirei.

— Sim, se for algo bom dentro de si eu acredito que sim. — Ela sorriu novamente e sem eu esperar, ela pegou a minha mão e plantou um beijo bem demorado. Eu semicerrei os olhos e seu olhar parou no meu de uma forma intensa. O que essa menina está pretendendo.

— Muito obrigada, padre... Amanhã eu voltarei para me confessar. Eu sou uma verdadeira pecadora... — Ela disse em um sussurro e eu pigarreei. Como assim uma verdadeira pecadora? Essa menina ainda parece bastante jovem e não creio que tenha cometido tantos pecados... Bom. Sinceramente nunca me confessaram excessos de pecados...

— Tudo bem. A igreja está a disposição, filha. — Ela sorriu novamente, mas foi interrompida pela Madre que já entrava na igreja.

— Menina Wanessa! Que demora! Nós temos que ir e só faltar você.

— Benção padre. — A menina fez um gesto de reverencia segurando as barras laterais da saia. Eu fiz o sinal da cruz e a abençoei.

— Deus te abençoe, filha. — E novamente ela correu pela igreja saindo daqui feito um furacão. Talvez a madre tem razão... Ela não parece do tipo que se dobra por uma regra...

WANESSA

Após ouvir quinhentos esporros da madre enquanto eu caminhava em direção a van, finalmente eu entrei. Lá nos fundos Lari já me aguardava segurando uma vaga para mim. Me sentei junto a ela na janela e acariciei meus lábios.

— Que demora foi essa? — Lari perguntou e eu dei de ombros.

— Eu estava falando com o padre. — Lari colocou as mãos na boca.

— Não creio! E aí?

— Não foi nada demais, ainda. Mas vai ser... amanhã... amanhã eu irei me confessar. Lari arqueou a sobrancelha.

— Se confessar? Pelo amor de Deus! — Ela meneou a cabeça sem acreditar.

— Claro... eu cometo um pecado capital... o da luxúria — Eu sussurrei e ela me encarou atônita.

— Você quer é provocar aquele padre lindo, isso sim!

— Confesso que esse é o meu objetivo. Ele me aconselhou a correr atrás dos meus sonhos, dos meus objetivos então amanhã já começo.

— Meu Deus! Sua louca! Você não vai para o céu!

— Pra que ir pro céu? Meu paraíso é poder foder com esse homem que é padre até não aguentar mais... E pode ter certeza, eu vou conseguir! — Eu disse presunçosamente e Lari ficou boquiaberta.

— Você é demônio em pessoa.

— Você ainda não viu nada. — Eu respondi fechando os olhos e sentindo o aroma delicioso do perfume daquele padre na minha mão. Além de lindo ele é bastante cheiroso e o perfume dele... tem um aroma sensual... Esse padre não me engana. Ele exala sensualidade, e eu tô louca para provar isso... 

Meu Irresistível Pecado (COMPLETA)Where stories live. Discover now