passado: dean cameron

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Nossas mães se tornaram amigas por causa do Clube do Livro que ocorria toda sexta-feira na Biblioteca Municipal onde homens e mulheres se reuniam para falarem sobre livros, obviamente porque estava no nome, além de todo ano escolherem um dos livros levados por cada integrante para realizarem uma peça de teatro. Era engraçado porque eles mesmos faziam a peça e apresentavam para os idosos que moravam no Asilo.

Então Maya e eu nos aproximamos justamente por causa delas e ela era uma das participantes do Clube, apesar deu não fazer parte, todas as peças de teatro minha mãe me obrigada a ajudá-los a montar todo o cenário, para dizer a verdade passou ser uma "obrigação" quando ameaçava interferir na minha mesada o que era algo terrível já precisava guardar dinheiro se eu quisesse entrar na carreira de Policial Civil; este é o meu grande sonho.

Desde então em todos os bailes que ocorria no colégio, era Maya quem eu convidava para ser meu par. Mesmo sabendo que não gostava deles por um e uns motivos, ela aceitava. Grace é uma garota tímida, reservada e não muito interativa, tinha apenas um ou dois amigos, se não me engano, que andava por todo o lugar. A Jazmyn e o Lee. Até entendo o que porque disso, as pessoas deste lugar eram horríveis e todos os dias ansiávamos para que o ensino médio finalmente terminasse.

Como dizia no inicio algo mudou entre nós desde o último baile de primavera, ou melhor, algo em mim mudou em relação á ela. Maya me chamou a atenção de um jeito diferente. De uma maneira que em nenhum momento nos anos anteriores aconteceu. Vou precisar explicar de um jeito melhor:

Dias antes do baile de primavera, mamãe realizou um jantar em nossa casa e Maya junto com seus pais foram convidados. Apesar de conversarmos quase sempre que ela iria lá, naquele jantar foi diferente. Não quis de jeito nenhum descer para comer e me isolei na varanda do meu quarto depois de Angel terminar comigo pela segunda vez. É eu era um otário. Então ela quem foi me consolar, por ironia do destino. Foi algo que nunca acreditei que realmente aconteceu. O clima entre nós mudou para melhor, passamos a sermos "amigos" e a impressão parou de ser aquela de que nos aturávamos somente porque nossas mães eram amigas.

No baile foi que percebemos que algo estava estranho. Foi então que quase nos beijamos, faltou muito, muito pouco. Maya é quem negou qualquer aproximação dessa maneira e tive que concordar com ela, por mais que talvez não quisesse concordar. Acabamos, depois disso, voltando à estaca zero da nossa relação, por mais que agora não deu para voltar totalmente para o inicio, porque os sentimentos por dentro de nós é que bloqueou isso. Basicamente nos acostumamos a lidar com o clima estranho.

Por mais que tínhamos algumas aulas juntos, esta hora do refeitório é o momento que mais conseguia a olhar, sentávamos-nos aos mesmos lugares todos os dias e quando ela não estava com Jazmyn e Lee, é com o livro que se mergulhava e esquecia totalmente do universo á fora. Só queria saber como que conseguia fazer isso.

— Nós queríamos muito saber o que você tanto olha para ela. — a voz grossa de Preston invade meus ouvidos e quando noto que tanto ele quanto Maximus me encaravam sem piscar, desvio minha concentração dela.

— Nada. — pigarro, ajeitando-me sem graça na cadeira. — Não estava olhando para ninguém.

— Tem certeza? Eu sei que sou um pouco cego, mais aposto que vi uma babinha saindo de sua boca. — Maximus brincou o suficiente para que ele e Preston gargalhassem. Reviro o olho enojado.

— Cala a boca idiota. — resmungo.

— Para com isso, nós sabemos que você está encantado pela Maya Grace desde o dia do baile. — disse Preston olhando em direção á ela.

Mais uma vez meu olhar vai até ela, só que agora não está mais sozinha, Jazmyn e Lee estão sentados nas cadeiras de sua mesa e comentam sorrindo algo que faz Maya fechar o livro e lançar seu olhar até mim. Só que antes de me sentir um pouco envergonhado, um sorriso sem descolar os lábios se formou um tanto discreto.

antes que seja tardeWhere stories live. Discover now