06. entre pés torcidos e mensagens

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— Ei! Eu ainda estou aqui!

— Eu só pedi isso porque não queria levar sermão, mas parece que não posso confiar em mais ninguém.

— Não tenho culpa se você decidiu ligar para mim, 'tá legal? Jimin é meu melhor amigo e, acima de tudo, seu parente. Você acha que conseguiria sair daqui sem a autorização de algum responsável? — Arqueou uma sobrancelha, fazendo Yeonjun encolher os ombros — Foi o que eu pensei.

— Mamãe e papai vão ficar sabendo disso. Não agora, porque sei que eles estão viajando e isso seria um ótimo motivo para voltarem correndo. — Revirou os olhos, ajudando o irmão a descer da maca.

— Me culpe por ser o filho favorito — Yeonjun brincou, rindo quando o semblante de Jimin ficou sério.

— Hyung, me dê um motivo para não dar um tapa nesse garoto.

— Bom, estamos no pronto-socorro, ele está com uma bota ortopédica e você é um adulto — ele respondeu, entregando duas muletas para Yeonjun.

— Foram três motivos. — Os três riram — Tudo bem, vamos embora. Yeon, você vai ficar na minha casa e eu não quero saber de birra. Eu confiei em você para ficar sozinho na casa dos nossos pais, mas nessas circunstâncias eu me recuso. Vamos passar lá para pegar suas coisas e mais tarde eu converso com eles.

— Tudo bem. — Ele concordou, sustentando-se nas muletas — Sinceramente, não sei se vou aguentar duas semanas e meia com esse troço no pé. É desconfortável demais.

— Ninguém mandou tentar dançar no chão molhado! Bem feito, pestinha.

(...)

Jimin teve que assinar alguns papéis e conversar com o médico ortopedista antes de acompanhar Yeonjun até o carro. Já dentro, com o vidro da janela abaixado, passou a conversar com seu amigo.

— Obrigado por trazê-lo, hyung. E por ter me ligado, claro — o professor agradeceu, sorrindo — Espero que isso não tenha te atrapalhado.

— Que nada, Jiminie! Eu estava ocupado, sim, mas essa criança é mais importante do que qualquer outra coisa.

— Para de me chamar assim! — o adolescente reclamou, cruzando os braços.

— Fica quieto, pirralho!

— Fica quieto você, velhote!

— Park Jimin e Park Yeonjun, vocês estão no meio do estacionamento, não comecem outra briga! — advertiu, rindo baixinho ao ver os outros dois fazendo o mesmo bico emburrado.

— Certo, hora de ir. — Passou o cinto pelo peito, travando-o — Obrigado mais uma vez, hyung. Tem certeza que não quer uma carona?

— Tenho, sim. Vou visitar uma pessoa antes de voltar pra casa, não quero complicar vocês. — Jimin assentiu, encaixando a chave na ignição — Ah! Você pode entregar isso ao Yoongi? — pediu, estendendo uma pasta cheia de papéis. Jimin não havia notado, mas ele estava carregando aquilo consigo o tempo todo — Ele esqueceu lá em casa.

— Esqueceu, é? — Semicerrou os olhos com um sorriso de canto — E o que ele estava fazendo lá?

— O de sempre, Jiminie… — respondeu, pigarreando para afastar o constrangimento — Enfim, dê isso a ele. — Jimin riu baixinho e assentiu, estendendo o braço esquerdo para pegar a pasta.

entre gêmeos e luas | vminWhere stories live. Discover now